BLOG DO IFSC Data de Publicação: 18 mai 2022 08:41 Data de Atualização: 17 mai 2024 16:27
Você já deve ter ouvido falar de termos como centro acadêmico, grêmio estudantil, diretório acadêmico e atlética… Possivelmente se perguntou o que são ou então para que servem? Será que são todos a mesma coisa mas com nomes diferentes?
E lá vai um spoiler: não. Não são todos a mesma coisa. Cada grupo tem um papel nas instituições de ensino, mas têm em comum o fato de que são formados e geridos pelos estudantes. Neste post vamos explicar a diferença entre cada um, como fazer parte ou ainda como criar uma desses movimentos aqui no IFSC.
Para isso, conversamos com o coordenador de Juventudes e Diversidades do IFSC Diogo Moreno e levantamos informações no site da União Nacional dos Estudantes, a UNE, e também da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, a UBES.
O que é um movimento estudantil?
Os movimentos estudantis são organizações formadas pelos e para os estudantes. Elas têm diversos objetivos, dentre eles expressar pedidos ou problemas relacionados à vida acadêmica, organizar ações ou eventos de interesse dos alunos e principalmente, ser a voz dos estudantes na instituição.
Tanto o Centro Acadêmico, quanto os diretórios, atlética ou grêmio são organizações geridas por estudantes e que tem como objetivo representar os interesses dos alunos nas instituições de ensino. A grande diferença está em quais alunos cada uma delas representa e no propósito de cada uma.
Por exemplo, os Centros Acadêmicos (CA) congregam alunos de um curso específico e em geral da graduação. Dessa forma, existe o CA de Turismo, o CA de Engenharia Mecânica, o CA de Agronomia etc. Essas organizações representam os interesses dos alunos frente ao curso, envolvendo assuntos como o debate junto aos docentes sobre alterações curriculares, melhorias e outras demandas mais específicas.
O presidente do CA do curso de Engenharia de Controle e Automação do Câmpus Chapecó - Caeca (@casobcontrole), Eduardo Gavinhos dos Santos, reforça:
“O CA é um meio de comunicação facilitada entre os alunos da engenharia e a coordenação do curso e do câmpus, além da comunicação entre os estudantes”.
-> Veja alguns centros acadêmicos do IFSC: CA Livre em Física (Câmpus Araranguá), CA de Engenharia de Controle e Automação (Câmpus Chapecó), Centro Acadêmico da Licenciatura em Química (Câmpus Criciúma), Centro Acadêmico da Engenharia Civil (Câmpus Criciúma), Centro Acadêmico da Engenharia Mecatrônica (Câmpus Criciúma), Centro Acadêmico Design (Câmpus Florianópolis), Centro Acadêmico Eletrônica Industrial (Câmpus Florianópolis), Centro Acadêmico Engenharia Civil (Câmpus Florianópolis), Centro Acadêmico Engenharia Elétrica (Câmpus Florianópolis), Centro Acadêmico Engenharia Eletrônica (Câmpus Florianópolis), Centro Acadêmico Engenharia Mecatrônica (Câmpus Florianópolis), Centro Acadêmico Radiologia (Câmpus Florianópolis), CA de Gestão Ambiental (Câmpus Garopaba), Centro acadêmico da Engenharia Elétrica (Câmpus Itajaí), Centro Acadêmico de Pedagogia Bilíngue (Câmpus Palhoça Bilíngue), Centro acadêmico do curso de Engenharia Civil (São Carlos), Centro Acadêmico de Engenharia Mecânica IFSC (Câmpus Xanxerê)
Já os diretórios podem ser divididos de duas formas: o Diretório Acadêmico (DA) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE). O DA congrega alunos de mais de um curso, mas dentro de uma mesma área. Por exemplo, um DA de Engenharia reúne estudantes de Civil, Mecânica, Eletrônica, Materiais etc., representando esses estudantes frente à área de estudo.
O DCE corresponde a um grupo ainda maior, pois representa todos os estudantes, ou seja, reúne alunos de diferentes áreas e variados cursos de todos os câmpus que tem a função de representar as demandas estudantis frente à instituição. Dessa forma, as pautas são muito mais abrangentes e envolvem a alimentação, permanência, estruturas físicas, políticas institucionais etc.
A Atlética tem uma função um pouco diferente, ela é responsável pela integração dos estudantes, geralmente de um mesmo curso. Dessa forma, essa organização fica responsável por elaborar eventos, torneios e outras formas de juntar a galera, prioritariamente por meio do esporte.
