IFSC VERIFICA Data de Publicação: 30 jun 2020 13:42 Data de Atualização: 18 fev 2021 17:53
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, os órgãos de saúde divulgam com muita ênfase os principais sintomas da doença que foi nomeada como “Covid-19”: febre, tosse seca, dor de garganta e sensação de cansaço – além de, com menos frequência, perda do paladar e do olfato, dor de cabeça, erupções cutâneas e embranquecimento das pontas dos dedos. Em geral, a febre é o primeiro sinal de alerta, e a medição da temperatura corporal tornou-se prática corriqueira na entrada de qualquer espaço público, como forma de triagem.
Porém, os sintomas iniciais da infecção pelo novo coronavírus são muito semelhantes aos da gripe comum, dos resfriados tão típicos das estações frias e mesmo de alguns quadros alérgicos que acometem o sistema respiratório. Então, como se certificar de que um paciente com sintomas (ou mesmo assintomático) é portador do SARS-CoV-2?
Diferentes metodologias
A resposta está nos testes desenvolvidos especificamente para pesquisar a presença do novo coronavírus no organismo. No vídeo abaixo, o professor Paulo Henrique Calixto, que atua na área de Biotecnologia no Câmpus Lages e é doutor em Medicina Tropical e Infectologia, explica que o diagnóstico da Covid-19 pode ser feito, basicamente, por dois tipos de testes: os diretos e os indiretos.
No método direto, procura-se o vírus propriamente dito no organismo do paciente. Se o resultado dá positivo, isso significa que a pessoa que foi testada está com o vírus. O teste direto mais comum é o PCR, para o qual se extrai uma amostra da mucosa nasal do paciente, com uso de um “swab” (tipo de haste flexível com ponta de algodão).
O professor enfatiza que, pelo teste PCR, é possível identificar se o paciente está com o vírus no momento do teste. Esse teste não detecta anticorpos, então pelo PCR não é possível saber se eventualmente a pessoa já contraiu o coronavírus e se curou. Esse tipo de pesquisa para anticorpos ocorre com os testes indiretos, que são aqueles que procuram não o vírus propriamente, mas a presença de células de defesa no organismo do paciente.
Os chamados testes rápidos, que em abril tiveram a venda em farmácias e drogarias autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são do tipo indireto. Em cerca de 30 minutos, eles identificam a presença de anticorpos para o coronavírus no material coletado. O professor Paulo Calixto ressalta que, nesse tipo de teste, não se pesquisa a presença do vírus, mas sim evidências de que o vírus tenha passado pelo organismo do paciente. Caso a pessoa apresente algum anticorpo contra o novo coronavírus, isso quer dizer que ela já teve contato com ele.
Por que existem testes falso-negativos?
Os testes rápidos têm um percentual de 20% a 30% de resultados falso-negativos, já que os anticorpos, em geral, só aparecem no sangue entre 7 e 14 dias depois da infecção. Por isso, o índice de falso-negativos é considerável: “Se, por acaso, eu me infectei hoje ou há sete dias, e se eu fizer uma sorologia, muito provavelmente ela vai dar negativa. Então eu vou receber um resultado negativo para a Covid e vou continuar as minhas atividades, continuar indo ao trabalho, convivendo com as pessoas e ao mesmo tempo transmitindo, porque eu sou portador mesmo não tendo sintoma nenhum. Essa é a grande desvantagem da sorologia”, detalha Paulo.
Em contrapartida, a sorologia é vantajosa para a realização de inquérito sorológico, ou seja, quando se busca saber quantas pessoas já se infectaram pelo vírus.
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