Câmpus recebe estudantes de Escola de Engenharia francesa

INTERNACIONAL Data de Publicação: 02 out 2023 10:52 Data de Atualização: 07 out 2023 14:49

Lucas Benard, Teo Boutillier, Guillen Etchemendy e Eloise Tilmant são estudantes franceses da Cesi – Escola de Engenharia (School of Engineering), que há cerca de três meses trocam seus conhecimentos e suas experiências com alunos e professores do Câmpus Florianópolis, através de intercâmbio.

“A experiência no IFSC tem sido muito boa, pois aprendemos competências importantes em manufatura aditiva e robótica, o que nos ajuda a diversificar o conhecimento. Tinha pouca base nessa área e tenho gostando bastante”. A declaração é de Teo Boutillier, que ao lado de Guillen Etchemendy e do professor Erwin Teichmann tem trabalhado no projeto Programação de robôs de métodos de fatiamento para fabricação aditiva de arco de solda (Slicing methods robot programing for Weld Arc Additive Manufacturing). Para Guillen, a maior diferença encontrada até agora tem sido a cultural, principalmente, para entender português. Essa experiência tem me ajudado a aprender muitas coisas novas. Segundo ele, está aberto a novas possibilidades de atuação, até mesmo, no mercado de trabalho. 

Lucas Benard, orientando do professor Leandro de Medeiros Sebastião, no projeto Desenvolvimento de um drone quad-rotor (Development of a quad-rotor drone), diz que, nos três meses no laboratório de drone, teve a missão de criar um drone que fosse capaz de voar. “É bem diferente do que eu aprendi até agora no meu curso de engenharia na França, que é em Engenharia Industrial, então, aprender sobre eletrônica tem sido bastante interessante, pois, apesar de ter alguma base, aprendi muitas coisas novas. As pessoas do laboratório são muito legais, foram receptivas e eu tenho gostado de trabalhar com eles. Eles têm me ajudado com as diferenças culturais também. Eu tenho gostado muito da cidade e das praias. O que eu aprendo aqui vai me ajudar muito quando eu retornar, pois, até o momento, eu estava acostumado a trabalhar em equipes de produção, não tanto com a parte técnica, e eu tenho me interessado bastante por automação e robótica. Minha formação estava muito teórica e aqui tenho a oportunidade de realizar muita coisa prática”, destaca Lucas. 

Leandro relata que a missão do Lucas era construir um drone quadrotor, parecido com os produzidos para as competições. “Ele participou de todas as etapas. Começou com a concepção do drone, ele ficou livre para desenhar o drone do jeito que ele queria, ele passou pela parte de desenvolvimento de habilidades de software CAD 3D, ele veio com alguma formação, mas aqui ele pode ter uma formação complementar, ele se especializou nessa parte de CAD 3D, impressão 3D, que ele tinha pouco contato e aqui ele pode fazer bastante. Ele participou do processo de melhorias da própria estrutura, viu os erros que cometeu e aprimorou o drone. Ele sempre teve uma boa relação com os demais alunos e professores, então, ele pede sugestões, propõe melhorias, e isso tem sido bem bacana. Ele também participou da parte de dimensionamento de motor e hélice, de projeto elétrico, de programação da controladora de voo da aeronave, ele fez as configurações para os voos, realizou os voos, teve ensaios bem-sucedidos, malsucedidos e, agora, no final, ele está bem contente, pois o drone dele tem voado toda semana. Essa primeira parte foi um sucesso”, conta o professor.

Leandro ressalta ainda que quando Lucas chegou aqui não tinha conhecimento de drone: “os nossos alunos o ajudaram no processo de aprendizagem para que todos estivessem no mesmo nível, e isso ajudou a reforçar os conceitos para os nossos próprios alunos, pois quem ensina aprende muito mais. Além disso, nossa língua de comunicação é o inglês, há uma aluna aqui que fala francês e se comunica com ele na língua, e isso trouxe para o laboratório a realidade de comunicação oral e escrita em língua inglesa, trazendo um caráter bilíngue para o nosso trabalho. Essa presença de alguém de fora obriga nossos alunos a pensarem e praticarem outro idioma”.

Na última semana do estágio de Lucas, ele pediu para para continuar o estágio aqui. Oportunidade aceita tanto pelo IFSC como pela Cesi. E, para essa nova fase, Leandro trouxe um desafio da parte eletroeletrônica para ele, um driver de potência que fica nos drones. “Hoje, a gente só tem a opção importada, mas a gente pretende nacionalizar, e ele está desenvolvendo essa expertise. Uma coisa bacana é que ele comentou várias vezes comigo que o curso que ele faz na França é muito teórico e, a partir da parta prática que ele tem desenvolvido aqui, ele disse que descobriu que gosta da área o que, para nós, é recompensador, pois temos o perfil de montagem e experimentação, que foi justamente o que o encantou”, menciona o professor. 

Eloise Tilmant estuda engenharia civil na Cesi e conta que uma das exigências para se formar é realizar um estágio fora do país. Ela, que é orientanda da professora Ana Ligia Papst de Abreu, no projeto Revit para avaliação termoenergética de edifício público (Revit for a Public Building thermal-energetic evaluation), afirma ter aprendido muito sobre softwares, principalmente, o Rhinoceros e Revit. “A metodologia de trabalho é algo que eu vou levar comigo também. Meu maior desafio tem sido a língua portuguesa, já que poucas pessoas falam inglês. Eu acho a comida incrível e meu prato favorito é o camarão. As pessoas são muito receptivas e amigáveis”, coloca ela. 

Segundo Ana Ligia, tem sido muito boa a troca entre a Eloise e a bolsista daqui do IFSC: “elas têm trabalhado juntas e também têm trocas de experiências fora daqui. A Eloise cursou algumas aulas da disciplina do software Revit, mesmo sendo em português, pois, como ela já conhece o software ficaria mais fácil, além dela ter a oportunidade de aprender português também. Os nossos alunos acolhem bem e a Eloise está bem enturmada”. 

Lauren Kortz Duarte também é orientanda da professora Ana Ligia e trabalha junto da Eloise. “Estou na 8ª/ 9ª fase de Engenharia Civil e trabalhar com a Eloise tem sido diferente. Eu troquei de projeto de pesquisa e tive a oportunidade de conhecer sobre uma área diferente, a de eficiência energética, e dentro desse projeto, a Eloise foi muito boa em trazer tutoriais”, diz Lauren, que completa: “tem sido muito legal trabalhar com o software Revit e, lá na França, eles têm outras metodologias de ensino e dá para ver essa diferença trabalhando com a Eloise e tem sido muito enriquecedor. Eu já vinha com uma bagagem de estudo lumínico, então, quando chegava nessa parte de luz, eu conseguia contribuir mais. Ela tinha um pouco de conhecimento do Revit e, agora, vamos apresentar o Rhinoceros para ela.” 

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