BLOG DO IFSC Data de Publicação: 12 ago 2020 09:10 Data de Atualização: 16 mai 2024 11:05
Estamos chegando aos cinco meses de um distanciamento social que ninguém imaginava lá no início do ano. Você deve ter feito inúmeros planos para 2020 que foram por água abaixo, não é?
Tivemos todos que nos adaptar a esse novo contexto. É a tal da resiliência que tanto se fala.
Mas não é um processo fácil, não é mesmo? Ainda mais quando já dura tanto tempo e, por enquanto, não há perspectiva para terminar.
-> Leia o post “Existe uma previsão para o fim da pandemia?”no IFSC Verifica
Já fizemos um post sobre cuidados com a saúde mental lá no início da pandemia.
-> Como não pirar com o coronavírus?
E para tentar entender tudo o que estamos vivendo (sim, porque atrás dessa marca chamada IFSC tem um coração angustiado também ♡), conversamos com a psicóloga do IFSC, Milena Garcia da Silva.
Como se manter seguro, mas preservando a saúde mental?
É importante compreendermos o dinamismo do ser humano. Sempre que enfrentamos uma situação de tragédia, perda, ou uma mudança drástica na vida, passamos por algumas fases de maturidade emocional:
A psicóloga Milena nos explicou essas fases:
Mudança de hábitos
Outra dificuldade que estamos enfrentando - pessoalmente e enquanto sociedade - é a mudança de hábitos, como o uso de máscaras e o distanciamento social. Segundo Milena, como a resposta a essas mudanças não é imediata, acabamos nos desestimulando a manter os novos comportamentos.
É possível retroceder
Milena alerta que sem políticas públicas que reforcem a necessidade da população continuar mantendo um comportamento, é natural que as pessoas comecem a regredir nas fases. É por isso que, em algum momento, você já pode ter tido raiva de quem vai à praia enquanto você está em casa ou acha que já pode voltar a sair porque não conhece ninguém que pegou o vírus.
“Eu começo a regredir nessas fases ao invés de eu avançar e chegar na fase da aceitação e realmente me permitir viver em uma nova realidade, com novos hábitos, com novas descobertas, que é o que eu tenho para esse momento”, explica a psicóloga.
Dicas de sobrevivência
Tá, agora você já pode até ter identificado a fase que está nesse momento, mas quer alguma luz no fim do túnel, não é? Calma que nossa psicóloga também nos passou dicas que compartilhamos aqui para que possamos viver este momento da melhor forma (ou da menos pior rs) possível.
Primeiro é importante compreender que esse sentimento de solidão que estamos vivenciando não é só por quem mora sozinho. Muitas vezes, pode ocorrer mesmo com quem mora com outras pessoas e não se permite dialogar, olhar para o outro e nem mesmo se escutar.
1) Mude a forma de ver as coisas
2) Use a tecnologia a seu favor
Muitas pessoas já passam o dia conectado estudando e/ou trabalhando. Então use a tecnologia também para manter o contato com nossos familiares e amigos. E isso não só quando você precisa. Já pensou que você pode ser a rede de apoio para alguém que não tem a iniciativa de te ligar?
3) Permita-se cantarolar e dançar
Outra coisa que parece estranha, mas não é, é o cantarolar. E não precisa ser nenhum cantor profissional pra fazer isso, viu? Vale desde um hit sertanejo até um pagode ou uma MPB.
Nossa psicóloga explica que quando cantarolamos, a gente neutraliza a atividade cerebral de preocupação. Então quando se sentir angustiado(a), respire bem fundo, saia cantando pela casa ou até dançando. O importante é se movimentar, tirar o foco da preocupação e se concentrar nesse relaxamento.
-> Como se manter ativo durante o distanciamento social?
4) Cuide da sua mente
Que atire a primeira pedra quem já não se perdeu em pensamentos negativos de situação que nem aconteceram? “E se eu perder meu emprego? E se eu perder algum familiar?” Lembrem-se: são hipóteses. Procure não se preocupar com situações que ainda não aconteceram.
E como fazer isso? A dica da Milena é simples. Quando começar a ter pensamentos ruminativos, olhe pela janela, perceba o movimento, se há vento, imagine-se em um lugar que te traga relaxamento… O lance é mudar o foco da tua angústia para um pensamento mais positivo e tira essa preocupação de mente.
Quando é o momento de pedir ajuda profissional?
Nossa psicóloga deu algumas dicas nesse post de como lidar com esse momento. Mas pode ser que, para algumas pessoas, não seja o suficiente. Quando a situação começa a sair do controle, pode ser o momento de pedir ajuda. E como perceber isso?
Segundo Milena, se você estiver sentindo um sofrimento significativo e persistente que está interferindo na sua alimentação, no seu sono e na sua rotina, procure um profissional da área da saúde mental. No caso dos alunos do IFSC, procure o Núcleo Pedagógico do seu câmpus. Já os trabalhadores do IFSC podem participar do projeto Escuta Qualificada.
E quando o problema está no comportamento do outro?
Aí você pode estar se questionando: “Grande coisa eu estar me cuidando, enquanto tem gente que continua ignorando a orientação de distanciamento social e encontrando parentes, saindo com os amigos…”
Pois é, em alguns momentos, parece que temos que escolher entre ser feliz ou ter razão, não é? E você se vê triste porque aquele amigo de quem tanto gosta não está respeitando o momento da forma que você acha que deveria (provavelmente, igual ao que você está fazendo).
-> Leia neste post do IFSC Verifica por que ainda não é aconselhável visitar familiares e sair com amigos
De fato, é um momento difícil, já que as atitudes individuais afetam o nosso viver em sociedade e, dependendo do que está sendo feito, não contribuem para chegarmos a um estágio de maior tranquilidade nesta pandemia.
Nossa psicóloga destaca que a gente não consegue mudar o comportamento do outro. O que se pode fazer é comunicar ao outro como nos sentimos quando determinada situação acontece.
Surtar faz parte
Se você ainda não deu uma surtada, mande já um e-mail pra gente nos contando... rs
Brincadeiras à parte, é importante que a gente entenda que é normal viver esse turbilhão de sentimentos neste momento.
E aí, vamos tentar ver o copo meio cheio? ;)
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