IFSC VERIFICA Data de Publicação: 20 dez 2024 16:12 Data de Atualização: 20 dez 2024 18:17
Difícil imaginar a vida sem plásticos, não é mesmo? Itens produzidos com esse material derivado do petróleo, que tem vários subtipos, estão em todo lugar: em equipamentos eletrônicos, utensílios domésticos, automóveis, materiais de construção, cosméticos e até itens de vestuário, como calçados, acessórios e roupas. Além disso, os plásticos são o material mais maciçamente usado em embalagens de incontáveis produtos, desde os alimentícios, de higiene e limpeza até as controvertidas sacolinhas de supermercado.
Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) estimam que, dos 430 milhões de toneladas de plástico produzidas anualmente em todo o planeta, cerca de dois terços são produtos de vida curta, como garrafas PET, sacos plásticos e embalagens tidas como descartáveis em geral. Ao se degradarem na natureza, eles dão origem a um tipo de resíduo que tem despertado cada vez mais preocupação: os microplásticos. Esse tipo de resíduo tem despertado cada vez mais interesse dos cientistas, que já constataram, inclusive, a presença de microplásticos no organismo humano. O problema também chama a atenção de governos e gestores públicos, que negociam um tratado global para conter a poluição plástica - que, no entanto, ainda não chegou a um consenso.
Neste post, pesquisadores do IFSC explicam por que a poluição provocada por plásticos é um problema e falam sobre os efeitos ela pode ter não só na natureza, mas também na nossa saúde. Reunimos também alguns dados obtidos em pesquisas que vêm sendo feitas na instituição em torno dessa problemática.
Microplásticos no nosso organismo
Pode parecer estranho, mas o ser humano tem cada vez mais ingerido plásticos, sem perceber. A estimativa é que seja cerca de 5 gramas por semana, o equivalente a um cartão de crédito. Parte deste material pode ser expelido pelas fezes, mas uma parte dele vai se acumulando no corpo. “Quando a gente pega um predador que está no topo da cadeia alimentar, que é o caso do ser humano, ao se alimentar de animais que também tenham ingerido plásticos como crustáceos e moluscos, indiretamente nós consumimos componentes plásticos. Os riscos à saúde humana vão depender do tempo ao que o organismo ficou exposto, do tipo de partícula e de como elas irão interagir com as nossas biomoléculas”, afirma a professora de Biologia do Câmpus Itajaí Laura Kremer.
O plástico costuma entrar no nosso organismo por meio de micro e nanopartículas, que têm entre cinco milímetros e um nanômetro. Essas partículas, que podem estar suspensas no ar, podem entrar na nossa pele com o uso de cosméticos e de roupas feitas com tecidos que tenham em sua composição o plástico, pela ingestão de água ou mesmo por alimentos.
A professora Laura explica que ainda é difícil dimensionar os impactos do plástico no organismo humano, porque precisamos de pesquisas a longo prazo. Mas, segundo ela, já há evidências dos riscos à exposição prolongada a essas partículas. “Há dados que mostram uma prevalência maior de câncer de intestino e de pâncreas em trabalhadores da indústria plástica. Um dos fatos que mais me chamou a atenção foi terem encontrado resquícios de plástico no cérebro humano. Nós temos uma barreira hematoencefálica no cérebro que impede que muitas substâncias tóxicas entrem contato com o cérebro e mesmo assim foram encontradas partículas plásticas neste órgão.”
O professor do Mestrado em Clima e Ambiente do IFSC Thiago Pereira Alves explica que o arranjo de carbono e hidrogênio nos materiais plásticos tornam esse material muito estável e que o corpo humano não consegue processá-lo. “O plástico tem um efeito crônico a longo prazo no nosso organismo, não é algo imediato. No caso de um microplástico que chega ao intestino, se ele tiver em sua composição, por exemplo, algum tipo de aditivo antimicrobiano isso também terá efeitos no nosso corpo.”
O que são os plásticos? E por que eles são tão usados em vários setores industriais?
Conceitualmente, o plástico é um material sem defeitos: precisa de pouca energia para ser extraído e processado e, com a tecnologia correta, pode ser facilmente reciclado ou reutilizado em outras aplicações. “O grande problema é que a sociedade vem falhando no que diz respeito à destinação correta desses materiais, que acabam sendo descartados na natureza sem critério. Faltam mecanismos sociais para que o reaproveitamento e a reciclagem do plástico sejam feitos de maneira minimamente efetiva”, salienta o professor Eduardo Nascimento Pires, que é doutor em Ciência e Engenharia de Materiais pela UFSC e atua na área de Plásticos do Câmpus Caçador.
