BLOG DO IFSC Data de Publicação: 22 fev 2023 16:50 Data de Atualização: 17 mai 2024 17:36
Você sabia que temos vários cursos de graduação com conceito máximo, segundo avaliação do Ministério da Educação (MEC)? E que por várias vezes fomos considerados o melhor instituto federal do Brasil por termos o maior Índice Geral de Cursos no país? Mas, afinal, como são feitas essas avaliações? No post de hoje, vamos explicar os principais indicadores de qualidade dos cursos e das instituições que oferecem ensino superior no Brasil.
Como explica o site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) - autarquia ligada ao MEC responsável por promover estudos, pesquisas e avaliações periódicas sobre o sistema educacional brasileiro -, existem quatro grandes indicadores para avaliar a educação superior no Brasil:
- Conceito Enade
- Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD)
- Conceito Preliminar de Curso (CPC)
- Ìndice Geral de Cursos (IGC)
Eles integram um conjunto de procedimentos e instrumentos diversificados que avaliam as instituições, de acordo com o que prevê a Lei do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Vamos conhecer um pouco mais sobre cada um deles.
Conceito Enade
O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) avalia o desempenho dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos que esses cursos se propõem a ensinar e as habilidades e as competências desenvolvidas pelo aluno durante sua formação. O Enade é obrigatório: apenas o concluinte que realizar a prova e responder ao questionário do estudante, vinculado ao exame, pode colar grau.
O Conceito Enade é, portanto, um indicador de qualidade que avalia os cursos por meio do desempenho dos seus estudantes no Enade. O cálculo e a divulgação dele ocorrem anualmente para os cursos com pelo menos dois concluintes que participaram do exame.
O chamado Ciclo Avaliativo do Enade compreende a avaliação periódica de cursos de graduação a cada três anos. Os cursos avaliados a cada ano são definidos conforme a área do conhecimento a que pertencem, ou seja, os cursos não são avaliados todos os anos. A divisão das avaliações por ano segue a seguinte sequência:
Ano I
- cursos de bacharelado nas áreas de: ciências agrárias; ciências da saúde e áreas afins; engenharias; e arquitetura e urbanismo;
- cursos superiores de tecnologia nas áreas de: ambiente e saúde; produção alimentícia; recursos naturais; militar e de segurança.
Ano II
- cursos de bacharelado nas áreas de: ciências biológicas; ciências exatas e da terra; linguística, letras e artes; ciências humanas e ciências da saúde, com cursos avaliados no âmbito das licenciaturas;
- cursos de licenciatura nas áreas de: ciências da saúde; ciências humanas; ciências biológicas; ciências exatas e da terra; linguística, letras e artes;
- cursos superiores de tecnologia nas áreas de: controle e processos industriais; informação e comunicação; infraestrutura e produção industrial.
Ano III
- cursos de bacharelado nas áreas de: ciências sociais aplicadas e áreas afins; ciências humanas e áreas afins que não tenham cursos também avaliados no âmbito das licenciaturas;
- cursos superiores de tecnologia nas áreas de: gestão e negócios, apoio escolar, hospitalidade e lazer, produção cultural e design.
Após o Ano III, voltam a ser avaliados os cursos do Ano I, depois novamente os do Ano II e assim sucessivamente.
E como foi definida a classificação dos cursos em áreas? Para os cursos de bacharelado e licenciatura, é usada a tabela de áreas do conhecimento divulgada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Já no caso dos cursos superiores de tecnologia, os eixos tecnológicos são baseados no Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia (CNCST), do MEC.
Por isso que, de vez em quando, divulgamos que nossos estudantes irão prestar o Enade ou os nossos resultados.
Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD)
O IDD é um indicador que busca mensurar o valor agregado pelo curso ao desenvolvimento dos estudantes concluintes, considerando seus desempenhos no Enade e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Para que um curso tenha o IDD calculado, é preciso que ele atenda às seguintes condições:
- ter no mínimo dois estudantes concluintes participantes do Enade com dados recuperados da base de dados do Enem no período entre o ano de ingresso deles no curso e os três anos anteriores;
- atingir 20% do total de concluintes participantes do Enade com dados recuperados da base de dados do Enem.
