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Solução para indústria têxtil feita no Câmpus São José é destaque em Frankfurt, na Alemanha

PESQUISA Data de Publicação: 02 ago 2022 15:48 Data de Atualização: 15 set 2022 18:02

Um projeto de pesquisa desenvolvido no Câmpus São José resultou em uma inovação no ramo de tecnologia para a indústria têxtil. Com a instalação de um sensor a laser capaz de medir automaticamente o desgaste de uma faca de corte de tecidos, o equipamento produzido pela companhia Audaces - que tem unidades em Florianópolis, em Palhoça e em Rovereto (Itália) - consegue ter um melhor desempenho na produção de roupas em relação a outras máquinas que ela fabricava anteriormente. Um dispositivo semelhante só existe em uma máquina produzida por uma companhia no Japão, segundo conta o professor Roberto de Matos, da área de Telecomunicações, que coordenou a pesquisa no IFSC.

No processo de produção de roupas, há uma etapa chamada “sala de corte”, responsável por cortar o tecido por meio de uma máquina de corte automática. A peça que corta o tecido (“faca de corte”) desgasta-se com o tempo, tanto com a realização desse trabalho quanto com a afiação automática feita pela máquina, obrigando a troca preventiva dela para manter a qualidade do corte.

O problema apresentado pela empresa para os pesquisadores do IFSC foi desenvolver um sistema de baixo custo que identificasse automaticamente o desgaste da faca de corte para que a recalibragem do equipamento pudesse ser feita com maior precisão e sem parar a produção. O método mais comum usado na indústria para calcular o desgaste baseia-se em um modelo matemático linear que estima um decréscimo na largura da faca de corte de 250 micrômetros a cada afiação (um micrômetro é equivalente a um metro dividido em um milhão de partes iguais). No entanto, esse valor é uma estimativa considerando que o desgaste seja uniforme (sempre igual no mesmo intervalo de tempo).


Na prática, porém, o desgaste da faca de corte ocorre de maneira irregular, o que resulta em uma afiação ineficiente, provocando a troca prematura ou tardia da faca, o que afeta a qualidade do corte e reduz o tempo de vida útil do equipamento.

Os pesquisadores do IFSC - além do professor Roberto, participou, como bolsista, o estudante Mário Allan Lemkuhl de Abreu, de Engenharia de Telecomunicações, cujo estágio obrigatório foi baseado na pesquisa  - buscaram sensores a laser disponíveis no mercado e trabalharam na caracterização dele, que inclui a calibração, a medição de precisão e a criação de algoritmo para calcular o desgaste da faca de corte em milímetros.

A máquina que possui o sensor caracterizado a partir da pesquisa do Câmpus São José foi apresentada pela empresa no final de junho em uma feira em Frankfurt, na Alemanha. “No início, não sabíamos que era algo tão inovador. Hoje sabemos que é algo que agrega muito valor à máquina”, diz Roberto.

A pandemia adiou em um ano a finalização da pesquisa, que ocorreu de junho de 2019 a junho de 2021. No total, foram investidos R$ 50 mil, dos quais metade foi obtida com apoio de um edital da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc) lançado especificamente para financiar pesquisas aplicadas desenvolvidas pelo IFSC. A outra metade dos recursos veio de aporte financeiro da empresa Audaces, que trouxe a demanda para o IFSC por meio dos engenheiros Adriano Irigoite (gerente de engenharia da empresa) e André Tonon e para quem a tecnologia foi transferida ao final da pesquisa.


Mais informações podem ser obtidas com o professor Roberto de Matos, pelo e-mail roberto.matos@ifsc.edu.br.
 
PESQUISA CÂMPUS SÃO JOSÉ

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