As tecnologias para transformação do petróleo em materiais polímeros começaram a se desenvolver na virada do século 19 para o 20, mas o uso universal dos plásticos ganhou força e atingiu escala industrial após a segunda guerra mundial. As vantagens do uso desse material são muitas: trata-se de uma matéria-prima facilmente moldável e que exige baixo consumo de energia no processamento, o que significa baixo custo atrelado à produção. “Essas características fizeram com que o plástico fosse substituindo, ao longo do tempo, os materiais tradicionais”, ressalta o professor. “Isso possibilitou, entre várias outras coisas, uma maior qualidade de vida. Se a gente ‘sumisse’ com o plástico hoje, a humanidade certamente daria alguns passos para trás. Porém, ao mesmo tempo, há outros problemas muito graves, que se devem à nossa atuação como sociedade, que são aqueles decorrentes da disposição inadequada desse material”, acrescenta.
Então o problema são os descartáveis?
O plástico é uma invenção humana, moldável, de baixo custo e que permitiu uma série de inovações. Mas a aplicação dele para a fabricação de produtos de uso único tem causado uma série de impactos ambientais e à saúde humana que ainda não temos como dimensionar. Se uma seringa plástica descartável é um avanço para a medicina porque evita uma série de contaminações, pratos, copos e talheres plásticos de uso único são um problema ambiental imenso. "Se a gente for pensar que o plástico é derivado do petróleo, que levou milhões de anos para se formar, aí o que a gente faz, traz ele para a superfície para produzirmos uma série de materiais de uso único que têm o tempo médio de utilização de 25 minutos. Essa é uma conta que não fecha”, avalia a professora de Biologia do Câmpus Itajaí Laura Kremer.
Ser reciclável é uma vantagem. Por que isso não resolve?
Mas aí você pode pensar, ah mais o plástico é reciclável, né? Sim, mas nem tudo o que consumimos é de fato reciclado. Levantamento feito pelo Movimento Plástico Transforma mostra que o índice geral de recuperação de embalagens plásticas foi de pouco mais de 28% em 2023 no Brasil, e o índice de reciclagem mecânica dos plásticos pós-consumo é de 20,6%, que é o valor calculado através de uma relação entre o volume de plástico reciclado pelo volume de plástico gerado. “O processo, a tecnologia já existe, mas no Brasil os mecanismos para incentivar a reciclagem do plástico são muito falhos ou inexistentes. Em outros países o índice de reciclagem de plástico chega a 90%”, salienta o professor Eduardo, do Câmpus Caçador.
Parte daquilo que não é reciclado é carregado pelas chuvas, vai para rios e córregos e depois chega ao oceano. Uma pesquisa realizada no Mestrado em Clima e Ambiente do IFSC em 2023 mostrou que a presença de resíduos plásticos ao longo da margem do Rio Itajaí-mirim, no município Brusque (SC), é quatro vezes maior do que o segundo resíduo mais encontrado. “Do total de 368 itens, 219 eram apenas de plástico. O plástico foi o material mais abundante nas coletas, com um valor médio de 1,51 itens/100 m², sendo mais de quatro vezes superior à média do segundo material mais abundante, os itens metálicos que tiveram uma média de 0,36 itens/100 m². Em nossas análises comparamos a quantidade encontrada na área urbana com a rural e os itens plásticos foram nove vezes mais abundantes nas áreas urbanas”, explica a engenheira ambiental Bárbara Isabeli de Oliveira, que pesquisou os resíduos sólidos na margem do Rio Itajaí-mirim durante seu mestrado no IFSC.
O que são os microplásticos?
Bárbara estudou o que se convenciona chamar de mega, macro e mesoplástico, ou seja, plásticos que são visíveis a olho nu e que têm tamanhos acima de 2,5 centímetros. Mas durante todo o processo de exposição desses plásticos a uma série de fatores externos e, principalmente, à radiação solar, eles acabam liberando fragmentos plásticos ainda menores: os microplásticos, de até cinco milímetros, e os nanoplásticos, que têm em média um nanômetro (1 nanômetro corresponde a 1 bilionésimo de metro).
“O microplástico pode ser primário quando ele foi fabricado nesta dimensão microscópica que é usado, por exemplo, nas pastas de dente ou em cosméticos para fazer a esfoliação da pele, e há também microplásticos secundários, ou seja, macroplásticos que se transformam em micro. Se a gente imaginar uma garrafa PET de dois litros que não foi para aterro nem para reciclagem e que chegou ao oceano, ao ser exposta à água do mar e ao sol, ela sofre uma decomposição fotoquímica. O que irá gerar o microplástico”, afirma o professor Walter Widmer, do Câmpus Florianópolis, que atua no técnico em Meio Ambiente e no Mestrado em Clima e Ambiente.
