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Palestra sobre a guerra na Síria debate origens, perspectivas e impactos no Brasil

CÂMPUS JARAGUÁ DO SUL-CENTRO Data de Publicação: 16 mai 2018 08:59 Data de Atualização: 16 mai 2018 09:48

No início de maio, Amanda Pimenta, especialista nos conflitos do Oriente Médio esteve no Câmpus Jaraguá do Sul-Centro para debater com estudantes, servidores e comunidade o que são os confrontos que estão em andamento na Síria e qual a sua relevância nos cenários político e econômico atuais. Amanda realizou duas palestras abertas ao público no IFSC, uma no dia 3 e outra no dia 4, sempre com a presença de alunos tanto do Instituto Federal quanto de outras escolas da região. Clique aqui e veja fotos das palestras.

Considerada uma das piores crises humanitárias da história, a situação na Síria ganhou novas proporções quando os Estados Unidos decidiram intervir no conflito em abril deste ano. Na opinião da palestrante, após sete anos de guerra o conflito já estava praticamente decidido em favor do governo local, comandado por Bashar al-Assad. Porém, a intervenção dos países ocidentais gerou novas incertezas sobre os rumos da guerra.

Ouça abaixo uma entrevista concedida pela palestrante sobre o conflito


Segundo Amanda, a Síria é um dos países mais influentes do Oriente Médio. Além de possuir reservas de petróleo, a região ocupada pelo país representa uma ligação entre o ocidente e o oriente, com saída para o Mar Mediterrâneo e uma posição geográfica estratégica entre os continentes africano e asiático.

Os conflitos na Síria começaram em 2011, com manifestações pacíficas que foram duramente reprimidas pelo governo. Essas manifestações fizeram parte da primavera árabe, um movimento ocorrido em diversos países árabes no qual a população reivindicou o fim de governos autoritários que estavam há muitos anos no poder.

Porém, após anos de confrontos, não são apenas os sírios que participam da guerra. “Muitos grupos armados, militares e até religiosos viram nesse conflito e na instabilidade do país uma oportunidade de garantir seus próprios interesses. Os Estados Unidos e a Rússia também estão envolvidos, cada um de um lado confronto. E até o Estado Islâmico, aquele grupo fundamentalista religioso”, aponta Amanda.

Refugiados

Uma das questões que ganham repercussão internacional em função dos conflitos na Síria é a situação dos refugiados de guerra. “Atualmente são cerca de cinco milhões de refugiados, uma proporção que não se via desde a 2ª Guerra Mundial. Só no Líbano, um país vizinho, o número chega a um milhão de refugiados, representando cerca de 25% da população do país. Uma a cada quatro pessoas no Líbano é um refugiado”, destaca.

No Brasil o número de refugiados sírios é pequeno, mas não pode ser ignorado. Para a especialista, é necessário que o governo e a população apoiem iniciativas que visem ao acolhimento e à profissionalização de refugiados, como é o caso do trabalho realizado por ONGs na região de Curitiba, cidade em que mora a palestrante. “Aqui em Jaraguá quase não existem esses refugiados, mas lá em Curitiba são muitos e a sociedade tem que se mobilizar para ajudar essas pessoas que provavelmente perderam tudo no seu país”, afirma.

Além do reflexo social causado pela chegada de refugiados, outra consequência da guerra é a desestabilização do preço do dólar. “A Síria é uma produtora de petróleo e o petróleo tem influência sobre o preço do dólar. Por isso, mesmo tão longe, os conflitos naquela região fazem com que o valor do dólar aumente e muitos preços do que compramos aqui no Brasil também sejam afetados”, explica.

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