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Câmpus terá Especialização em Língua Estrangeira para Educação Básica

CÂMPUS FLORIANÓPOLIS-CONTINENTE Data de Publicação: 31 ago 2021 16:55 Data de Atualização: 31 ago 2021 17:03

O Câmpus Florianópolis-Continente teve aprovado pelo Conselho Superior do IFSC a criação de uma Pós-graduação Lato sensu em Ensino de Língua Estrangeira para a Educação Básica. O curso será na modalidade a distância, com duração de um ano (390 horas). A primeira oferta está prevista para 2023, com abertura de duas turmas - uma de inglês e outra de espanhol - com 50 vagas cada.

O foco da pós-graduação é na metodologia de ensino de línguas estrangeiras e não na habilitação na língua, como explica a coordenadora do curso, professora Marimar da Silva. "O diferencial deste curso é a proposta de abordagem metodológica. Partimos do pressuposto que professor de línguas tem competência na língua que ensina, mas talvez a forma como ensina não esteja em harmonia com a forma como as habilidades linguísticas se processam e se desenvolvem no cérebro do estudante da Educação Básica e/ou com as necessidades e interesses desse aluno, entre outras questões. O trabalho de aperfeiçoamento e de conhecimento mais aprofundado do idioma vai acontecer naturalmente pelos participantes do curso, de forma tangencial, na leitura de textos, no contato com professores que têm conhecimento profundo da língua e do seu ensino, mas nosso olhar será para a forma como esse professor da Educação Básica ensina a língua para seus alunos."

Segundo Marimar, um dos objetivos do curso é quebrar determinadas concepções que interferem na abordagem de ensino na sala de aula, como o conhecimento prévio da gramática para que os alunos comecem a falar, entender, escrever ou ler no idioma que estudam, ou o conceito de cultura digital na Educação Básica ou o ensino da cultura dissociada da língua, entre outras. Uma das disciplinas do curso aborda processos e práticas de ensino-aprendizagem de idiomas, em que será discutido, por exemplo, o que acontece no cérebro de um aluno quando ele é exposto ao ensino-aprendizagem de inglês ou espanhol, e como esses processos podem ser trabalhados por meio de atividades de aprendizagem para que o aluno se aproprie do idioma que estuda na escola e passe a usá-lo. 

Professor reflexivo e pesquisa-ação

Marimar explica que o curso parte do conceito de professor reflexivo, o profissional que pensa sobre sua prática e ao identificar algum problema vai em busca de uma solução. "Para essa abordagem trazemos paralelamente outro conceito que é o do professor pesquisador, por meio do qual o professor vai desenvolver microprojetos de pesquisa-ação em sua sala de aula. O grupo de docentes vai orientar esse professor a ser o pesquisador da sua própria prática e guiá-lo de tal forma que  consiga, passo a passo, solucionar o problema que identificou em seu contexto de ensino. E assim, ao entender o “caminho metodológico” que ele precisa percorrer para seu aluno aprender, esse professor poderá resolver autonomamente outros problemas que venha a identificar em sua prática e, idealmente, explicar teoricamente porque seus alunos aprendem ou não."

O grupo de docentes da especialização conta com professores com Doutorado nas áreas de Tecnologias, Fonética e Fonologia, Literatura, Cultura, Formação de Professores, entre outras.

TCC

Outro diferencial do curso é o formato do trabalho de conclusão do curso (TCC). O curso propõe a monografia ou a produção de um ‘Portfólio de Atividades de Aprendizagem’. O portfólio é um compêndio das atividades de aprendizagem que o aluno do curso terá de desenvolver nos microprojetos de pesquisa-ação com seus alunos da Educação Básica. Além de trabalho de conclusão de curso, o portfólio, após aprovação por banca, será postado no Portal da EduCAPES e servirá de material de consulta e estudo por outros professores, socializando o conhecimento produzido ao longo do curso.

Demanda em SC

Para se ter uma dimensão do impacto direto e indireto desta oferta, segundo a Sinopse Estatística da Educação Básica para Santa Catarina referente ao ano de 2019 (INEP, 2020), apenas no município de Florianópolis, em 2019, havia 23 mil estudantes matriculados nas séries finais do ensino fundamental e 16 mil matriculados no ensino médio, os quais, obrigatoriamente aprendem pelo menos uma língua estrangeira.

Marimar conta que há alguns anos vem pesquisando sobre  formação de professores da Educação Básica. A área foi foco do mestrado e doutorado da professora, além de pesquisas realizadas enquanto era professora colaboradora na  Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). "Conversei muito com professores experientes e professores  em formação e identificamos essa lacuna - especialização com foco em metodologia de ensino de línguas - em diferentes partes do estado."

Público

Para participar da seleção para a especialização, que será por sorteio, o candidato deve ser formado em Letras Inglês ou Letras Espanhol ou equivalente. Dados da Prova Brasil compilados do Educacenso de 2017 apontam que mais de 40% dos professores catarinenses em atuação no nono ano de ensino fundamental concluíram a graduação há pelo menos 15 anos, o que sinaliza a importância de iniciativas de formação continuada.

Especificamente no que se refere à área de Línguas, estudo do British Council publicado em 2019 revela que a média de idade dos profissionais de línguas é de 41,6 anos, o que ratifica os dados do Educacenso relativos à distância temporal entre a conclusão do curso de graduação e o momento presente da atuação profissional. 

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