Por não serem visíveis a olho nu, o professor avalia que ainda é difícil mobilizar a sociedade para entender de fato os impactos dos micro e nanoplásticos. “Apesar de não resolver o problema, eu consigo mobilizar a sociedade e promover um mutirão de limpeza em uma praia, mas não consigo fazer isso com micro e nanoplásticos. Até o momento, não há formas economicamente viáveis de remoção dos micro e nanoplásticos. O que a gente precisa é fazer a prevenção, é evitar que o microplástico chegue ao oceano. Porque os danos ambientais são muito grandes. Se você pensar qual animal marinho consegue ingerir uma garrafa PET, só os de grande porte, mas se essa garrafa estiver fragmentada em vários pedaços, o leque de seres vivos capazes de ingeri-los é bem maior.”
Lixo do mar e lixo marinho: qual a diferença?
O professor Walter estuda os macro resíduos que chegam ao mar e, em uma pesquisa em 2010, já havia detectado que 90% dos resíduos encontrados em praias de Florianópolis eram compostos por plásticos. Parte deste material, inclusive, faz parte da coleção didática e de referência sobre lixo marinho que está disponível no Câmpus Florianópolis. “Em 2019, o governo federal lançou o Plano Nacional de Combate de Lixo no Mar e uma mudança que foi feita foi deixar de usar o termo ‘lixo marinho’ para ‘lixo do mar’, entendendo que este resíduo não teve origem no mar, mas que se trata de origem antrópica principalmente de resíduos de ambientes urbanos e que é resultado da má gestão de resíduos sólidos.”
Já se conhecem os impactos do microplástico no meio ambiente?
A presença do microplástico no mar pôde ser verificada também em uma pesquisa realizada por estudantes do técnico em Recursos Pesqueiros do Câmpus Itajaí. Eles analisaram amostras de ostras e mexilhões de áreas de cultivo em Penha e Bombinhas (SC) e em todas elas encontraram microplásticos. O professor Thiago Pereira Alves, que foi o coordenador da pesquisa, explica que os moluscos são filtradores e acabam ingerindo o microplástico porque esses resíduos têm um comportamento similar ao do fitoplâncton, que é o alimento natural deles. Nesse projeto, eles analisaram o trato digestivo dos moluscos, onde ficam os fragmentos do que é efetivamente ingerido pelo animal. Após colocá-los em solução alcalina por 48 horas e, por um processo de filtragem, ficavam apenas os microplásticos na amostra, que depois eram analisados no microscópio porque são imperceptíveis a olho nu. “A pesquisa foi importante para termos esta dimensão da quantidade de microplásticos encontrados e agora estamos dando encaminhamento a ela tentando entender como esse material chega ao mar. O plástico não costuma vir do oceano, ele tem outras vias de acesso”, esclarece o professor.
Outra pesquisa do IFSC que busca verificar a presença de microplásticos no rio Camboriú está sendo desenvolvida pela engenheira ambiental e sanitarista Laura Teles, do mestrado em Clima e Ambiente. O rio nasce no município de Camboriú e deságua no oceano em Balneário Camboriú e é o responsável pelo abastecimento de água nas duas cidades. Além de quantificar os materiais, a proposta é identificar se há interferência das chuvas e se o aumento populacional por conta da temporada de verão também influencia no aumento da presença de microplásticos na água. Para verificar se há essa relação, estão sendo feitas coletas em diferentes momentos do ano, uma no inverno, uma na primavera e uma no verão no estuário do rio, região em que há maior concentração humana.
As coletas são feitas em baldes de inox e todos os filtros utilizados também são feitos no mesmo material para evitar qualquer tipo de contaminação com plásticos durante o processo. Nas análises feitas no inverno e na primavera os formatos de microplásticos mais encontrados foram de fibras (que podem ter origem de peças de roupas ou de materiais náuticos - foto acima), seguida por fragmentos plásticos (que podem ser oriundos do atrito e da decomposição de embalagens e de garrafas PET) e de pelletes (que são granulados plásticos encontrados em cosméticos e que são usados também para a fabricação de garrafas PETs). “ A cada litro analisado do rio Camboriú tem sido encontrados cerca de 11 unidades de microplásticos, um número que é bastante preocupante, se pensarmos que o rio tem um nível de poluição considerado moderado”, explica a engenheira ambiental.
No Câmpus Itajaí também está sendo desenvolvida uma pesquisa para identificar a presença de microplásticos na areia da praia de Atalaia. “Nós escolhemos essa praia por conta da proximidade com o rio Itajaí-açu. Iremos fazer a coleta em três pontos na faixa de areia mais seca e em três pontos mais próximos do mar uma vez por mês a partir de dezembro de 2024 até junho de 2025”, explica o professor Mathias Schramm, que é o coordenador da pesquisa.
A areia que será coletada será a mais próxima da superfície, o equivalente a um a dois centímetros. “Além da areia, precisaremos também coletar a água do mar para depois conseguirmos separar a areia dos plásticos, porque eles têm densidades diferentes. Só a partir disso é que poderemos peneirar os materiais para de fato identificar os microplásticos de até cinco milímetros.”