-> Veja algumas atléticas do IFSC: Associação Acadêmica Atlética de Engenharia de Controle e Automação (Câmpus Chapecó), Associação Atlética Acadêmica (Câmpus Criciúma), Associação Atlética Acadêmica IFSC Floripa (Câmpus Florianópolis), Associação Atlética Acadêmica de Engenharia Elétrica (Câmpus Itajaí), Atlética A.G.I.R. (Câmpus Jaraguá do Sul-Rau), Atlética do curso de Engenharia Civil (Câmpus São Carlos)
Muitas vezes, os CAs ou Diretórios, além de propor os debates e discussões frente à instituição, acabam fazendo esse papel também, por isso nem sempre existe a Atlética. Inclusive, nem sempre encontramos todas essas organizações. Pode ser que exista apenas uma delas que acaba congregando diversas funções.
Por fim, temos os Grêmios Estudantis. Em geral, são as organizações que acabam acumulando tanto as funções de representação frente à instituição, quanto de integração entre os estudantes (como eventos culturais, esportivos, festas, campeonatos e gincanas). Por ser bastante abrangente, é comum encontrar grêmios também nas escolas, diferente das demais organizações que são mais comuns no ensino superior. No caso do IFSC, os grêmios são os responsáveis por representar os estudantes dos cursos técnicos, por exemplo.
A presidente do Grêmio Estudantil Geração Popular do Câmpus Gaspar, Maria Tereza de Almeida, resume da seguinte forma:
“O papel do Grêmio Estudantil é ouvir, entender, analisar e levar como demanda à direção, por isso sua importância: é um porta voz dos estudantes”.
-> Veja alguns grêmios estudantis do IFSC: Grêmio Unio (Câmpus Canoinhas), Grêmio Integrar (Câmpus Chapecó), Grêmio GTEC (Câmpus Criciúma), Grêmio Livramento (Câmpus Florianópolis), Grêmio Estudantil IFSC Gaspar (Câmpus Gaspar), Grêmio Estudantil IFSC Itajaí (Câmpus Itajaí), Grêmio Reforma Catalítica (Câmpus Jaraguá do Sul-Centro), Grêmio Estudantil (Câmpus São Miguel do Oeste), União Estudantil IFSC Xanxerê (Câmpus Xanxerê)
Citamos aí em cima algumas organizações estudantis do IFSC que os setores de Comunicação dos câmpus nos enviaram. Se você faz parte de alguma organização que não foi mencionada, deixe um comentário aí embaixo ou envie e-mail para blog@ifsc.edu.br que atualizamos.
Quem representa então todos os estudantes do IFSC?
O coordenador de Juventudes e Diversidades, Diogo Moreno, explica que, no momento, o IFSC não possui um DCE constituído, que seria a instância máxima representativa dos estudantes de uma instituição. Há no IFSC, hoje, o Conselho de Entidades de Base (@ceb.ifsc), instância máxima de representação do Movimento Estudantil Organizado (grêmios estudantis e centros acadêmicos da instituição).
Um DCE é formado por uma diretoria eleita pelos estudantes e se articula com todos os Centros Acadêmicos dos cursos de graduação, vinculando-se, geralmente, mais aos cursos de graduação e não aos cursos de nível médio (que são representados pelos grêmios).
Um Conselho de Entidades de Base é, normalmente, um dos espaços de decisão de um DCE. No caso do IFSC, o presidente do CEB, Filipe dos Santos, explica que o conselho foi constituído como etapa intermediária de uma futura estrutura máxima de representação, com objetivo específico de garantir as condições necessárias para conformação de um DCE.
O CEB, segundo Diogo, pode representar, além dos Centros Acadêmicos, os Grêmios Estudantis. "No IFSC, o CEB tem presidência eleita pelos presidentes das entidades de base (grêmio e centros acadêmicos). Para ser conduzido à presidência do CEB há, necessariamente, que ser presidente de um dos conselhos de base (presidente ou vice de um Centro Acadêmico, por exemplo). O CEB é, hoje, a instância deliberativa que representa o segmento estudantil. Em razão da natureza de estrutura de promoção de modalidades e níveis diferenciados de curso/formação no IFSC, o CEB congrega tanto representantes vinculados aos grêmios como representantes dos CAs."
