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Projeto de extensão com gestantes negras vira mostra fotográfica em Florianópolis

CÂMPUS FLORIANÓPOLIS Data de Publicação: 11 ago 2021 17:52 Data de Atualização: 11 ago 2021 18:36

O projeto “A cor do amor”, do curso técnico em Enfermagem do Câmpus Florianópolis, virou uma exposição aberta ao público no boulevard do Multi Open Shopping, no Rio Tavares, sul da llha de Santa Catarina. A mostra ficará aberta para visitação gratuita de 13 de agosto a 13 de setembro.

O projeto foi realizado entre fevereiro e março e incluía um curso de preparação para gestantes negras e a elaboração de um book fotográfico, gratuitamente.

“Desde 2017 oferecemos encontros gratuitos para gestantes e casais grávidos e chama atenção a pouca participação de gestantes negras, apesar dos esforços para divulgação das atividades. Da mesma forma, é perceptível a diferença no número de fotos e vídeos que encontramos de mulheres não brancas durante a gestação e o trabalho de parto, parto e pós-parto, quando comparado às mulheres brancas”, destaca a coordenadora, professora Juliana Monguilhott.

Juliana ressalta que o projeto de extensão tem como objetivo reduzir desigualdades e ampliar o acesso de gestantes negras às orientações no pré-natal, construção do plano de parto, e registro fotográfico de momentos da gestação, trabalho de parto, parto e/ou pós-parto. “Para a realização da exposição contamos com a colaboração de um time de docentes, discentes, voluntários e parceiros. E o resultado são lindos registros de mulheres e seus bebês que podem ser vistas no Multi”, completa.

A mostra é composta por 28 fotografias que foram clicadas por Bárbara de Oliveira Turatti, Cyntia Maria da Costa Matias, Odara Cris, Clara Fernandes e Valéria Bomtempo Martins. Todas fizeram o trabalho de maneira voluntária.

A exposição “A Cor do Amor” poderá ser visitada de 13 de agosto a 13 de setembro de 2021, no boulevard do Multi Open Shopping, que fica na Rodovia Dr. Antônio Luiz Moura Gonzaga, 3339, no Rio Tavares, em Florianópolis/SC. O horário de visitação é de segunda a sábado, das 10h às 22h e domingos das 12h às 20h.

Saiba mais

De acordo com Juliana Monguilhott, há diversas pesquisas que mostram que a cor da pele influencia de forma direta alguns desfechos relacionados à saúde e ao puerpério. “Uma pesquisa feita no Brasil com mais de 23 mil mulheres pretas e pardas mostrou que elas têm menos consultas e exames durante o pré-natal, elas se vinculam menos à maternidade, recebem menos orientações, peregrinam mais durante o trabalho de parto e têm menos acesso ao acompanhante de livre escolha. Os estudos também apontam algumas diferenças relacionadas ao próprio trabalho de parto, como acesso a intervenções e à analgesia”, explica Juliana.

Durante a pandemia, o grupo de estudos da Covid-19 Gestação investigou, em todo o Brasil, alguns fatores de risco para desfechos adversos (morte, internação em UTI ou uso de ventilação mecânica) e entre as gestantes e as puérperas, as mulheres pretas tiveram menos acesso aos serviços de saúde como vagas em UTI e acesso à intubação. Gestantes e puérperas pretas também morreram mais por covid-19 que as mulheres brancas. Juliana considera esses dados bem alarmantes. “Além disso, na nossa realidade no IFSC, a gente observa que, mesmo ofertando o grupo de gestantes desde 2017, sempre tivemos menos mulheres negras participando, nós também não conseguimos acesso a essa população”.

Já a ideia de ofertar os ensaios veio durante o preparo dos vídeos de orientações para o grupo de gestantes que foi feito de forma online na pandemia. “Para fazer esses vídeos, eu solicitei imagens de gestantes e de parto e amamentação para fotógrafos parceiros. E foi muito curioso perceber que quase não havia esse tipo de fotografia de mulheres pretas. Quando saiu o edital do IFSC voltado para projetos ligados aos Direitos Humanos, ele veio bem ao encontro dessas inquietações e dessa necessidade de dar mais visibilidade, empoderamento e informação a essa população”, lembra a coordenadora.

Enfermagem tem histórico de trabalho com gestantes

A formação e informação para melhoria de qualidade de vida na gestação e puerpério é um trabalho constante do curso técnico em Enfermagem do Câmpus Florianóoplis. Projetos nesse sentido existem há vários anos. Além do curso para gestantes e familiares, este ano o curso também lançou um voltado à amamentação, com uma consultoria online às mães que estão amamentando.

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