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IFSC obtém patente de propriedade intelectual para invenção na área de processamento de materiais

INOVAÇÃO Data de Publicação: 19 fev 2021 17:00 Data de Atualização: 22 fev 2021 09:55

O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) emitiu na última quarta-feira (17 de fevereiro) carta patente para a invenção “método para processamento de prototipagem 3D em metal a laser através de dispositivo de correção de espessura de camada de pó”. Como explica o engenheiro Milton Pereira, autor da invenção, trata-se de um dispositivo que auxilia a estabilidade de máquinas de manufatura aditiva de maior porte.

“Quanto maiores os volumes das peças fabricadas, mais pesadas ficam essas peças e as câmaras de processo, o que torna mais difícil fazer pequenos ajustes durante o processamento. A invenção busca resolver esse problema”, detalha Pereira, que foi servidor docente no IFSC entre 2006 e 2016 e atualmente é professor no Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Trata-se da quarta patente obtida pelo IFSC para invenções desenvolvidas por pesquisadores da instituição, das quais três são de autoria de Milton Pereira. Outra produção dele ainda está em processo de análise no INPI. “Esta e as patentes anteriores  foram submetidas após meu retorno do pós-doutorado realizado no instituto Fraunhofer ILT, de Aachen, Alemanha, durante seis meses, no ano de 2013, enquanto ainda era professor do IFSC”, explica. “Levei alguns meses refinando as ideias e preparando as documentações a partir de observações e análise da tendência futura no projeto de máquinas dessa natureza. Entendi que havia chance de contribuir pensando no futuro que as tecnologias envolvidas seguiriam e consolidei as ideias na forma dos pedidos de propriedade intelectual”, acrescenta o pesquisador.

Milton Pereira ressalta, também, que as três invenções desenvolvidas por ele e patenteadas pelo IFSC estão relacionadas e podem tanto integrar um mesmo equipamento quanto serem usadas separadamente. O processamento de materiais por laser é uma das linhas de pesquisa em que atua, na área de fabricação mecânica. Além disso, ele considera importante que a comunidade acadêmica perceba que é possível obter o reconhecimento pelos trabalhos desenvolvidos na instituição. “O caminho para a consolidação de ideias na forma de registro de propriedade intelectual é algo factível e muito acessível”, afirma, manifestando gratidão pelo apoio da equipe do Núcleo de Inovação Tecnológica no encaminhamento dos processos relativos a suas invenções.

Relevância

Para o chefe do Departamento de Inovação Tecnológica do IFSC, Adriano Vitor, a obtenção de patentes pelo IFSC representa, entre outras coisas, o reconhecimento da qualidade do trabalho desenvolvido pelos pesquisadores da instituição na área da inovação. “São muitos pontos a se ressaltar, entre eles, o potencial impacto positivo para a sociedade quando a tecnologia/inovação que gerou a patente é transferida para instituições e torna-se comercial, haja visto que agrega modernidade e competitividade às nossas empresas e instituições”, salienta.

“Outro ponto é o fato de a patente representar indiretamente a qualidade empregada em nossas pesquisas, uma vez que se atesta nacionalmente a relevância e o caráter inovador do que foi patenteado. Há também os impactos para os estudantes e pesquisadores. Normalmente processos que geram inovação estão vinculados a projetos de PD&I [Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação] com financiamento, o que provê bolsas de PD&I para contribuir financeiramente com a formação dos jovens”, complementa Adriano Vitor.

Segundo explica, pode-se solicitar a patente de toda modificação ou invenção que altere positivamente o estado da técnica, isto é, que resolva um problema do estado da técnica e aprimore os processos relacionados. Atualmente, o IFSC tem 43 processos de patente em tramitação junto ao INPI. Geralmente o trâmite demora alguns anos e muitas vezes as invenções tornam-se comerciais antes mesmo da expedição das cartas de patente. “A luta deve ser sempre pela qualidade e relevância das invenções. Os tempos de pandemia demonstram o quanto é importante investir em ciência de alto impacto para promover a autonomia e o bem-estar das pessoas”, reflete.

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