Cursos de Engenharia do Câmpus Florianópolis completam 10 anos de atividades

ENSINO Data de Publicação: 13 mar 2023 20:55 Data de Atualização: 17 mar 2023 08:28

2023 é um ano especial para o Câmpus Florianópolis. Quatro de seus cinco cursos de graduação completam 10 anos de atividades: Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Eletrônica e Engenharia Mecatrônica, todos eles com avaliações realizadas pelo Ministério da Educação (MEC) com conceitos 4 e 5 (notas máximas). A Resolução 27/2012, de agosto, determinou a criação de todos, com as primeiras matrículas (ofertas de vagas) protocoladas no primeiro semestre de 2013. 159 estudantes, através do ainda Concurso Vestibular e Sisu, fizeram parte dessas quatro primeiras turmas das Engenharias, que ainda hoje oferecem 40 vagas, cada uma, por semestre. Para o curso de Engenharia Civil, o processo de ingresso (Vestibular FSC/2013.1) registrou a relação de 51,8 candidatos por vaga.

De 2013 para cá muita coisa mudou nos cursos, exceto a busca permanente pela evolução e o priorizar a formação de excelência dos alunos. O professor e coordenador de Engenharia Mecatrônica, Gregory Chagas Gomes, afirma que o curso busca sempre estar evoluindo em conjunto com as novas tecnologias que surgem e que o mercado demanda. “Nos últimos anos, o curso está bastante voltado à Indústria 4.0, com diversos trabalhos de conclusão de curso trabalhando com a área de Inteligência Artificial aplicada à Mecatrônica”, relata ele. A coordenadora do curso de Engenharia Eletrônica, professora Maria Cláudia de Almeida Castro, diz que a modernização dos laboratórios, qualificação do corpo docente e um cuidado maior com a permanência e êxito dos estudantes com ações de acolhimento aos ingressantes marcam a evolução do curso.

Para o coordenador da Engenharia Civil, professor Elódio Sebem, o reconhecimento em 2018 do curso com a colocação em segundo lugar dos melhores cursos do Brasil, atrás apenas da Engenharia da Escola Nacional do Exército é apontada por ele como marco da evolução da Engenharia Civil do Câmpus Florianópolis, além do retorno das empresas, através de supervisores de área, pontuando a formação sólida dos alunos.

Vários fatores são responsáveis pelo incremento e crescimento da graduação em Engenharia Elétrica, segundo seu coordenador, professor Daniel Tenfen. Atualização do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) em 2015, 2019 e a atualização em andamento em 2023; o reconhecimento do MEC em 2019 com nota máxima; a criação da Pós-graduação em Engenharia Elétrica com o Mestrado Profissional em Sistemas de Energia Elétrica; o aumento da oferta de projetos de pesquisa relevantes em áreas como a comercialização de energia elétrica, veículos elétricos e drones; a criação de novos grupos de pesquisa certificados pelo CNPq; a ampliação e a modernização de laboratórios de ensino e pesquisa são alguns dos fatores citados por ele, que complementa com outras duas ações: “trazer o polo Embrapii para o Câmpus Florianópolis e estruturá-lo; e participar ativamente de projetos de extensão de grande porte, como de indústria 4.0 e de eficiência energética junto ao Procel (Procel Software)”.

Infraestrutura

Para Gregory, da Mecatrônica, o curso se destaca por apresentar uma ampla e moderna infraestrutura para o desenvolvimento de aulas práticas, contando com braços robóticos industriais, centros de usinagem CNC, bancadas didáticas e laboratórios de informática, acionamentos, controle, eletrônica, entre outros, onde os estudantes podem, não apenas ter contato, como também operar e programar equipamentos industriais. A coordenadora da Engenharia Eletrônica cita os 19 laboratórios de ensino e pesquisa que fazem a infraestrutura do Departamento ser de excelência. “O laboratório de prototipagem é de livre acesso aos estudantes, possibilitando que os mesmos coloquem seu conhecimento em prática para criar e testar produtos eletrônicos”, coloca Maria Claudia.

Daniel pontua que o curso tem uma ótima infraestrutura de laboratórios para as aulas se comparados à média nacional. “Contudo, fisicamente limitada, se compararmos ao nosso crescimento departamental e ao potencial de crescimento”, adverte ele. Elódio, da Engenharia Civil, ressalta também que a graduação tem uma boa estrutura. “Já melhorou durante estes primeiros 10 anos, mas necessidades de ajustes sempre nos posiciona para a busca de melhorias em alguns aspectos, já mapeados, e aguarda-se a disponibilidade financeira para executá-los. Atualmente os alunos contam com infraestrutura de laboratórios bem equipados para atividades de ensino, pesquisa e extensão”, destaca.