As entidades estudantis, portanto, são criadas a partir da iniciativa dos alunos que elaboram um estatuto, que é submetido à assembleia e depois de aprovado, a entidade é registrada em cartório. E um conselho é a reunião dos representantes de entidades já instituídas.
Na sequência vamos explicar o passo a passo para a criação de uma representação estudantil.
Diogo reforça a importância dessas entidades e acrescenta:
“Acreditamos que a representação estudantil no IFSC pauta-se na necessidade de que os estudantes construam sua participação na política estudantil, promovendo, desta forma, a identificação de necessidades junto aos processos de formação, de maneira a auxiliá-los e a qualificá-los por meio de uma participação ativa junto aos segmentos das diversas instâncias educativas, tendo como meta a formação alicerçada em valores sólidos”.
Quero fazer parte. O que devo fazer?
✔ Meu curso já tem uma representação:
As representações estudantis são importantes formas de reunir e organizar as demandas dos alunos. Quem faz parte dessas entidades são alunos escolhidos por votação. De maneira geral, os alunos se reúnem em chapas que vão apresentar proposta e concorrer à eleição. A chapa mais votada assume o compromisso de representar os alunos pelo período de um ano.
Se o seu curso possui uma representação e você quer fazer parte da equipe, é preciso verificar quando as inscrições para novas chapas estarão abertas. E isso vale para todas as organizações: CAs, Atléticas e Grêmios.
A presidente do Grêmio Geração Popular, Carolina, explica que, para fazer parte não precisa ser um expert ou ser extremamente extrovertido:
“Acredito que basta ser em certo nível, ouvinte, responsável, colaborador com sua equipe e ter vontade de aprender. Ademais, o estudante pode aprender ou aprimorar ao decorrer da posse como integrante/representante do Grêmio. O estudante então, deve se atentar às inscrições para novas chapas, escolher sua equipe com a qual pode trabalhar bem e submeter as inscrições. Após essas etapas, se houver mais de uma chapa inscrita, a comunidade discente irá votar pela escolha de uma chapa que melhor os representará”.
Outra forma de participação é enviando demandas e propondo pautas para o debate, mesmo que você não faça parte diretamente da representação. Eduardo, presidente do CAECA, explica que para enviar demandas é possível usar o grupo de conversa do WhatsApp (no caso do seu CA possuir um) ou falar diretamente com qualquer membro do CA.
❌ Meu curso não tem uma representação:
A criação, gestão e administração das representações estudantis é de responsabilidade dos estudantes. O papel das instituições de ensino é apenas de suporte e orientação, mas cabe aos alunos se mobilizarem em prol dessas organizações.
Se não existe ainda uma representação estudantil no seu curso, você pode ajudar a criar (ou reativar) uma! Esse é o caso da Atlética de Engenharia de Controle e Automação do Câmpus Chapecó. Matheus Couto, presidente da Atlética, explica que a organização foi desativada com a pandemia de Covid-19 e que agora está em processo para reativação.
UNE, UCE e UBES
Você sabia que existem entidades que representam os movimentos estudantis em nível estadual e nacional? A União Nacional dos Estudantes (UNE) representa cerca de seis milhões de universitários de todos os 26 Estados e do Distrito Federal frente ao governo federal. A UNE foi fundada em 1937 e reúne representantes de DAs, CAs, DCEs, uniões estaduais de estudantes e executivas nacionais de cursos.
Ainda falando em representações universitárias, temos a União Catarinense das e dos Estudantes (UCE). A organização foi fundada em 1949 e tem função semelhante à UNE, no que diz respeito a congregar representantes de movimentos estudantis, mas sua instância de representação é o estado de Santa Catarina.
Já a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) é a representação em instância nacional dos estudantes do Ensino Médio. A UBES foi fundada em 1948 e reúne representantes de Grêmios estudantis.
As três organizações organizam periodicamente eventos, congressos e outras atividades. Por isso, se você é representante estudantil vale ficar de olho nas publicações desses movimentos.
E se você ainda não é e tem a vontade de criar um movimento desse tipo no IFSC, confira abaixo o passo a passo, elaborado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), para montar uma representação estudantil no nível superior:
Para os nossos alunos do Ensino Médio Técnico, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) também dá um passo a passo para montar um Grêmio estudantil:
-> Monte seu grêmio em 5 passos
Movimento estudantil X Representação discente
Além de participar de movimentos estudantis, os nossos alunos também podem participar de colegiados que tenham representação estudantil ou discente. Neste post, explicamos quais são os colegiados que contam com a participação de alunos e como você pode participar.
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