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Na relação com tecnologia e sociedade, leitura ainda é destaque

EVENTOS Data de Publicação: 12 nov 2018 07:00 Data de Atualização: 09 nov 2018 15:13

Em tempos de indústria 4.0, avanço de tecnologias de automação e troca de dados, internet das coisas e computação em nuvem, qual o papel da leitura, do livro e da biblioteca? A programação da Semana do Livro e da Biblioteca do Câmpus Joinville aconteceu de 5 a 9 de nobembro e procurou mostrar que, independente da época, estes três elementos são sempre atuais e necessários ao incentivar a reflexão sobre o conhecimento e sua utilização para o desenvolvimento humano, valorizar as diferentes formas de expressão cultural e fortalecer as relações sociais.

A partir da ideia de que ninguém aprende sem ler, o professor Walter Bazzo foi enfático ao enaltecer a importância da leitura e de eventos que a incentivam. "Se quiserem aprender na vida, leiam, leiam, leiam", aconselhou aos estudantes dos cursos técnicos e superiores, nos dois momentos em que palestrou, à tarde e à noite, na quarta-feira (7). "Vocês precisam saber a importância da reflexão, criatividade, capacidade de enxergar pra frente e capacidade de ver o problema", ressaltou.

Autor de livros sobre ciência, tecnologia e sociedade e membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Tecnológica da UFSC (Nepet), Bazzo destacou que é preciso investir no conhecimento para que "a civilização 4.0 não seja uma relação doentia entre homem e máquina ou, pior, entre máquina e homem". Neste sentido, ele reforçou a importância do ser humano ser autônomo em termos de pensamento. "Não podemos confundir desenvolvimento tecnológico com desenvolvimento humano."

Para o professor, esta confusão tem a ver com a revolução 4.0, ou quarta revolução industrial, que engloba as principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de manufatura. "O advento da revolução 4.0 arrasta consigo a inteligência artificial, a internet das coisas, a impressora 3D e a nanotecnologia, mas, neste desenvolver de aparatos, agrava sobremaneira o desemprego e a desigualdade social", ponderou.

Segundo Walter Bazzo, a harmonia entre desenvolvimento tecnológico e desenvolvimento humano é essencial. "Esta civilização só vai ter sucesso se a equidade for mais perene." Entre as atitudes a serem tomadas para quebrar o que considerou o paradigma de uma sociedade desigual calcada na avidez do lucro e do consumo, o palestrante destacou a necessidade de políticas públicas consistentes que permitam estabelecer o ensino reflexivo e aprofundado para todas as classes sociais; processos interdisciplinares efetivos que possibilitem o conhecimento do mundo em que vivemos na relação indissociável entre a sociedade e sua produção cultural e tecnológica; e alfabetização científica e tecnológica de todas as pessoas.

Neste processo, a leitura ganha posição de destaque. "É preciso incentivar a leitura crítica de diferentes pensadores, com foco nos conhecimentos e situações concretas da sociedade contemporânea", reforçou Bazzo, lembrando que as novas variáveis do mundo real, fortemente baseadas no desenvolvimento tecnológico, não podem nos amedrontar como humanos.

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