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Curso do Pronatec gera oportunidades para alunas

CÂMPUS FLORIANÓPOLIS-CONTINENTE Data de Publicação: 12 set 2016 21:00 Data de Atualização: 06 fev 2018 15:18


Na última semana, alunas do curso de Confeiteiro oferecido pelo Câmpus Florianópolis-Continente do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)  participaram de uma atividade prática na Fundação Fé e Alegria, em Palhoça, para demonstrar na prática o que estão aprendendo. As estudantes apresentaram doces e tortas e ofereceram os quitutes para degustação de familiares e servidores. O momento foi de compartilhar a realização das receitas aprendidas e de comemorar o objetivo alcançado, bem como as perspectivas de futuro profissional e de geração de renda.

 

Algumas alunas já iniciam trajetória de sucesso, como Hosana Raquel Silva dos Santos, 40 anos, mãe de três filhos.  Apesar de morar em bairro distante do local do curso, ela aproveitou a oportunidade  para de se qualificar e deixar o trabalho como faxineira. Hosana conta que precisou faltar a muitas aulas para cuidar do pai, acometido de câncer, mas deixava a preocupação de lado nos momentos em que as colegas repassavam o conteúdo das aulas não assistidas. Para ela, o curso veio na hora certa, pois estava desempregada, e assim que aprendeu algumas receitas, já começou a preparação e venda de tortas e sobremesas. A partir das noções sobre marketing que teve nas aulas, Hosana começou a divulgar e oferecer o produto, levando amostras em cafés e outros estabelecimentos que vendem doces. Os resultados começaram a aparecer há três meses, com o fornecimento de tortas em diversos cafés em Palhoça e São José, inclusive em shoppings. Conforme Hosana, das 18 tortas que entrega diariamente, com a ajuda do marido que também estava desempregado, a  mais apreciada é a de morango.

 

Na casa de Fátima Terezinha Martins há um congelador novo e outros equipamentos para facilitar o preparo dos doces. Ela disse que sua primeira encomenda foi de grande quantidade, mas “apesar de assustador, tudo deu certo”. Conforme Fátima, é preciso ter tempo para se dedicar ao preparo e muitas vezes recebe a ajuda do filho mais novo, de 21 anos, que iniciou curso superior com bolsa do Prouni. Fátima também trabalhava com faxina, mas esperava a vaga no curso que desejava há vários meses, depois de ter se inscrito na Secretaria Municipal de Assistência Social de Palhoça. Avó de um bebê de sete meses, ela considera que valeu muito ter atravessado a BR 101 durante alguns meses para frequentar as aulas.

 

Acompanhada de seu bebê de 18 meses e familiares, Priscila Paulino, 28 nos, disse que não teve problemas em frequentar o curso, pois a filha ficava sob os cuidados da avó, moradora próxima da fundação. Ela fez o curso para ampliar o aprendizado, pois já tinha experiência na área com um ateliê de doces, mas lamenta que “às vezes as pessoas não querem pagar o preço por um produto de maior qualidade”. Formada também em Moda, Priscila disse que dá para aproveitar tendências dessa área para a decoração de bolos e tortas e que vai recomeçar as vendas aproveitando nichos de mercado, oferecendo empadão, além dos doces. 

 

Comercializar doces e salgados também é a intenção de Georgia Raimundo Martins, juntando-se em parceria com um parente que fez o curso de Salgadeiro e que recomendou para ela o curso de Confeiteiro. Georgia era empregada doméstica e agora pretende fazer curso técnico no IFSC, além de incentivar os filhos de 19 e 21 anos a continuarem os estudos. Moradora do bairro Bela Vista, ela sempre gostou de preparar doces, “mas nem se compara com o que aprendi aqui”.

 

Ver fotos e ouvir relatos das alunas do preparo em casa das receitas aprendidas nas aulas foi a maior satisfação da professora Mariana Vicenzi. Ela trouxe para as aulas a técnica chamada “Pasta americana”, que permite criar objetos esculpidos com os próprios ingredientes usados nas receitas, para acompanhar as tortas na decoração da mesa. A professora explica que, além das receitas de doces e alguns salgados básicos,  o curso orientou as alunas sobre armazenagem, técnicas de vendas e alimentação saudável. 

 

O professor da disciplina de Custos e servidor do IFSC, Fernando Ribas, procurou aproveitar questões práticas das alunas em seu cotidiano para explicar o conteúdo. Além de finanças, ele repassou orientações sobre a gestão do processo e também de marketing, sempre na perspectiva de empoderar as mulheres e não só oferecer formação profissional. Fernando disse que constrói suas aulas em coparticipação a partir do questionamento “o que posso oferecer para essa turma?”, adaptando o conteúdo às necessidades específicas de cada grupo.  “É confortante ver as alunas persistirem e alcançarem o objetivo”, afirmou. 

 

Para a coordenadora regional da Fundação Fé e Alegria, Renata Oliveira Ikeda,  há muitos exemplos de pessoas que deram uma virada na vida a partir dos cursos ofertados pelo IFSC. Segundo ela, os cursos de excelência são valorizados pela comunidade que também aderiu às formações oferecidas anteriormente, de Salgadeiro, Pizzaiolo e Espanhol. Renata destacou também a parceria com o IFSC e espera a continuidade do programa, oferecido à noite na fundação. Durante o dia, a fundação oferece Educação Infantil para crianças de 4 a 5 anos e educação complementar para alunos do Ensino Fundamental.

 

Por Leani Budde | Jornalista do Pronatec no IFSC

 

CÂMPUS FLORIANÓPOLIS-CONTINENTE

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