Nessa semana, participei do Fórum de Desenvolvimento Institucional, realizado no Maranhão. Tivemos uma pauta focada nas estratégias da Rede Federal para o ano de 2023.
O diretor de Desenvolvimento da Rede Federal da Setec/MEC - que também já foi pró-reitor de Desenvolvimento Institucional e reitor do IFSUL de Minas -, Marcelo Bregagnoli, trouxe uma perspectiva esperançosa em relação à retomada de investimentos e à ampliação do banco de professores e de TAEs. A definição da estrutura dos câmpus avançados e a finalização das obras paralisadas serão prioridade neste primeiro momento.
A informação de que terá retomada do processo de expansão para municípios com mais de 40 mil habitantes foi recebida com preocupação e, ao mesmo tempo, alegria. Em Santa Catarina, haverá um trabalho articulado do IFSC e do IFC para apresentar um estudo técnico para a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológicas sobre a espacialidade dos novos câmpus.
Uma grande preocupação dos presentes é que a expansão aconteça, mas sem esquecer os atuais câmpus que ainda se encontram em fase de consolidação. Ressaltei ao diretor Marcelo que não podemos admitir câmpus que oferecem ensino técnico integrado sem quadras de esportes. Esse passivo deveria ser resolvido antes da expansão.
Ao final da reunião, tivemos uma palestra com o promotor da infância e da juventude de São Luís do Maranhão, Márcio Thadeu Marques Silva. O assunto foi como enfrentar a onda de violência nas escolas. O promotor Márcio é um dos maiores especialistas em cyberbullying do país e já havia contribuído antes com o IFSC, concedendo uma entrevista sobre o assunto. A promoção da cultura da paz nas escolas vai exigir um grande esforço dos professores, pais, TAEs e estudantes.
A tragédia que aconteceu em Blumenau deixou nossas escolas em alerta máximo, mas precisamos ter serenidade e união para que o pânico não possa impedir que o processo educativo e as práticas restaurativas sejam implementados. A preocupação com a violência extrema e ameaças de atentados se soma ao problema da violência do cyberbullying. Ontem foi publicada no nosso site uma nota oficial sobre as ações contra a violência nas escolas
O Instituto Ipsos avaliou que o Brasil é o 2º país do mundo com mais casos de cyberbullying contra crianças e adolescentes. Entre as agressões mais comuns estão: falar mal de uma pessoa para outra, zombar de alguém por sua aparência, marcar alguém em fotos vexatórias, ameaçar alguém, zombar de alguém por conta de sua cor ou orientação sexual e postar intencionalmente sobre eventos em que um colega foi excluído para ele ver que foi excluído.
Recentemente, foi publicada a Lei nº 13.185 / 2015, que determina que “é dever dos estabelecimentos de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnóstico e combate à violência e à intimidação sistemática (bullying)”. Nessa esteira, um ano depois, a Lei nº 13.277/2016 instituiu o dia 7 de abril como o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. Divulgamos, inclusive, uma notícia sobre a data na semana passada.
Para a lei, o bullying ocorre quando uma pessoa é constantemente intimidada, humilhada ou discriminada de forma física ou psicológica. Em seu Art. 3º tem-se: A intimidação sistemática (bullying) pode ser classificada, conforme as ações praticadas, como:
I – verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente; II – moral: difamar, caluniar, disseminar rumores; III – sexual: assediar, induzir e/ou abusar; IV – social: ignorar, isolar e excluir; V – psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular, chantagear e infernizar; VI – físico: socar, chutar, bater; VII – material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem; VIII – virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de constrangimento psicológico e social.
O cyberbullying ocorre quando alguém usa a internet ou outras tecnologias para fazer bullying com outras pessoas. Isso pode incluir enviar mensagens ofensivas, espalhar boatos falsos, ameaçar ou até mesmo expor fotos ou vídeos constrangedores de alguém. O crime pode afetar pessoas de todas as idades, mas especialmente afeta os mais jovens, que não sabem como lidar com a situação, utilizam redes sociais com maior frequência e nelas tendem a se expor mais.
Mas se enganam que o bullying é sofrido apenas pelos estudantes. Uma pesquisa recente mostrou que o Brasil é o primeiro país do mundo em bullying contra os professores. Uma grande ação restauradora deverá ser colocada em curso nos próximos meses pelo Ministério da Educação e pelo Ministério da Justiça.
Que as crianças brutalmente assassinadas não sejam esquecidas.
Bernardo Cunha Machado - 5 anos Bernardo Pabest da Cunha - 4 anos Larissa Maia Toldo- 7 anos Enzo Marchesin Barbosa - 4 anos
Para quem quiser saber mais, deixo o link para um e-book sobre cyberbullying que organizei para marcar a data de 7 de abril.
Até a próxima!
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