Câmpus Araranguá comemora dez anos de fundação

INSTITUCIONAL Data de Publicação: 27 mar 2018 10:21 Data de Atualização: 29 mar 2018 13:59

O Câmpus Araranguá do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) está completando dez anos de atuação no extremo sul catarinense. Uma história que se confunde com a própria expansão dos Institutos Federais no Brasil. E, por isso, será festejada ao longo de todo 2018.

A data oficial de criação do Câmpus Araranguá é 25 de março. Naquele dia, em 2008, era publicada no Diário Oficial da União a portaria de criação do câmpus, ainda com o nome de Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet). A fundação do Câmpus Araranguá é anterior, portanto, aos próprios Institutos Federais, criados em 29 de dezembro do mesmo ano, quando foi publicada a lei que instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

Por essa razão, a direção do câmpus planeja uma série de atividades para marcar os dez anos do Câmpus e da Rede Federal em 2018. Nesta semana, estão programadas atividades de confraternização entre estudantes e servidores: nesta terça (27), haverá um café colonial promovido pelo quarto ano do curso técnico em Vestuário. Na quarta-feira (28), será servido um lanche especial aos estudantes. Às 17h30, será realizada a comemoração oficial do aniversário. Na quinta (29), às 15h40, haverá apresentação de uma peça de teatro dos estudantes dos cursos técnicos integrados.

Antes do IFSC

A história do IFSC Câmpus Araranguá começa antes de 2008, com a oferta de cursos de modelagem e costura em parceria com a prefeitura municipal. Enquanto isso, o Câmpus era construído no terreno onde, nas décadas de 1950 e 1960, funcionava o campo de aviação que recebia voos da Varig e era ponto de atração de turistas e empresários para a região.

A professora Angela Kuasne foi uma das primeiras servidoras do antigo Cefet em Araranguá. Ela começou a trabalhar no dia 11 de dezembro de 2007, ainda no momento em que os funcionários atuavam nas dependências da escola municipal Nova Divineia, vizinha às futuras instalações do câmpus. Angela pôde ver o Câmpus Araranguá ser erguido do zero.

“Quando assumi só tinha um monte de pedras e areia. Foi marcante ver a escola crescer desde o chão. Ajudamos não apenas a preparar as aulas como também na montagem dos principais laboratórios. Somos da época que não tinha cerca nem avenida e muitas vezes tínhamos que trabalhar de botas por causa da falta de pavimentação”, conta a professora, que começou atuando no curso técnico de Moda e Estilo, hoje curso técnico em Produção de Moda.

Olhando em perspectiva, Angela avalia que o impacto do IFSC na região era um projeto de longo prazo, que aos poucos foi sendo concretizado.

“Sabíamos desde o início que [o impacto do IFSC na região] era a longo prazo. Somos a primeira instituição de ensino público em Araranguá a oferecer cursos profissionalizantes gratuitos e isso foi difícil de estabelecer entre a comunidade. Até hoje as pessoas ficam desconfiadas quando dizemos que é gratuito. Acham que é bom demais para ser verdade. Mas contribuímos muito. Mudamos a vida de muita gente”, diz.

Vidas transformadas

Daniel José Alves Jr. se formou na primeira turma do curso técnico em Eletromecânica. Foi em 2010. A qualificação obtida no IFSC o fez ser valorizado na empresa, onde permanece até hoje.

“Eu me aperfeiçoei na minha profissão. Consegui crescer na empresa e ser reconhecido. Além disso, fiz grandes amigos, tanto colegas quanto professores, que são espetaculares. Vai ficar guardada no meu coração a experiência de ter estudado no IFSC”, diz Daniel, que estudou em um câmpus ainda pequeno, com apenas um bloco de salas de aula. “Na época, o câmpus era pequeno, tinha apenas um bloco e poucas salas. Mas a boa vontade dos servidores e dos professores foi tão grande que o curso ficou ótimo. A gente conseguiu aprender muitas coisas, que só dentro de uma escola de qualidade como o IFSC a gente consegue aprender”, afirma.

