EXTENSÃO Data de Publicação: 10 out 2024 17:10 Data de Atualização: 10 out 2024 21:20
O projeto “Aquilombar: sistema web para divulgação de instituições públicas de educação superior, seus cursos, programas de assistência estudantil e ações afirmativas” foi selecionado como experiência exitosa do IFSC para apresentação na 48ª Reunião Anual dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Reditec 2024), que acontece de 21 a 24 de outubro, em Caldas Novas - GO.
As experiências exitosas foram selecionadas por meio de chamada pública, pela qual todas as instituições da Rede Federal puderam apresentar propostas. Dos 150 relatos submetidos, 41 foram selecionados. O projeto Aquilombar participa na categoria Extensão, pois tem como público-alvo estudantes negros e negras da Educação Básica.
A proposta do aplicativo @quilombar [com @ no lugar do "a"] é centralizar a divulgação precisa e atualizada de dados sobre os cursos ofertados em instituições públicas, Assistência Estudantil, cotas e outras expressões das ações afirmativas. Atualmente, o projeto envolve os dados de quatro instituições: IFSC, Instituto Federal Catarinense (IFC), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Até 2025, a expectativa é ampliar o número de instituições parceiras e reunir informações de todas as instituições públicas da Região Sul do Brasil.
Segundo o coordenador do projeto, professor Cícero Santiago de Oliveira, o objetivo é destacar a importância das Políticas de Ações Afirmativas para as juventudes negras. “Historicamente, são estes grupos que, pela necessidade de trabalhar, acabam evadindo das escolas entre o final do Ensino Fundamental e o início do Ensino Médio. O aplicativo objetiva ajudar estes estudantes a construírem projetos de vida que incluam a Educação Superior em seus planos”, explica.
Parcerias e apoios
O trabalho foi desenvolvido pelo projeto “Juventudes Negras Periféricas" a partir de um termo de cooperação técnica, assinado em 2022, entre o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Câmpus Canoinhas do IFSC e a UFSM, que se propuseram a desenvolver duas ferramentas paradidáticas: um documentário e o aplicativo. O documentário “Quando a Universidade é a nossa casa” foi produzido pela Universidade Federal de Santa Maria, por meio do projeto de extensão Práxis – Coletivo de Educação Popular, e em parceria com a produtora TV OVO.
Também está em fase de produção o documentário “Entre as Cotas e os Mundos do Trabalho”, desenvolvido pelo Neabi do Câmpus Canoinhas em parceria com Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Infâncias, Juventudes e suas Famílias (GEPIJUF), vinculado do Programa de Pós-graduação em Educação do Centro de Educação da UFSM. Este documentário problematiza os desafios colocados aos egressos das cotas na educação superior em sua inserção nos mundos do trabalho e será lançado em 2025.
No IFSC, o desenvolvimento do aplicativo envolveu os Neabis dos câmpus Canoinhas, Caçador, Gaspar, Jaraguá do Sul - Rau, Palhoça Bilíngue, São Carlos e São Miguel do Oeste. O projeto teve a participação de servidores, estudantes e bolsistas de diversos cursos.
O sistema web com banco de dados integrado, por exemplo, foi desenvolvido pelo curso de tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Câmpus Canoinhas. O trabalho de pesquisa e o tratamento dos dados disponibilizados no aplicativo envolveu também o IFC e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), por meio de seu Núcleo Negro para Pesquisa e Extensão (Nupe). A concepção estética e identidade visual do aplicativo foram responsabilidade do Câmpus Palhoça Bilíngue.
“O @quilombar não é apenas um aplicativo, mas um verdadeiro movimento de inclusão e educação, que envolveu e reuniu vários câmpus do IFSC e instituições parceiras, para desenvolver uma ferramenta que esperamos impactar positivamente as juventudes negras, facilitando seu acesso a instituições de educação superior públicas. E para que estas juventudes negras compreendam que estas instituições têm políticas e programas próprios para lhes acolherem, promovendo também uma educação superior mais inclusiva”, ressalta professor Santiago.