PESQUISA Data de Publicação: 16 mai 2023 16:58 Data de Atualização: 16 mai 2023 17:05
Os professores do Câmpus Itajaí Mathias Schramm e Thiago Pereira Alves e os técnicos da Epagri Luiz Fernando Vianna e Robson Ventura dos Santos publicaram artigo, na revista científica Science of the Total Environment, sobre a importância dos parâmetros meteorológicos para prever a ocorrência da floração de algas dinoflageladas, fenômeno também conhecido como maré vermelha. A partir de dados coletados de 2009 a 2019, os pesquisadores observaram que o fenômeno da maré vermelha, que ocorre quando algumas espécies de algas dinoflageladas liberam toxinas na água o que pode inviabilizar o consumo de moluscos bivalves como ostras, mariscos e mexilhões, costuma ocorrer com maior frequência sob algumas variáveis meteorológicas.
No artigo, os pesquisadores mostram que no caso de Santa Catarina, a prevalência da microalga Dinophysis spp., que está associada à síndrome diarreica, costuma ocorrer durante o final do outono e nos meses de inverno sob condições de alta pressão atmosférica, com predominância de ventos do oeste e do sul, baixa radiação solar e baixas temperaturas. O padrão inverso é observado com a Pseudo-nitzschia spp. que produz ácido domoico causador da síndrome amnésica. Ela costuma ocorrer principalmente durante o verão e o início do outono.
“Isso mostra a importância dos parâmetros meteorológicos para futuros esforços de modelagem preditiva. Antes costumava-se utilizar imagens de satélite para verificar a presença de clorofila na água e esses dados costumavam ser usados como possíveis indicadores para a ocorrência de maré vermelha. Mas por essas imagens não sabemos quais são as microalgas envolvidas e isso não é suficiente. Pesquisas como essa que conseguimos desenvolver junto com a Epagri mostram a importância de um trabalho coletivo que reúna pesquisadores de diferentes áreas. Só com os dados que nós temos sobre as análises da água e dos moluscos que foram feitas no Laboratório Oficial de Análise de Resíduos e Contaminantes em Recursos Pesqueiros (Laqua) nós não conseguiríamos fazer este levantamento”, explica o professor Mathias Schramm.
O artigo é resultado da pesquisa “Detecção e acompanhamento de florações de algas e suas relações com a pesca e aquicultura em Santa Catarina” que foi financiada com recursos de edital da Fapesc. “Com o projeto, foram adquiridos sensores para colocar em estações da Epagri no litoral de Santa Catarina, o que nos permitiu ter uma série de informações. A proposta é continuar a levantar os dados e ampliar o período de análise que no caso dessa pesquisa foi de dez anos”, explica o professor Mathias Schramm.
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