Janaína Barbosa Nunes foi aluna do curso técnico em Têxtil em 2008. Sua lembrança era de uma expectativa de fazer um curso técnico simples, mas se deparar com professores capacitados e um curso abrangente em conteúdos e experiências.

“A qualidade dos professores foi bem importante, porque eu lembro que havia muitos doutores que começaram a dar aula, até de outros estados. A gente entrou achando que seria um curso simples, mas se surpreendeu porque era um curso muito completo, que abrangia desde a questão química dos fios até a modelagem. Eu tenho um orgulho muito grande de ter feito parte da primeira turma”, diz Janaína.

Desenvolvimento regional

Hoje, o Câmpus Araranguá oferece cinco cursos técnicos - Eletromecânica (concomitante e integrado), Vestuário (integrado), Produção de Moda (concomitante) e Têxtil (concomitante) – e dois cursos de graduação - Licenciatura em Física e Design de Moda, além de uma pós-graduação em Edução Científica e Tecnológica e uma série de cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC).

Diretora-geral do Câmpus Araranguá, Mirtes Lia Barbosa ressalta a relação da instituição com a própria expansão dos Institutos Federais, instalados em cidades do interior para contribuírem com o desenvolvimento socioeconômico das regiões.

“Neste período, tivemos muitos ganhos como instituição, pela forma como a expansão foi tratada e pelas políticas que permitiram a interiorização dos Institutos Federais. O Câmpus Araranguá representa isso. Representa o quanto os Institutos Federais podem fazer em termos de desenvolvimento das potencialidades das regiões. Nosso câmpus veio para potencializar o desenvolvimento nas áreas de confecção, moda, eletromecânica, oferecendo qualificação profissional e desenvolvendo projetos de pesquisa e extensão nestas áreas, atuando no desenvolvimento regional”, afirma Mirtes.

O Câmpus Araranguá possui uma área construída de 7,6 mil metros quadrados. São 28 laboratórios e nove salas de aula, além de um ginásio coberto, quadra de vôlei de areia e um campo de futebol “society”. Atuam no câmpus 73 docentes e 47 técnico-administrativos, além de 20 colaboradores terceirizados. “Nossos docentes têm alta qualificação para atender aos estudantes. São mestres e doutores atuando nos cursos técnicos, passando esse conhecimento para os trabalhadores da região”, lembra a diretora.

Conquistas e perspectivas

Somente em cursos técnicos e superiores, o Câmpus Araranguá já formou cerca de 1,5 mil profissionais nestes dez anos, sem contar os alunos que passaram pelos diversos cursos de qualificação profissional que são oferecidos anualmente. Chefe do Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão (Depe) do câmpus, Adriano Antunes Rodrigues menciona a importância da relação dos cursos do IFSC com o arranjo produtivo local, o que permite uma colocação dos egressos no mercado do trabalho e uma contribuição ao desenvolvimento regional.

“Ao longo desses dez anos conseguimos formar milhares de pessoas em cursos técnicos, superiores e de qualificação profissional. Grande parte dos nossos alunos está colocada no mercado, sejam empregados ou mesmo com empreendimentos próprios. Além disso, promovemos pesquisa e extensão com projetos importantes para o arranjo produtivo local”, afirma.

Uma das conquistas recentes do câmpus está relacionada à assistência estudantil. No final de 2017, o Câmpus Araranguá o refeitório para alimentação escolar, pioneiro no IFSC.

"O Núcleo Pedagógico é um setor atualmente fundamental para o atendimento de nossos estudantes e o acompanhamento do trabalho pedagógico. Tentamos dar todo o respaldo, especialmente com os programas de assistência estudantil, como os auxílios do Paevs e a alimentação escolar. A coordenadoria pedagógica acompanha de perto o desenvolvimento de todos os cursos”, destaca a diretora do câmpus.

As perspectivas agora são pela “verticalização” dos eixos de atuação do Câmpus, com a criação de cursos superiores, além da oferta de cursos aliados à Educação de Jovens e Adultos (Proeja).

“Para os próximos anos temos o desafio de consolidar nossos cursos e propor novas ofertas em Proeja, além de cursos de Engenharia em áreas estratégicas para o desenvolvimento econômico regional”, destaca Adriano.

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