O professor explica que essas análises permitem que se tenha uma ideia da quantidade e dos materiais encontrados na faixa de areia, mas que é difícil fazer uma avaliação a partir disso se uma praia é mais poluída do que outra. “A recente pesquisa que colocou a praia do Pântano do Sul em Florianópolis como a mais poluída do Brasil por conta dos microplásticos na areia tem que ser pensada em relação às outras que foram estudadas. Há uma série de fatores que interferem para que isso ocorra. Se pegarmos areia de uma faixa próxima à área de desembocadura de um rio no mar a concentração de microplásticos tende a ser maior.”
Sabe aquela sua roupa de ginástica? Ela tem plástico na composição
O contato com o microplástico pode se dar também pela pele, através do tecido da roupa utilizada. As peças com poliamida e poliéster têm materiais plásticos em sua composição. “Já há registros de partículas de plástico nas camadas mais superficiais da pele e de casos de dermatites de contato”, explica a professora de Biologia Laura Kremer.
Aí você pode pensar, mas que material é este que tem plástico? É aquele usado nas roupas de ginástica. “A poliamida e o poliéster permitem uma boa transpiração, são confortáveis e fáceis de lavar, mas eles têm plástico na composição. Nós já temos algumas indústrias têxteis preocupadas com isso e produzindo peças com materiais biodegradáveis. Mas elas ainda são mais caras do que as de poliéster e de poliamida”, explica a professora do curso superior de tecnologia em Design de Moda do Câmpus Gaspar Bruna Lummertz.
Além da composição e do contato direto com a pele, um problema dessas peças é com a lavagem. Elas costumam soltar fragmentos de fibras durante o processo. “As fibras costumam se soltar e a água que sai da máquina de lavar roupas não costuma ter o mesmo tratamento que os rejeitos do vaso sanitário. Uma das formas de evitar que isso ocorra seria limpar constantemente o filtro da máquina. Mas não adianta lavá-lo porque senão esses fragmentos de tecido vão de novo parar na rede e em algum momento vão para os rios”, avalia o professor do Mestrado em Clima e Ambiente Thiago Pereira Alves.
O que fazer?
Todos os pesquisadores ouvidos nesta reportagem são unânimes em dizer que este é um problema global e que uma das formas mais eficazes de diminuir o impacto é evitar o uso de plásticos de uso único. “A questão do plástico já transcendeu o aspecto individual. É urgente que sejam feitos tratados internacionais e políticas públicas nacionais para se combater o plástico de uso único. A reciclagem é eficiente, mas os índices ainda são baixos. As ações precisam ser pensadas para reduzir, recusar, repassar, repensar, reciclar, reutilizar, reparar, reaproveitar e reaplicar”, afirma a professora de Biologia do Câmpus Itajaí Laura Kremer.
O professor Eduardo, do Câmpus Caçador, concorda que a solução mais racional para esse problema seria a redução do uso dos plásticos de uso único e a criação de mecanismos que tornem a reciclagem mais efetiva. Além disso, há possibilidades como os plásticos feitos a partir de fontes vegetais - que, no entanto, também podem ser geradores de microplástico se descartados de forma inadequada.
Tratado global
Neste ano, representantes de 170 países estiveram reunidos na Coreia do Sul para tentar fazer um tratado global de combate à poluição plástica, mas o evento terminou sem que se chegasse a um acordo. A expectativa é que em 2025 haja um novo encontro em Paris. Entre as propostas a serem apresentadas estariam a redução de produção de plásticos e a diminuição de aditivos químicos utilizados no processo de fabricação que causem danos ao meio ambiente e à saúde humana.
Para o professor Walter Widmer, a discussão entre países é fundamental para que se vislumbrem soluções para uma problemática tão complexa. “É importante o mundo pensar em resolver esses problemas acima das esfera dos países. Os plásticos são transfronteiriços. Os resíduos sólidos, por exemplo, do alto Vale do Itajaí vão causar problemas na orla de Itajaí e Navegantes, ou seja, não basta pensar só na gestão de resíduos dessas cidades, tem que ser de toda a região. Isso vale para a escala de países. O problema é global e a solução precisa ser global também. É muito difícil chegar a um consenso, existe todo um jogo de interesses. Os resíduos dos seres humanos são um espelho do comportamento de suas sociedades e países desenvolvidos produzem muito mais resíduos sólidos por habitante.”
Nesse processo de conscientização da sociedade, o professor Thiago Pereira Alves salienta a importância do fomento de pesquisas nesta área. “É a partir de pesquisas como essas que estão sendo desenvolvidas pelo IFSC que a gente consegue começar a mobilizar a opinião pública para que elas se sensibilizem sobre a importância de investimentos em saneamento básico e na gestão dos resíduos sólidos”, considera.
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