Neabi do IFSC do Rau participa de cerimônia indígena em Araquari

INSTITUCIONAL Data de Publicação: 03 mar 2023 18:17 Data de Atualização: 06 mar 2023 11:06

Na noite desta terça-feira (28), os professores Marcelo Silva de Jesus e Márcio Antonio Pau participaram, representando o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Câmpus Jaraguá do Sul-Rau, da cerimônia Nhemongarai Yy Kara’i, o Batismo da Água Sagrada, que ocorreu na Aldeia Tekoá Piraí, em Araquari SC.

A cerimônia, que acontece todos os anos, é uma tradição Guarani M’bya e simboliza um momento muito importante em que famílias de diferentes comunidades Guarani da região se reúnem na casa de reza para cantar, dançar e rezar. A atividade serve ainda para manter e fortalecer a cultura Guarani, pois este é um dos seus rituais mais sagrados.

Na cerimônia são utilizadas as velas tata rendy, feitas de cera de abelha. Os professores também tiveram a oportunidade de montar suas próprias velas, cobrindo uma linha de algodão com a cera. “Cada pessoa pode fazer as velas em nomes dos seus familiares”, explica Marcelo.

Durante a cerimônia, no único momento em que o cacique se comunica com os presentes utilizando a língua portuguesa, foi explicado aos jurua kuery (não-indígenas) que por meio das velas acesas o xamoi reza para nós nos fortalecermos espiritualmente e para que nossos filhos e nossos pais também recebam forças espirituais. Além disso, por meio das tata rendy (velas) o xamoi busca a revelação dos nomes das crianças.

A cerimônia Yy Karaí, que acontece nas aldeias das regiões Sul e Sudeste do Brasil, é também um ritual para batizar e para limpar o corpo. Ele é preparado com água e cascas de cedro – árvore muito valorizada na cultura Guarani. A mistura fica embaixo de uma estrutura montada para receber as velas.

Segundo o professor Marcelo, a vivência proporcionou aos membros do Neabi do IFSC do Rau conhecer um pouco da história e da cultura de povos guaranis da região, além de aprender um pouco mais sobre aqueles que ajudaram – e ajudam – a construir e manter a terra em que vivemos.

“A conexão estabelecida por meio da cerimônia foi um importante momento de conexão com a nossa própria história, com nossas forças ancestrais. Nós, do Neabi Jaraguá do Sul Rau, torcemos para que tenhamos mais oportunidades como esta, nos colocando como mais um espaço de acolhimento para as comunidades, e como defensores do reconhecimento, do respeito e do fortalecimento da cultura e da história não só dos povos Guarani, mas de todos os povos indígenas do nosso país”, afirma o docente do IFSC.

INSTITUCIONAL CÂMPUS JARAGUÁ DO SUL-RAU