Estudantes formam coletivo para estimular outros jovens a refletirem e se engajarem em questões ambientais  

EXTENSÃO Data de Publicação: 24 jul 2023 18:40 Data de Atualização: 25 jul 2023 10:23

Quando se pensa em problemas ambientais, mudanças de hábito dos indivíduos podem fazer a diferença, mas quando temos um grupo de pessoas que juntas pensam em soluções para essas questões a transformação é ainda maior. É essa a proposta do coletivo jovem, um projeto de extensão do Câmpus Itajaí, que busca promover ações em escolas sobre questões de emergência climática e estimular que outros jovens reflitam sobre o contexto regional. “Nós costumamos promover oficinas nas escolas em que abordamos algumas fake news a respeito das questões climáticas em que os estudantes precisam dizer se alguma afirmação é falsa ou verdadeira. O que tem nos chamado bastante a atenção é que quando perguntamos qual seria a principal fonte de gases de efeito estufa, a maior parte dos estudantes responde que seria a queima dos combustíveis fósseis utilizados pelos veículos, mas essa informação é falsa. A principal fonte é o desmatamento. Ao promover esses debates, queremos estimular que esses jovens reflitam sobre questões como o contexto de vida local, o transporte urbano e a poluição de rios”, explica a professora do Câmpus Itajaí Laura Kremer, que é a coordenadora do projeto.

O grupo já esteve nas escolas estaduais Elfrida Cristino da Silva, Paulo Bauer, Francisco de Paulo Seara e Henrique da Silva Pontes, no Câmpus Gaspar do IFSC  e apresentou o coletivo no Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepei) do IFSC. “Quando a gente fala de meio ambiente a gente fala de ciência e isso nos dá o poder de provar que o que falamos é real e verídico e que os nossos argumentos sejam levados a sério. Durante o projeto, estamos sempre nos questionando sobre qual é nosso papel nesta sociedade com relação aos problemas ambientais. Se pensarmos apenas no que eu individualmente posso fazer, a sensação que fica é de uma incapacidade de fazer mudanças. Sozinho a gente não consegue fazer muita coisa, mas se conseguirmos fazer um coletivo de pessoas que tem o mesmo propósito que é o de garantir que todos, independentemente, de classe social, gênero ou etnia  possam usufruir do que o nosso planeta tem para dar sem causar um colapso ambiental, já estamos promovendo grandes transformações”, avalia o estudante Felipe Custódio, do técnico integrado em Recursos Pesqueiros, que é um dos integrantes do projeto. 

A partir do trabalho que eles vêm desenvolvendo nas escolas, Felipe avalia que uma das principias dificuldades encontradas estão as de desmentir fake news sobre o meio ambiente. “Há uma corrente contrária a essa luta que são as pessoas que se beneficiam com toda essa degradação ambiental. Ai o nosso trabalho se dá também em falar sobre como saber onde e como se informar. Queremos estimular esses jovens a se juntarem ao coletivo. A proposta é fazer com que eles pensam no meio ambiente não numa caixa fechada, que seja apenas reciclagem, plantar árvore ou fazer uma horta. Queremos levar essas questões para uma instância das políticas socioambientais. A gente tem encontrado muita dificuldade em engajar os jovens. É difícil ir além deste discurso individualizado e levá-lo para outros nichos como o da política e a da educação. A gente se encontra em um ciclo onde as pessoas entendem que existe esse problema, mas elas acham difícil romper isso. Esse não é um trabalho fácil, mas que pode salvar a nossa humanidade, além de trazer qualidade de vida para todos.”

Um das formas que o grupo tem buscado para romper esse ciclo é com a utilização de jogos para o trabalho com outros estudantes. Além de um projeto de extensão, eles estão trabalhando em um projeto de pesquisa para o desenvolvimento de novos jogos. A partir do quiz sobre fake news que eles costumam realizar nas escolas, eles estão desenvolvendo um jogo de tabuleiro que consiste na releitura do jogo War e estão trabalhando também em um outro jogo de cartas. “Participar do coletivo jovem é uma experiência um tanto quanto formidável porque nos faz nos apropriar dos temas mais atuais sobre emergência climática e, no decorrer das atividades que nós realizamos, foi possível perceber uma significativa evolução relacionada à apropriação de algumas questões ambientais. Além disso, o projeto nos permite melhorar a comunicação oral e escrita por conta das oficinas que realizamos e os textos acadêmicos que escrevemos”, avalia a estudante do técnico integrado em Recursos Pesqueiros Júlia Caetano, que é uma das integrantes do projeto.

Projeto 

Para mais informações sobre o coletivo jovem, envie e-mail para a coordenadora do projetolaura.kremer@ifsc.edu.br.

 

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