Câmpus Lages e Urupema são destaque em programa sobre a Goiaba Serrana

CÂMPUS URUPEMA Data de Publicação: 30 abr 2024 17:47 Data de Atualização: 03 mai 2024 17:09

No último final de semana os Câmpus Lages e Urupema foram destaque no programa Agro, Saúde e Cooperação. O tema do programa foi Goiaba Serrana e seus benefícios, bem como usos e propriedades da fruta. Os professores Roberto Komatsu (Lages) e Giliani Sartori (Urupema) foram os entrevistados e puderam contar um pouco mais sobre a fruta e o potencial dela nas mais diversas áreas.

"Em 2016, quando cheguei no IFSC, a fruta era pouco conhecida. Poucos eram os produtores e encontrá-la nos mercados era raro. Hoje, já percebo um crescimento no setor produtivo e maior conhecimento sobre a existência da fruta na região, embora muitos ainda não tenham tido oportunidade de experimentá-la. Entendo que isto ocorre porque ainda são poucas as indústrias alimentícias que fazem o seu processamento, seja na forma de polpa ou de outros produtos derivados, o que possibilitaria o contato com a goiaba fora do período da safra", conta a professora Giliani Sartori.

Segundo a professora, reportagens como essas são essenciais para levar informação para quem é de fora da região, pois divulga as atividades de pesquisa para comunidade externa e colegas de outros câmpus. Além disso, impulsiona o turismo de experiência e abre oportunidades de negócios na cadeia produtiva.

Confira a reportagem



O Câmpus Urupema, por meio de projetos e pesquisas da professora Giliani e de outros servidores, tem estudado o potencial tecnológico e nutricional tanto da polpa quanto das cascas e sementes (subprodutos). Com a polpa, estuda-se as características fermentativas para produção de bebidas alcoólicas (fermentado alcoólico, fermentado alcoólico gaseificado, tipo espumante, sidra mista, kombucha e cerveja), produtos lácteos e suco. Já com os subprodutos, em especial a casca, produz-se farinha para enriquecimento de cookies e produtos de panificação, extração de pectina e produção de extratos para aplicação em sabonetes antissépticos que foram usados durante a pandemia.


"O intuito em estudar o potencial tecnológico surgiu pelo fato de ser uma fruta de intensas e peculiares características sensoriais, pela existência de artigos científicos que já evidenciavam o seu potencial nutracêutico e pela falta, até então, de produtos industrializados. Outro fator importante é a alta perecibilidade da fruta, que acaba sendo descartada até mesmo aos animais por falta de aproveitamento", complementa a professora. 


Evidentemente, a reportagem fez escolhas editoriais e acabou por deixar de fora algumas informações acerca do Câmpus Urupema ou Lages e dos projetos que compõem as instituições. No entanto, em Urupema os estudos seguem no âmbito da identificação de quais variedades são mais adequadas para cada tipo de produto e no alinhamento de  estratégias para facilitar o aproveitamento industrial e para que as propriedades nutricionais e sensoriais da fruta possam ser aproveitados em períodos de entressafra. Também, há expectativa para reduzir o desperdício de parte da produção que não é comercializada. "Estou trabalhando em mais projetos, que ainda estou escrevendo e pretendo submetê-los nos editais internos e externos", finaliza a professora.


Parceria entre câmpus e produtores locais

No Câmpus Lages, o "capitão" da nau da goiaba serrana é o professor Roberto Komatsu, apesar do câmpus ter outros profissionais envolvidos com a fruta. Para ele, a reportagem pode valorizar toda a cadeia produtiva, desde o produtor até os pesquisadores e de quem agrega valor à fruta. Com isso, aglutinando esforços para que cada vez mais projetos possam ser realizados em conjunto. "A gente, na verdade, acaba sendo um porta-voz do IFSC. Temos projetos, além do Câmpus Urupema, também na unidade Florianópolis-Continente, com a professora Fabiana Amaral. E eles têm sido grandes parceiros nessa aplicabilidade da goiaba em pratos e produtos", comenta o professor.

Nesse caso, em especial, ele conta da aplicabilidade da goiaba serrana em relação a pratos gastronômicos, desde bebidas, pratos de entrada, molhos, pratos quentes e sobremesas. "Então, eu tenho desde o ano passado feito mais essa divulgação da aplicabilidade da goiaba serrana e mostrado toda esse potencial junto aos produtores, através de oficinas, fazendo compotas, ensinando aos produtores e mostrando que não é só o miolo da fruta, mas também essa parte externa verde e até mesmo o carpo, parte branca, que em princípio todos nós descartamos", complementa o professor.

Segundo o professor, existe todo um potencial, não só gastronômico, mas também econômico para aproveitamento e desenvolvimento regional. Essa parte de extensão, citada acima, foi aquilo que faltou dizer na reportagem e que é um grande ativo do IFSC em relação à comunidade local. "Eu até falei na matéria, mas eles não incluíram, a parte da extensão do IFSC é muito impotante nessa nossa relação com a goiaba. Ano passado a gente fez sete oficinas junto aos produtores, em especial mulheres empreendedoras, nos municípios de São Joaquim, Cerro Negro, Bocaina do Sul, Ponte Alta, Correia Pinto, então essa parte de extensão que a gente fala de difusão do conhecimento interno aqui, obtido aqui, desenvolvido dentro do IFSC para a comunidade externa, é algo que eu gostaria que pudesse ser reforçado", afirma Komatsu.

O professor Komatsu conta que o interesse por desbravar os benefícios e subprodutos oriundos da goiaba serrana acabou surgindo por acaso. Ele conta que a professora Fabiana Amaral, do Câmpus Florianópolis-Continente, trabalha com esses produtos ligados a frutas nativas da Região Serrana. E em conversa com uma dessas produtoras locais, surgiu esse interesse. "Uma produtora ali de São Joaquim falou 'olha, a gente dá para os porcos'. E aí foi todo um insight para se desafiarem a verem o potencial gastronômico da goiaba serrana e saiu toda essa diversidade", finaliza. Agora, Komatsu usa esse potencial para incentivar produtores locais a apostarem na fruta por meio de ações e projetos de extensão.

 

ENSINO EXTENSÃO CÂMPUS LAGES CÂMPUS URUPEMA