Audiência pública firma compromissos para IFSC permanecer em São Lourenço do Oeste

INSTITUCIONAL Data de Publicação: 08 dez 2023 11:55 Data de Atualização: 18 dez 2023 09:09

A gestão do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) encerrou de forma esperançosa a audiência pública realizada nesta quinta-feira (07), em São Lourenço do Oeste. O evento teve o objetivo de tratar das necessidades de investimento para a permanência e consolidação do IFSC na região Amnoroeste, com base na Portaria Nº 713/2021 do Ministério da Educação (MEC), que define parâmetros e normas para a reavaliação de funcionamento de algumas instituições de ensino federal.

A audiência ocorreu no Clube Recreativo Araucária (CRA) e contou com mais de 300 pessoas da comunidade que apoiaram a permanência do IFSC na cidade, autoridades dos Poderes Executivo e Legislativo da cidade e de municípios da região, além de representante do Ministério Público.

O debate centrou-se no grande desafio do IFSC: a aquisição de um terreno e a construção de uma sede própria, já que a instituição utiliza uma infraestrutura cedida pelo governo do Estado, por meio da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), que também é dividida com uma escola municipal. A partir da audiência, surgiram possibilidades de dois recursos financeiros: R$ 2,3 milhões vindos do deputado federal Pedro Uczai, para o terreno; e acesso ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para construção da sede própria.

“Durante a audiência buscamos colocar nossa preocupação e o prejuízo que temos e corremos com a falta da superação deste ponto relacionado à infraestrutura. O posicionamento do câmpus sempre foi em defesa da definição desta fragilidade e de forma muito responsável buscamos defender este ponto na audiência”, afirmou o diretor-geral do Câmpus São Lourenço do Oeste do IFSC, Daniel Fernando Carossi. 

Carossi ainda destacou que o câmpus fica esperançoso “com o anúncio do deputado federal Pedro Uczai com a destinação de recurso para aquisição de um terreno e com a fala do pró-reitor de Administração do IFSC, Aloísio Silva Junior, com a sinalização de acesso ao recurso reservado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para construção da nova sede de São Lourenço do Oeste”.

Aloísio Silva Junior, pró-reitor de Administração do IFSC, destacou que haverá R$ 18 milhões do Ministério da Educação (MEC), por meio do PAC, voltados especialmente para os câmpus avançados que ainda não têm sede própria. “O que a gente precisa de São Lourenço do Oeste é justamente este comprometimento de todos os entes. E a gente precisa intervenção do Poder Público em todos os sentidos, seja de transporte, pavimentação, e outros”, destacou.

Apoio das autoridades e da comunidade

O deputado federal Pedro Uczai utilizou seu momento de fala, de forma remota, para destinar recursos ao câmpus: “Estamos comemorando 15 anos dos Institutos Federais no Brasil. Em Santa Catarina temos 37 campi, como o de São Lourenço do Oeste, que queremos transformar num câmpus autônomo. Assumi o compromisso de destinar R$ 2,3 milhões para comprar uma área de 15 mil metros quadrados para construir definitivamente o Câmpus do IFSC em São Lourenço do Oeste”.

Diego Albino Martins, diretor-geral do Câmpus São Miguel do Oeste, lembrou de 2014, quando a população com cartazes pedia a instituição em São Lourenço do Oeste, e de quando surgiu a notícia de que o IFSC se instalaria na cidade. “Mas hoje lembro de uma frase do Darcy Ribeiro que é possível adaptar para a situação de São Lourenço do Oeste: ‘Tenho tão nítido o Brasil que pode ser, que há de ser, que me dói o Brasil que é’. Parecia tão nítido o Câmpus São Lourenço do Oeste que há de ser naquela ocasião, que dói hoje a situação atual. O IFSC conseguiu mais de 4 mil matrículas, o trabalho dos colegas que estão aqui é excepcional, conseguem transformar essa incerteza em trabalho, cursos, entregas. E sei o que ainda há de ser”, afirmou.

O presidente da Câmara de Vereadores de São Lourenço do Oeste, Renan Fedrigo destacou que o mérito do IFSC em São Lourenço do Oeste é indiscutível. “Nosso sentimento enquanto vereadores é pensar nas áreas de profissionais que teremos aqui no município daqui a cinco, 10, 20 anos”. Ele continou afirmando que a preocupação maior é administrativa, burocrática, mencionou o fato de ano que vem ser ano eleitoral relacionando a compra/transferência de área de terra entre Município e IFSC, mas que o Poder Legislativo está disponível para auxiliar.

O Promotor de Justiça da Vara da Infância e Juventude, Mateus da Fontoura Gomes, entende que a permanência do IFSC envolve uma série de investimentos, entre eles contábil, pois é um grande investimento para a cidade; de capital humano, porque as pessoas estarão trabalhando e circulando na cidade e trazendo novas ideias; e de futuro. “Eu converso com muitos adolescentes e eles dizem que querem estudar em outro lugar, como na Capital. Então podemos deixar eles aqui. É com base na educação que queremos construir o futuro”, afirma.

O secretário de Administração e Fazenda de São Lourenço do Oeste, Antonio Cantelmo Neto, representou o prefeito Augustinho Assis Menegati, que não compareceu por motivos de saúde. Segundo o secretário, a Prefeitura apoiará em todas as demandas que forem necessárias, mas sai de cena no que diz respeito à aquisição do terreno: “O deputado federal Pedro Uczai resolveu o problema, então saímos mais aliviados. Nada mais justo, o IFSC é uma escola federal, sobrevive de recurso federal”. 

Ainda, Cantelmo Neto afirmou que o Município solicitou a escola onde hoje funciona o IFSC “porque não podíamos abrir mão, é uma escola municipal, são mais de 600 alunos onde funciona o Irmã Neusa. Não podíamos abrir mão em função das crianças, que aí sim é competência cuidar da educação desde o berço até o nono ano. Essa é a obrigação do Município. Não tiramos o mérito do interesse de São Lourenço do Oeste que o IFSC se firme aqui, que passe do status de Câmpus Avançado para câmpus definitivo. É nosso interesse, mas não podemos fugir da nossa responsabilidade. Então eu acredito que vamos encerrar essa audiência pública depois de todas as falas com sensação de dever cumprido [...]. E a Prefeitura sai de cena a partir deste momento no que diz respeito à aquisição do terreno, e estaremos apoiando em todas as outras demandas que serão necessárias”, declarou.

O vice-prefeito de São Bernardino, Jair Xavier, destacou que esteve na última audiência e colocou-se à disposição. “O Município de São Lourenço do Oeste é um ponto estratégico. Também dependemos do IFSC permanecer aqui. Quero colocar o nosso município a disposição. Chamem as prefeituras que compõem a Amnoroeste para discutir o problema, não vamos apenas jogar a responsabilidade apenas para o governo federal e não chamem a responsabilidade apenas para São Lourenço do Oeste”, afirma.

Além dele, os demais prefeitos e/ou representantes dos oito municípios da Amnoroeste também estiveram presentes e demonstraram seu apoio à permanência do IFSC. Servidores da instituição e membros da comunidade também fizeram falas de apoio à consolidação do IFSC na cidade e região.
 

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