Intercambista francês atua em projeto de pesquisa do Câmpus São José

INTERNACIONAL Data de Publicação: 24 ago 2023 17:42 Data de Atualização: 17 nov 2023 11:01

O Câmpus São José está recebendo neste semestre o intercambista francês Enrick Frenet, de 25 anos, estudante de engenharia no Cesi (sigla em francês para “Câmpus de Ensino Superior e Formação Profissional”, numa tradução aproximada), em Nanterre, na região metropolitana de Paris. Ele veio participar de estudos que fazem parte de um projeto para investigar a variação térmica nos momentos de carga e descarga em baterias, coordenado pelo professor Samuel Luna de Abreu e desenvolvido em parceria com instituições de ensino alemãs e apoio de agências de fomento também da Alemanha. O objetivo final do projeto é estudar o reaproveitamento de baterias usadas de carros elétricos em novas aplicações, como a geração de energia elétrica para a iluminação pública. 

Enrick estuda no curso de Engenharia Geral e está no último ano. Ele se candidatou à vaga de intercâmbio pela curiosidade em conhecer o Brasil. Antes de vir, pesquisou informações sobre a região da Grande Florianópolis e gostou do que viu. “Não conhecia nada a respeito da região, mas vi que tem paisagens muito bonitas. E lá na França me disseram para tomar cuidado com a segurança no Brasil, mas não sinto esse problema aqui”, conta. O intercâmbio dele no câmpus será de três meses.

Nascido em Guadalupe, um território ultramarino francês no Caribe, Enrick vive na França desde os 2 anos de idade e, nesse período, nunca havia saído da Europa. Fala inglês e consegue entender algumas coisas em português escrito. Para melhorar seu conhecimento na nossa língua, está frequentando aulas do curso de Português para Estrangeiros do Câmpus São José, no qual consegue conversar em francês com os colegas, em sua maioria vindos do Haiti, país também do Caribe que tem o francês como uma de suas línguas oficiais. “Mas o professor quando vê pede para a gente parar e tentar falar em português”, diz, rindo.

Além do português, Enrick diz que está aprendendo com a estada em São José a levar a vida de um jeito mais leve. “Eu sou de Paris. É um local muito urbano e lá a gente faz tudo muito rápido, sai de um lugar pro outro rápido, a vida é muito corrida. Aqui vocês estão mais perto da natureza, e as pessoas são muito educadas e acolhedoras”, elogia. 

Aprendizados e ensinamentos

Na parte acadêmica, o maior aprendizado que tem tido é resolver problemas do projeto por conta própria e com menos recursos do que na França, algo que, segundo ele, os brasileiros conseguem fazer bem. O que ele espera poder ajudar no contato com os colegas brasileiros é mostrar como é desenvolvido o trabalho de pesquisa no seu país.  

Dois bolsistas do câmpus trabalham diretamente com Enrick no projeto. Um deles, Vinicius Fernando de Lima, 18 anos, está na quarta fase do técnico integrado em Refrigeração e Climatização e conta que a experiência com o colega francês tem sido boa. “Estamos nos dando bem. É uma boa oportunidade para praticar a conversação [em inglês] e tenho aprendido coisas novas tanto no lado pessoal quanto sobre engenharia”, afirma. Um desses aprendizados é no modo de estudo que Enrick traz do curso de Engenharia Geral, segundo Vinicius, que pretende fazer Engenharia Mecânica na sua graduação.

Estudante da última fase do técnico subsequente em Refrigeração e Climatização, Matheus Schwab, 25 anos, conta que a língua “é um desafio”, mas que a equipe tem conseguido comunicar-se bem com Enrick em inglês. “Ele faz um curso de Engenharia Geral voltado para a gestão de projetos. Então, ele tem nos ajudado bastante com a organização, além de questões de tecnologia, como a familiaridade com microcontroladores e o processo de impressão 3D”, destaca. Por meio do colega francês, Matheus acabou conhecendo um software de impressão 3D sobre o qual já havia ouvido falar, mas com o qual nunca havia trabalhado.

Relação entre as instituições


Esta é a segunda vez que o Câmpus São José recebe intercambista do Cesi, instituição com a qual o IFSC tem acordo de cooperação desde 2018. Entre julho e outubro de 2019, Jonathan Brigitte e Simon Calluaud, também estudantes de engenharia, estiveram no câmpus também para participar de projetos de pesquisa. 
Em 2022, foi a vez de representantes do câmpus irem ao Cesi. Os professores Anastácio da Silva Júnior, Marcelo Luiz Pereira e Rogério Vilain, da área de Refrigeração e Climatização, estiveram na França para apresentar resultados de pesquisas desenvolvidas no câmpus sobre conforto térmico e qualidade do ar e tratar do desenvolvimento de trabalhos em conjunto entre as duas instituições.

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