EXTENSÃO Data de Publicação: 06 mai 2025 12:49 Data de Atualização: 15 mai 2025 12:47
Dois trabalhos desenvolvidos no Câmpus Criciúma do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) foram selecionados para apresentação no Simpósio de Sustentabilidade da instituição, que ocorre entre os dias 27 e 29 de maio, no Auditório da Reitoria, em Florianópolis. O evento tem como foco o debate sobre políticas públicas sustentáveis, abordando ações relacionadas à preservação ambiental, inclusão social e viabilidade econômica.
O simpósio reunirá representantes de instituições de ensino, poder público, sociedade civil organizada e comunidades para discutir práticas sustentáveis aplicáveis à realidade social e ambiental atual. Os projetos do Câmpus serão apresentados como exemplos de iniciativas que podem ser adaptadas em outros contextos educacionais.
A compostagem na perspectiva ecoformadora: a construção de intervenções pedagógicas em espaços educativos formais e não formais
Criado em 2022 como uma ação extensionista voltada à compostagem e à implantação de horta, o projeto Canto da Horta consolidou-se como espaço de práticas pedagógicas e ambientais no IFSC Câmpus Criciúma. Atualmente reconhecido como Laboratório Aberto Interdisciplinar Canto da Horta (LAICH), o ambiente tornou-se um importante recurso educativo, reunindo estudantes de diversos cursos, servidores técnicos e docentes.
Localizado em uma área verde do Câmpus, o espaço conta com hortas, sistemas de compostagem, relógio biológico do chá, casinha de abelhas sem ferrão e tecnologias de captação e rega com água da chuva. O projeto teve início com acadêmicos e docentes da Licenciatura em Química e, com o tempo, passou a envolver também bolsistas da Engenharia Mecatrônica, do curso técnico integrado em Edificações e de outras áreas, promovendo a interdisciplinaridade entre as diferentes formações disponíveis na instituição.
Além de atender às atividades dos cursos, o LAICH também recebe visitas de instituições da comunidade. Apenas no segundo semestre de 2024, mais de 340 pessoas participaram das visitas guiadas, entre elas, 120 estudantes do próprio Câmpus e 220 alunos da educação básica da região.
Com o objetivo de ampliar seu impacto, o grupo desenvolve o projeto “A compostagem na perspectiva ecoformadora: a construção de intervenções pedagógicas em espaços educativos formais e não formais”. A proposta busca fortalecer as visitas ao laboratório e expandir a iniciativa para outras instituições interessadas em adotar sistemas de compostagem.
“O projeto tem como objetivo contribuir com a transformação dos diferentes espaços educativos formais e não formais, por meio da realização de oficinas e implementação de composteiras termofílicas e/ou a vermecompostagem nas respectivas localidades”, afirma a coordenadora do trabalho, Giselia Antunes Pereira. Além de Giselia, integram a equipe as professoras Cristine Saibert e Sabrina Rosa Paz, que também atuam na organização das atividades pedagógicas e extensionistas do laboratório.
Entre os participantes está o estudante de Engenharia Mecatrônica Anthony Buss Gomes, que destaca o valor de fazer parte do projeto. “É um sentimento de gratidão, principalmente por poder mostrar os frutos do projeto, o trabalho que ele vem exercendo dentro do Câmpus e a justificativa de continuar trazendo recursos para ele. O projeto valoriza a sustentabilidade e o manejo correto dos resíduos orgânicos, trazendo um valor agregado a eles. Isso contribui para o crescimento do Câmpus e também da comunidade, que tem a oportunidade de aprender mais e se conscientizar sobre a importância desse tipo de ação”, comentou.
Na trilha do desenvolvimento sustentável
Criado em 2014 e ativo anualmente desde 2018, o projeto Na Trilha do Desenvolvimento Sustentável, do Câmpus Criciúma do IFSC, tem como missão promover a educação ambiental voltada à sustentabilidade. Desde 2022, a iniciativa passou a adotar o subtítulo “Plantando o Futuro” e já atendeu mais de 4.200 pessoas, entre estudantes da educação infantil ao ensino médio, além de adultos da comunidade.
O carro-chefe do projeto é uma trilha ecológica localizada em uma área verde do Câmpus, onde os participantes aprendem, de forma prática e interativa, sobre biodiversidade, conservação ambiental e desenvolvimento sustentável. Com o tempo, a equipe também desenvolveu jogos educativos com as mesmas temáticas, ampliando os recursos pedagógicos utilizados.
Segundo o professor Pedro Rosso, coordenador da iniciativa, a proposta é despertar o interesse pela proteção da natureza. “A ideia é que as pessoas conheçam um pouquinho mais sobre as questões ambientais e, ao conhecerem, passem a se envolver mais com a proteção da natureza, pensando principalmente nas gerações futuras, que hoje têm 8, 10, 15, 20 anos e estarão aqui pelos próximos 50, 60, 70 anos”, explica.
O coordenador também destaca os resultados concretos do projeto. “A gente já perdeu a conta de quantas mudas foram plantadas durante as atividades da trilha e do pátio. Algumas delas hoje estão com vários metros de altura. Parte da arborização do estacionamento do Câmpus nasceu em ações da trilha”, relata. Entre as espécies plantadas estão mudas de palmiteiro, o que contribui para enriquecer a biodiversidade do espaço.
Durante o Simpósio de Sustentabilidade, o projeto será apresentado como exemplo de ação replicável. “Quando socializamos as ideias, a gente estimula que outras pessoas as repliquem. Não são ideias das quais queremos nos apropriar, mas compartilhar para que sejam disseminadas”, afirma o professor. Ao todo, o projeto já envolveu 29 bolsistas e 11 professores. A expectativa é seguir ampliando os impactos da trilha e inspirar novas práticas de educação ambiental em outros Câmpus do IFSC e instituições da região.