Diferenciais

Maria Claudia menciona as atividades práticas e aderência ao mercado de trabalho regional como diferenciais do curso: “as oportunidades de intercâmbio também são um grande diferencial o que demonstra a capacidade de nossos estudantes atuar nacional e internacionalmente em instituições de ensino e/ou empresas”. Gregory ressalta a parte prática do curso, a qual possibilita ao aluno uma experiência muito próxima da que ele terá ao ingressar em uma empresa na área de mecatrônica. 

Na mesma linha da coordenação da Eletrônica, Acordo de Dupla Titulação (Engenharia no Brasil e Mestrado na União Européia) com o Instituto Politécnico do Porto e com o Instituto Politécnico de Setúbal; reconhecimento externo à instituição com os estágios e as contratações de alunos egressos; enfoque prático do curso; e envolvimento com pesquisa e extensão são citados por Daniel, da Engenharia Elétrica. 

Para Elódio, o curso foi pensado no formato integral, mas com a predominância das aulas no período noturno, buscando proporcionar aos alunos maior disponibilidade de horas diurnas para estágio e/ou trabalho. “Outro diferencial é a transversalidade entre os cursos técnicos e a graduação. Pela trajetória exitosa dos cursos técnicos, traz para a Engenharia Civil um perfil de trazer os conteúdos alinhados a atividades práticas do conhecimento. No curso, os alunos realizam muitas visitas técnicas e desenvolvem, dentro das unidades curriculares, trabalhos corriqueiramente publicados em eventos científicos. Além disso, na área de projetos, há interligação entre as unidades curriculares, permitindo avaliação da interação entre os diferentes projetos de edificações. Há ainda as disciplinas de Projeto Integrador, comuns no IFSC, mas não em outras instituições de ensino superior, que proporcionam realização de atividades e trabalhos que interligam conhecimentos das unidades curriculares cursadas para resolução de problemas de engenharia”, afirma.
Segundo Sebem, a participação em concursos estudantis é incentivado, nos quais o desempenho dos alunos é distinto dos demais, tendo conquistado as primeiras posições em todas as participações. “Por iniciativa dos alunos, foi criada a Tríade, Empresa Júnior associada ao Curso, que foi premiada pela Confederação Estadual de Empresas Juniores como revelação em seu ano de fundação”, cita.

Mercado de trabalho

Quanto à empregabilidade dos egressos do curso, o coordenador da Mecatrônica frisa que é raro um estudante se formar sem estar encaminhado no estágio com vistas à contratação: “muitos são os que terminam o curso estagiando na WEG, Intelbras, entre outras empresas de grande porte e que são efetivados após a colação de grau”. Maria Claudia relata uma pesquisa feita no segundo semestre de 2022 sobre isso: “apontou que 94% dos alunos estão empregados e atuam em áreas fortemente relacionada com a área de formação.

pontam também que a conclusão do curso melhorou a sua qualidade de vida”. O coordenador da Engenharia Civil diz que o curso não tem a contabilização de índice de empregabilidade. “Porém, há uma série de casos de sucesso de nossos alunos como empreendedores, em cursos de pós-graduação, em empresas de engenharia e em cargos públicos”, alerta ele. O índice de colocação no mercado de trabalho dos egressos da Engenharia Elétrica também é alto, compreendendo cargos públicos e empreendedorismo.

Futuro

Perspectivas para essas quatro graduações são muitas. Gregory conta que o curso está passando por uma reestruturação do seu Projeto Pedagógico (PPC). “Com isso, teremos um curso com menos Unidades Curriculares (UCs) pré-definidas e mais opções de optativas para o estudante. Dessa forma, ao chegar ao final do curso, o estudante poderá optar por cursar UCs que estejam em maior sintonia com a sua decisão de área de atuação. Com essa ação, entre outras, pretendemos aumentar ainda mais nossa capacidade de formação de profissionais qualificados, críticos e cidadãos”.

Daniel menciona a ampliação da dupla titulação dos alunos do curso com outros institutos e universidades; melhoria da interação dos estudantes do curso com a comunidade, devido a implementação da extensão; continuar ampliando e melhorando a infraestrutura do curso e, por consequência, do departamento, do Câmpus e do IFSC como objetivos para a Engenharia Elétrica. 

“Para o ano de 2023 teremos a implantação de um novo PPC, remodelado para atender as demandas do mercado no que diz respeito à área de desenvolvimento de sistemas eletrônicos e de software embarcado e a legislação no que se refere às atividades de extensão curriculares. A dupla titulação, em instituições estrangeiras com parcerias a serem estabelecidas, é outra meta do DAELN para o ano de 2023”, são citadas por Maria Claudia.

O Bacharelado em Engenharia Civil pretende continuar colocando no mercado de trabalho profissionais de qualidade fortalecendo o diferencial de desenvolver um Projeto Pedagógico com muitas aplicações práticas que permite aos nossos alunos a visualização antecipada do que será sua profissão. “Com a curricularização da extensão pretendemos que nossos alunos se insiram na comunidade e possam vivenciar situações inerentes à profissão para, ainda no meio acadêmico, encontrar soluções viáveis”, finaliza Elódio.
 

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