EVENTOS Data de Publicação: 22 out 2018 12:20 Data de Atualização: 22 out 2018 12:32
O meteorologista Leandro Puchalski apresentou uma palestra sobre mudanças climáticas no encerramento da edição 2018 da Mostra Científico-Cultural do Câmpus São José na quinta-feira, 18 de outubro.
No auditório da instituição, Puchalski falou ao público sobre temas como efeito estufa, aquecimento global, matriz energética, mudanças climáticas em Santa Catarina e discutiu possíveis cenários climáticos para o futuro. Durante a palestra, explicou que o efeito estufa natural é essencial para a sobrevivência dos seres vivos, mas as ações humanas intensificam o processo e o tornam prejudicial.
Um dos relatórios apresentados por Puchalski mostrou que, a partir dos anos 1950, houve um aumento do uso dos combustíveis fósseis, como petróleo, gás e carvão, que levam milhares de anos para se formar, não são renováveis e aumentam a contaminação do ar.
Ao falar sobre mudanças climáticas em Santa Catarina, o meteorologista lembrou três: as enchentes de 2008, que atingiram mais de 1,5 milhão de pessoas e mataram 135; o furacão Catarina, em 2004, primeiro furacão do Atlântico Sul, que deixou 33 mil desabrigados e 518 feridos e; a tempestade tropical Anita, em 2010. “As mudanças climáticas são consequência do aquecimento global. Para configurar uma mudança climática tem que ter situações meteorológicas em regiões que nunca apresentaram esse tipo de sistema antes”, explicou.
Puchalski alertou que o aumento de apenas 1,5 grau Celsius na temperatura da Terra faria com que, a cada 100 anos, um verão fosse sem gelo na Antártida. Segundo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), a mudança climática pode ter impactos em saúde, economia, alimentação, moradia, água e ambiente, e causar a perda de espécies e habitats naturais, a diminuição das calotas polares e o aumento do nível do mar. O meteorologista disse que o modelo de consumo excessivo, de “extrair, produzir e descartar” não funciona mais.
“Todos nós somos culpados. O que podemos fazer no nosso dia-a-dia para usar menos energia e consumir menos? Nós recebemos na empresa uma xícara para tomar água e tomar café. Quando alguém vai visitar, tenho que emprestar a caneca porque não tem copo plástico para tomar água. A gente também pode consumir menos carne - a pecuária é o que mais joga metano na atmosfera. Parecem atitudes pequenas, mas se 7 bilhões de pessoas tiverem a mesma atitude, o efeito é diferente”, destacou.
Quase 40 atividades na programação
Realizada entre segunda, 15 de outubro, e quinta-feira, 18, a programação da Mostra Científico-Cultural do IFSC São José contou com palestras, rodas de conversa, minicursos, oficinas e apresentação oral de trabalhos. Entre os temas abordados estiveram ações afirmativas, desigualdade social, gravidez na adolescência e preconceito, educação e ciência na redução de desastres naturais, preconceito linguístico, ensino de química para cegos e mulheres na ciência.
“As palestras foram variadas, umas mais técnicas específicas, outras motivacionais e de experiência pessoal, além de várias atividades culturais. Para as próximas edições queremos divulgar para toda a comunidade e trazer o público de fora”, avalia Sandro Carlos Lima, coordenador de Extensão e Relações Externas e organizador do evento.
Também houve a colocação de um ponto de entrega voluntária de lixo eletroeletrônico e apresentações culturais, como a da banda “Gaciba e os Mitocôndrias”, formada por servidores do câmpus, na quinta-feira, 18.
“Como comissão destaco o grande engajamento da comunidade. Todas as atividades, incluindo as que tinham convidados externos, foram professores e servidores do câmpus que se empenharam para trazer os temas e organizar”, conta Flávia Maia Moreira, coordenadora de Pesquisa e Inovação do Câmpus São José.