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Projeto aproxima estudantes da cultura açoriana

EXTENSÃO Data de Publicação: 15 jul 2022 11:50 Data de Atualização: 15 jul 2022 11:57

Conhecer, aprender, experimentar, reviver, criar, contribuir são alguns verbos, intransitivos,  transitivos diretos ou indiretos, presentes no dia a dia dos alunos dos cursos Técnicos Integrados de Química, Eletrônica e Eletrotécnica do Campus Florianópolis, envolvidos no projeto de extensão Revivendo a Cultura Açoriana. A iniciativa é desenvolvida na disciplina de Português, que na 6ª fase aborda também a Literatura Catarinense, e resultou em uma revista eletrônica e hipercontos. 

“A fim de ‘movimentar’ o semestre e proporcionar uma maior interação entre os estudantes, as aulas são realizadas em forma de gincana cultural, com atividades desenvolvidas ao longo de todo o semestre”, conta a professora de Português, Cláudia Silveira, que ao lado do professor de Artes, Christian Fernandes, realiza o projeto. Cláudia, que possui sua dissertação de mestrado sobre Franklin Cascaes, aproveita para aplicar seus conhecimentos literários sobre o artista em sala de aula. Christian, da área de Artes, explora os desenhos e pinturas a nanquim de Cascaes.

Ela conta que este ano, as turmas 614 (Química), 622 (Eletrônica) e 623 (Eletrotécnica) fizeram uma visita ao bairro de Santo Antônio de Lisboa, onde tiveram a oportunidade de ver de perto a arquitetura açoriana, a primeira rua calçada de Santa Catarina, os casarões antigos, a igreja de Nossa Senhora das Necessidades e a pia batismal mais antiga da ilha de Florianópolis. “Depois disso, visitaram o Espaço Cultural Casarão Engenho dos Andrade, um casarão de 1860, que foi tombado pelo patrimônio histórico, localizado, também, em Santo Antônio de Lisboa, onde participaram de duas oficinas, uma de contação de histórias de bruxas e lobisomens, resultantes da tradição oral, e outra de confecção de cerâmica, junto ao artista plástico Cláudio Andrade”, relata a professora.

Como avaliação dessa visita técnica, os alunos tiveram algumas tarefas da gincana a serem cumpridas, dentre elas, a produção de uma revista eletrônica e a criação de um hiperconto (versão do conto para a era digital), a partir das histórias dos descendentes de açorianos registradas por Franklin Cascaes.

Produções

A revista eletrônica Cultura açoriana Do passado ao presente, produzida pelas alunas Gabriella Santana da Silva, Helena Santos Carvalho Menezes de Oliveira, Jennifer Cardoso da Luz e Sabrina Huzu Lacerda, tematiza a cultura açoriana e traz conteúdo informativo sobre fortalezas da Ilha, religiosidade (Festa do Divino Espírito Santo; Festa da Santíssima Trindade - Festa da Laranja; Procissão do Senhor dos Passos, Terno de Reis, …), jogos e brinquedos, engenho de farinha, pesca da baleia, pesca artesanal da tainha, benzedeiras, rendas de bilro, boi de mamão, farra do boi, vinda dos açorianos para Santa Catarina, e arquitetura e culinária açoriana. “Além disso, os alunos tinham de fazer uma entrevista com algum morador da ilha que contasse causos da literatura oral”, salienta Claudia.

O hiperconto é uma versão do conto para a Era Digital. “Mas ele ainda continua sendo um conto, de tradição milenar, que requer narratividade, personagens, ponto de vista e enredo”, explica a mestre de Português. Segundo ela, o texto, naturalmente, ainda deve ser o cerne do hiperconto, preservando seu caráter literário. “Imagens, em movimento ou não, áudios, hiperlinks, interatividade e quebra da linearidade são apenas algumas das possibilidades do hiperconto”, destaca, e atribui ao professor Marcelo Spalding a criação do projeto de literatura digital, em 2009.

A última tarefa da gincana constitui na confecção de um hiperconto a partir de um conto de Franklin Cascaes. “Para isso, os alunos leram a obra O Fantástico na Ilha de Santa Catarina e escolheram um conto. Escolhido o conto, eles copiam um trecho até o momento em que julgam ser interessante iniciar o processo de criação do hiperconto e começar a criar a teia”, esclarece Claudia, que exemplifica: “o texto do Cascaes é ‘na Sexta-feira Santa daquele ano, de manhã cedo, ela chamou a Carriça, apanhou uma vassoura e foi varrer o quintal ‘pra mo’de’ mostrar a sua coragem contra o poder da fé guardada por seus ancestrais e também para cumprir a promessa da aposta. Quando a Vivina deu a primeira varredela, a vassoura…’. Agora vem a continuação do conto, pelos alunos: a vassoura transformou-se em bruxa ou a vassoura saiu voando pelos ares. Para cada uma das opções, a história se modifica e vai criando a teia – é tipo um jogo de RPG, em que o leitor decide o fim da história”.

A professora explica que este tipo de atividade dá muito trabalho porque os alunos precisam construir um fluxograma para as histórias e desenvolver várias histórias, com vários finais, ou seja, a produção textual é rica e diversa. “E o melhor é que os alunos aprendem, treinam a escrita e se divertem muito tecendo as histórias”.

Bárbara Lanna, Beatriz Ofugi, Mateus Rabelo e Natan Duarte produziram o hiperconto Bruxas atacam pescador. Armadilha feita com pilão de chumbar café para apanhar bruxas foi criado por Júlia Molon, Julia Neves Castelo Branco e Manuella Cardoso Teixeira, ainda no semestre passado. 

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