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Jornada de Direitos Humanos estimula debate sobre diversidade de gênero e sexualidade

EVENTOS Data de Publicação: 17 set 2018 09:58 Data de Atualização: 17 set 2018 10:04

A boa formação escolar vai muito além do sucesso na prova e do currículo impecável. O papel da escola é preparar os estudantes para serem cidadãos mais conscientes, críticos e participativos. Para contribuir com a missão do IFSC de promover a inclusão e formar cidadãos, o Câmpus Joinville realizou, terça-feira (11), a primeira edição de sua Jornada de Direitos Humanos e Sociedade. Neste ano, o tema diversidade de gênero e sexualidade norteou debates, dinâmicas, rodas de conversa, oficinas e atividades culturais. As atividades possibilitaram, a estudantes, servidores e participantes externos, a aquisição de conhecimento, troca de ideias, debates e, principalmente, exercícios de empatia.

"É muito bom poder conhecer a história dos outros", ressaltaram as estudantes Raíssa Barbi Ciscon e Júlia Dal Bó, do segundo módulo do técnico integrado de Mecânica, na saída do Museu da Empatia. Na dinâmica organizada pelos alunos dos sextos módulos de Eletroeletrônica e Mecânica, os participantes tinham acesso a depoimentos reais gravados por pessoas que sofreram ou ainda sofrem violência, preconceito e discriminação por se assumirem diferentes da padronização imposta pela sociedade.

"Muitas vezes, a gente acha nossa história difícil, mas quando vê que tem outras histórias muito mais difíceis, a gente percebe que não conhece as pessoas, seus sofrimentos e suas superações", lembrou Júlia. "Precisamos julgar menos e nos importar mais com os outros", destacou Raíssa.

Estudante da primeira fase do técnico em Enfermagem, Janaína da Silva da Rosa, também aprendeu muito na Jornada. "Estou saindo com outro pensamento", declarou ao avaliar as dinâmicas de aceitação corporal, mediadas pelo professor Jesse Cruz e seus estudantes da primeira turma do curso técnico em Dança, da Escola de Educação Básica Professor Germano Timm.

Com os temas estética corporal, corpo e espaço e ocupação de direitos, as oficinas tiveram como objetivo discutir como as pessoas se percebem, criam rótulos e idealizam corpos perfeitos. "Foi uma experiência diferente pra mim, de contato corporal, aceitação, expressão e liberdade, de entender que não tem um padrão", disse a estudante de Enfermagem. "Ao me aceitar, também tenho que espalhar isso. Porque o que eu sofri com o bullying, com as coisas que falavam pra mim, outras pessoas também sofrem", destacou.

Conforme as alunas do técnico em Dança, Michelle Braga Secco, Eliane Benvenutti e Andréia Accorde, o roteiro das dinâmicas teve como proposta trabalhar, em três fases, a autopercepção corporal, a interação com os outros e o empoderamento. "Ao me fortalecer, preciso ajudar as outras pessoas a se fortalecerem e a não se sentirem reprimidas", destacou Andréia, que vai relatar a experiência em seu trabalho de conclusão de curso (TCC), sobre teoria queer, do curso de especialização em Interdisciplinaridade no Ensino Básico, que faz no Câmpus Caçador do IFSC.

Projeto integrador

A 1ª Jornada de Direitos Humanos e Sociedade integra o projeto integrador (PI) "Discussão da sexualidade e identidade de gênero", dos estudantes da quarta fase do curso técnico em Enfermagem, Alquenjar Rosentaski De Borba, Camila Ariane Dutra e David Willian Sperber Sell, e coordenado pela professora Carla Simone Leite de Almeida.

Os estudantes escolheram este tema para abordar no trabalho obrigatório para conclusão do curso com o objetivo de promover respeito e inclusão sobre as diferenças individuais. "Alguns autores trazem a falta de informação, ignorância e alguns valores baseados no século passado como as principais causas do preconceito voltado ao público LGBT+", destacam.

A ideia do evento contempla um dos objetivos específicos do PI, de trazer a discussão do tema para o ambiente acadêmico do IFSC. "Sabemos que há diversidade em todos os lugares, independente de quais sejam, e muita vezes essa diferença não é respeitada. Mesmo que não tenha nenhuma estatística que estime a quantidade de pessoas não-heterossexuais, sabemos que há milhares, senão milhões, por aí. Logo, é importante mostrar que elas importam, que elas existem. E ter essa representatividade em um instituto federal gera um empoderamento muito bom", justificam.

Como atividade letiva, o evento recebeu o apoio da gestão do câmpus, por estar de acordo com a Resolução nº 1, de 30 de maio de 2012, que estabelece as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos; os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, que explicita que tratar sobre questões como sexualidade, entre outras que extrapolam os muros da escola, devem compor o corpo de conteúdos abordados dentro das instituições de ensino; e os projetos pedagógicos dos cursos, que destacam o objetivo de "fornecer também ao aluno uma formação integral humanista".

A intenção dos alunos é que a Jornada de Direitos Humanos e Sociedade seja instituída no calendário acadêmico do câmpus, para que aconteça todos os anos, abordando outros temas sociais, como desigualdade de gênero, desigualdade social e racismo, por exemplo.

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