Migrantes e refugiados aprendem técnicas para elaboração de currículos

EXTENSÃO Data de Publicação: 11 abr 2023 14:34 Data de Atualização: 11 abr 2023 14:49

Vinte e três pessoas com idades entre 18 e 57 anos participaram, no dia 24 de março, da atividade “Simplifica: oficina de currículos e posts de marketing usando o Canva”, ministrada por estudantes do curso técnico integrado em Informática do Câmpus Chapecó. Todos os participantes são venezuelanos que buscam oportunidades de trabalho no Brasil ou querem aprimorar atividades já em andamento.

De acordo com o professor do curso técnico em Informática Janilson Loterio, que organizou a atividade, a ideia principal era capacitar os migrantes para o uso de meios digitais de informação, como e-mail, drives e redes sociais. As estudantes que ministraram a oficina optaram por trabalhar também a ferramenta gratuita Canva, que permite a criação de materiais gráficos como currículos e cards para publicações nas mídias sociais. Parte do grupo de migrantes está fazendo uma formação em Empreendedorismo e Finanças para Mulheres Migrantes, na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), e esses conhecimentos deverão contribuir para as atividades deles.

A oficina foi realizada em parceria com a Associação Voluntários para o Serviço Internacional no Brasil (AVSI Brasil), entidade sem fins lucrativos que visa contribuir na melhoria das condições de vida das pessoas em situações de vulnerabilidade ou emergência humanitária. “A AVSI nos procurou em 2022 para discutir a oferta de um curso de informática para migrantes, e depois de várias reuniões conseguimos realizar a oficina”, detalha o professor Janilson. A AVSI tem um projeto chamado “Acolhidos por meio do trabalho”, que visa melhorar o acesso para o trabalho formal a refugiados e migrantes  venezuelanos e para a população brasileira mais vulnerável.

A atividade no Câmpus Chapecó envolveu as estudantes Camila Kist, Daniela Dalla Vecchia, Danieli Dalla Vechia e Suyanne da Silva, que ministraram a formação sob supervisão dos professores Janilson Loterio e Willian Drose. Como alguns migrantes estavam acompanhados por crianças, foi organizado um “espaço kids” para que os pequenos tivessem atividades enquanto as mães e pais estavam na oficina. Esse espaço foi organizado por Gabriela Fossato e Arthur Vaccari, também estudantes do curso técnico em Informática.

Feedback

O articulador do Projeto Acolhidos em Chapecó, João Pina, conta que é comum os migrantes enfrentarem dificuldades para preparar um currículo. “Já tivemos relatos de que uma pessoa pagava cerca de R$ 10 para alguém produzir e imprimir uma folha do currículo. Como já estávamos em conversações com o IFSC de Chapecó, levantamos essa pauta e para eles também foi uma oportunidade para que os alunos da disciplina Oficinas de Integração com foco em Informática, Cidadania e Ética, pudessem exercer uma atividade prática e de apoio à comunidade local”, explicou.

É o caso de Jean Hernandez, 21 anos. Há dois meses morando em Chapecó, ele se interessou pelo curso, pois já tem um pouco de conhecimento na área de informática. Atualmente ele trabalha como freelancer, mas foi motivado pelo pai a fazer o curso. “Eu acho que vai ser um passo para me desenvolver nesta área. Eu quero fazer mais cursos e buscar aperfeiçoamento em marketing digital. Eu acho que tem muitas oportunidades no Brasil nesta área, pois aqui tudo é muito digital”, disse.


Já Abrahanlis de Jesus Rios, 23 anos, aproveitou a oportunidade para aprender a utilizar a ferramenta Canva e também para desenvolver técnicas de marketing, já que ela e sua mãe exercem atividades de corte e costura em Chapecó, onde moram há cerca de um ano. “Temos ideia de empreender nesta área e por isso quero aprender como postar adequadamente nas redes sociais, para divulgar nosso trabalho e oferecer nossos serviços de forma profissional”, explica.


 

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