CÂMPUS CANOINHAS Data de Publicação: 22 mar 2021 14:41 Data de Atualização: 22 mar 2021 14:53
Itajaí-Açu, Chapecó, Mãe Luiza, Itapocu, Cubatão, Carahá, Canoinhas, Araranguá. Desde que os primeiros povos da humanidade compreenderam o sistema de cheias dos rios e criaram técnicas de armazenamento de água, dominaram o cultivo da terra e deixaram de ser nômades para fixarem residência, os povoamentos ocorrem às margens ou próximos a um rio. Além da importância econômica, histórica e geográfica, os cursos de água são responsáveis pela própria identidade social e cultural dos povos.
Por isso, como na antiguidade, conhecer o rio é essencial para garantir a sua sobrevivência e a sustentabilidade de toda região da respectiva bacia hidrográfica. “Os recursos hídricos ficam extremamente comprometidos se a população que se estabelece ou já se estabeleceu em determinado local desenvolve atividades que degradam o meio ambiente”, explica o pós-graduando João Miguel Casagrande, do curso de especialização em Desenvolvimento Rural Sustentável do Câmpus Canoinhas.
A preocupação com a preservação e uso racional da água o levou a escolher o estudo do Índice de Qualidade da Água (IQA) do Rio Canoinhas para seu trabalho de conclusão de curso. “A degradação das margens e a poluição por efluentes sem tratamento comprometem a sua qualidade. No entanto, em pesquisas na literatura científica, foram encontrados poucos dados relacionados ao IQA do Rio Canoinhas”, justifica.
“É muito importante sermos os ‘vigilantes’ dos nossos mananciais”, ressalta a orientadora da pesquisa e professora de química do Câmpus Canoinhas, Maria Bertília Oss Giacomelli, que é integrante do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Canoinhas e Demais Bacias Catarinenses Afluentes do Rio Negro. A professora de química Juliana Aparecida da Silva também atua no trabalho, como coorientadora.
Segundo os pesquisadores, as informações do IQA vão contribuir no embasamento de ações corretivas ou preventivas de combate a alterações antrópicas ou naturais da água. “Utilizando-se do IQA, serão avaliados os parâmetros de qualidade da água do Rio Canoinhas, quanto à temperatura, fósforo total, turbidez, pH, sólidos totais, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes fecais, oxigênio dissolvido e nitrogênio total”, contam. As amostras de água foram coletadas em fevereiro e estão em fase de análise.
“Esses dados são de extrema importância, pois a população do entorno se relaciona diretamente com o rio, utilizando-o para recreação em períodos quentes, alimentação e comércio, além do abastecimento da cidade de Canoinhas e parte de Três Barras. O abastecimento adequado de água, em quantidade e qualidade, é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico, com reflexos diretos sobre as condições de saúde e de bem-estar da população”, destaca João Casagrande.
Segundo professora Bertília, o IFSC tem um papel essencial na realização de pesquisas que atendam as demandas da sociedade, com destaque para as questões ambientais. “Os câmpus do IFSC foram implantados com o objetivo principal de atuar no desenvolvimento de suas regiões. E um dos nossos valores é a sustentabilidade, pautada pela responsabilidade ambiental, social e econômica.”