PESQUISA Data de Publicação: 06 dez 2024 09:32 Data de Atualização: 06 dez 2024 18:16
O projeto “Brise-Soleil responsivo: desenvolvimento, construção, análise do desempenho térmico, lumínico e da percepção do usuário em uma câmara bioclimática de baixo custo (CBBC)”, do professor do Câmpus Canoinhas Gabriel Moraes de Bem, ficou em segundo lugar no 25º Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade - categoria Dissertação de Mestrado ou Tese de Doutorado. A premiação aconteceu no dia 26 de novembro, no salão de eventos do edifício-sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
Neste ano, o concurso organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) recebeu 101 projetos, dos quais 25 dissertações e teses de doutorado. “Ser reconhecido pela Comissão Julgadora da CBIC demonstra o potencial de inovação tecnológica do trabalho desenvolvido. Enquanto profissional e pesquisador, o prêmio abre novas possibilidades de me conhecerem como mais um pesquisador brasileiro que trabalha com desenvolvimento de sistemas responsivos, já que é uma tecnologia mais desenvolvida no exterior”, comenta professor Gabriel.
Na categoria Votação Popular, o projeto vencedor foi “Sistema PavPlus 2.0 - Estruturas 4.0”, de Joaquim Antônio Caracas Nogueira. “Mas quero agradecer o apoio e os mais de 500 votos que recebi de colegas servidores, alunos, ex-alunos, amigos e pessoas da comunidade. São pessoas que também ajudaram a dar visibilidade ao projeto, ao curso de Edificações, ao IFSC e ao programa de pós-graduação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), onde fiz meu doutorado”, destaca.
O projeto é referente à sua tese de doutorado sanduíche em Engenharia Civil, pela UTFPR e Califórnia State Polytechnic University, em Pomona, nos Estados Unidos. Seus orientadores foram os professores Eduardo Leite Krüger (UTFPR) e Pablo La Roche (Lyle Center). Por isso, os protótipos foram testados em Curitiba e na cidade norte-americana de Pomona.
Sobre o projeto
O brise-soleil responsivo é um conjunto de placas colocadas numa fachada de um edifício para bloquear a incidência direta dos raios solares em determinados períodos do dia e do ano. O sistema adaptável tem sensores e microcontroladores que ajustam automaticamente a entrada de luz e calor, levando em consideração as condições climáticas externas.
Suas vantagens são a redução da demanda energética para climatização e iluminação, aumento do período de conforto dos ocupantes e baixo custo de implantação do sistema de controle. O sistema ainda contribui com a resiliência das edificações frente às mudanças climáticas repentinas. Por causa da complexidade característica do desenvolvimento de sistemas responsivos, o projeto só foi possível graças à união de diferentes áreas do conhecimento: programação, matemática, mecânica, arquitetura e engenharia.
"Eu não ganhei o prêmio sozinho. Todos aqueles que me ajudaram nessa pesquisa fazem parte dessa conquista: Moisés, que acreditou e financiou parte da pesquisa, os parceiros Alexandre e Marlon (IFSC), o Victor (técnico de laboratório da UTFPR), meus orientadores, a Cromo Consultoria e os colegas-pós graduandos do grupo de pesquisa na UTFPR", reconhece Gabriel.
Para produção em larga escala, o professor do curso técnico em Edificações explica que o sistema ainda precisa passar por alguns testes, de arrancamento e flambagem dos elementos; melhoria do sistema de rotação e avaliação comparativa entre dois ambientes - um sombreado com o sistema de brise-soleil e outro climatizado com ar condicionado - para analisar a economia de energia.
Construção civil
Em Brasília, professor Gabriel também participou do evento “Região Norte – Infraestrutura & Sustentabilidade”, que discutiu os desafios enfrentados pelos setores de habitação e saneamento na região brasileira com menor cobertura de esgoto, e do 99º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC). O ENIC recebeu o presidente Lula, que falou sobre investimentos em habitação previstos para os próximos anos, e especialistas de diversas áreas.
“No todo, foi um evento muito rico. Participei de debates sobre habitação, ocupação de centros urbanos, saneamento, reforma tributária, inovação e tecnologia. No que se refere a um panorama da mão de obra na construção civil, as discussões em torno das lacunas na formação deram subsídios para pensar novos cursos de curta duração no IFSC. Houve ainda muita troca de contato com outros pesquisadores e com a gestão da CBIC, permitindo vislumbrar uma aproximação neste processo de discussão de políticas públicas”, enfatiza.