O IDD é calculado desde 2007, como componente de outro indicador de qualidade da educação superior, o Conceito Preliminar de Curso (CPC), que vamos ver a seguir.
-> Veja como foi o desempenho dos cursos do IFSC no Conceito Enade e no IDD mais recentes
Conceito Preliminar de Curso (CPC)
O CPC é um indicador cujo cálculo e divulgação ocorrem no ano seguinte ao da realização do Enade, com base na avaliação de desempenho de estudantes, no valor agregado pelo processo formativo e em insumos referentes às condições de oferta – corpo docente, infraestrutura e recursos didático-pedagógicos –, conforme metodologia aprovada pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes). Os cursos que não tiveram pelo menos dois estudantes concluintes participantes do Enade não têm seu CPC calculado, ficando Sem Conceito (SC).
Aqui, cabe uma observação: o CPC, embora tenha nome parecido e tenha relação com esse outro indicador, é diferente do Conceito de Curso (CC). O conceito de curso é um dos componentes do CPC, sendo a nota final de qualidade dada pelo MEC aos cursos de graduação a partir de uma avaliação - geralmente presencial - por uma comissão do ministério considerando três dimensões: organização didático-pedagógica; corpo docente e tutorial; e infraestrutura. Cada uma tem subitens que recebem notas até 5 e formam o conceito final da dimensão. Os conceitos das três dimensões são usados para calcular o CC, cuja nota máxima também é 5.
O CC é elaborado após o curso formar a primeira turma e, portanto, ocorre posteriormente ao CPC, cujo cálculo inclui dados do Enade, do IDD e do próprio conceito de curso.
No total, 51 cursos de graduação do IFSC já têm seu CC, sendo 25 deles com nota 5, 22 com nota 4, e quatro com nota 3. Dez cursos ainda estão sem conceito.
Índice Geral de Cursos (IGC)
Quando a gente diz que “o IFSC é o melhor instituto federal do Brasil”, o indicador usado para isso é o Índice Geral de Cursos (IGC), que avalia as instituições de educação superior, nesse caso, considerando cursos de graduação e os de pós-graduação, cuja avaliação é feita a cada três anos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), também vinculada ao MEC.
A escala do IGC varia de 1 a 5, sendo que as duas primeiras faixas são consideradas inadequadas e as instituições podem até sofrer sanções do MEC. O melhor índice é o 5.
O cálculo do IGC é realizado anualmente e leva em conta os seguintes aspectos:
- média dos CPCs dos últimos três anos, relativos aos cursos avaliados da instituição, ponderada pelo número de matrículas em cada um dos cursos computados;
- média dos conceitos de avaliação dos programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) atribuídos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) na última avaliação trienal disponível, convertida para escala compatível e ponderada pelo número de matrículas em cada um dos programas de pós-graduação correspondentes, conforme os dados oficiais da Capes. Todos os cursos de mestrado e doutorado de instituições públicas e privadas são avaliados e podem receber conceitos que vão de 1 (menor) a 7 (maior). Os cursos de aperfeiçoamento e especialização (pós-graduação lato sensu) não passam por avaliação periódica da Capes;
- distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino, graduação ou pós-graduação stricto sensu, excluindo as informações do item anterior para as instituições que não oferecerem pós-graduação stricto sensu (não é o caso do IFSC, que possui cursos de mestrado).
Como o IGC considera o CPC dos cursos avaliados no ano do cálculo e nos dois anos anteriores, sua divulgação refere-se sempre a um período de três anos (triênio), compreendendo todas as áreas avaliadas previstas no Ciclo Avaliativo do Enade.
O IFSC já teve o melhor IGC entre os institutos federais em várias ocasiões, sendo a mais recente em 2021, cujos dados eram referentes a 2019.
Ufa, são muitos indicadores, não é mesmo? Agora que você conhece um pouco mais sobre eles, fica mais fácil acompanhar as informações que divulgamos sobre os resultados do IFSC. Ficou com alguma dúvida ainda? Envie para blog@ifsc.du.br.
Cadastre-se para receber nossos posts
Se você quiser receber nossos posts por e-mail sempre que publicarmos, deixe seu e-mail no nosso cadastro. Para ver tudo o que já publicamos no Blog do IFSC, clique aqui.