EXTENSÃO Data de Publicação: 14 jun 2024 14:29 Data de Atualização: 21 jun 2024 13:51
Na última sexta-feira (7), o Câmpus Lages esteve em uma escola de Urupema realizando uma atividade de conscientização sobre gerenciamento de resíduos. A escola, localizada na comunidade do Cedro, é de Ensino Fundamental. Os professores Silmar Primieri e Luciane Costa comandaram a atividade que contou com a presença de 25 crianças.
O mês de junho é considerado o mês do Meio Ambiente, sendo o dia 5 de junho celebrado como o Dia do Meio Ambiente. Sob essa perspectiva, como o Câmpus Lages do IFSC possui o programa IFSC Sustentável e realiza muitas atividades alusivas à data, houve o convite da escola. O convite foi feito ao professor Silmar, que também é Chefe do Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão do Câmpus Lages.
"Nós fizemos uma palestra sobre o lixo, descarte de lixo, conscientização, processo seletivo e como os microrganismos, como os resíduos orgânicos, podem ser compostados, e com isso depois ter sua reutilização em horta", conta o professor. A atividade inicial durou cerca de 30 minutos e foi mais no formato de conversa com as crianças. Após a parte expositiva os professores levaram as crianças para uma atividade prática. "Iniciamos o processo de uma compostagem lá com os estudantes. Então, eles puderam ali mexer nas minhocas, foi deixado um minhocário (criador de minhocas) dentro da escola e capacitados os profissionais de ensino de lá sobre como realizar a compostagem dos resíduos orgânicos que sobram ali da escola, tanto de resíduos de merenda, quanto resíduos de vegetais, corte de grama, essas coisas", completa Silmar. A escola atende 112 crianças da comunidade de Urupema.
"A gente conversou sobre o que eram resíduos sólidos e explicou que tem o sólido reciclável e o sólido orgânico. Demos um foco maior nos resíduos sólidos orgânicos, que são aqueles gerados a partir da nossa alimentação, e como a gente pode então dar um destino correto para isso de uma maneira tranquila, simples, e foi isso que foi feito", comenta a professora Luciane Costa. A professora lembra que, por se tratar de uma escola no interior, muitos alunos já sabem o que fazer com esses resíduos por experiência própria. Contudo, levar esse tipo de informação para o ambiente escolar contribui para criar um ciclo perene sobre o assunto. "A merendeira também estava participando, a direção da escola, as professoras, porque é um trabalho feito em várias mãos, não é só a professora da turma com o aluno. O zelador também estava lá, então eles vão construir uma composteira, além do minhocário", completa Luciane.
Mais do que a atividade em si, esses momentos são importantes para reforçar o Câmpus Lages do IFSC como um agente importante na Serra Catarinense e uma referência no ensino, pesquisa e extensão. Também, para deixar as portas abertas. "A gente teve a oportunidade de participar dessa primeira fala, de se deixar à disposição também, deixei meu contato pessoal para qualquer coisa que eles precisarem, e ficamos de voltar lá na escola em algumas etapas para ver se está dando certo, se eles precisam de ajuda", finaliza Luciane.
Dois alunos bolsistas participaram da atividade. Wallace Tafarel de Souza é aluno do 5º módulo do curso superior de Tecnologia em Gestão do Agronegócio. Ele destaca a importância de levar esse tipo de conhecimento às comunidades do interior. "Foi desenvolvida no interior de uma cidade pequena, que é Urupema. Levar informações sobre uma alternativa ao descarte de resíduos orgânicos para crianças é importante na conscientização dessas pessoas. Muitos ali eram de famílias que trabalham com agricultura, sendo importante terem contato desde cedo com alternativas sustentáveis de uso na agricultura, como o composto orgânico", comenta o aluno.
A atividade fez parte das ações do Programa IFSC Sustentável, que é uma ação do Instituto Federal de Santa Catarina há quase uma década. Em 2015, o IFSC definiu em seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI 2015-2019) a sustentabilidade como valor de gestão, devendo assim considerá-la em todos os seus processos administrativos e acadêmicos. O programa IFSC Sustentável prioriza os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e propõe a prática de ações que visem à redução do impacto ambiental nos processos institucionais. Assim, o IFSC Sustentável está no Plano de Gestão da Instituição 2021-2025. O aluno complementa o papel formativo da ação para os alunos. "Principalmente na parte da extensão. A forma de levar a informação precisa ser mais didática e compreensível a um público que não tem conhecimento profundo do tema. Isso é importante para treinar esse tipo de comunicação", complementa.
Para Wallace, com atividades dessa natureza o Câmpus Lages do IFSC reforça sua importância na Serra Catarinense, que vai muito além do ensino, da pesquisa e da extensão. "Acredito que somos sim um agente transformador, sem dúvidas. É papel do IFSC como instituição levar suas pesquisas e projetos à comunidade externa. Seja em eventos ou atividades de conscientização", finaliza o estudante, que é estagiário da área experimental agrícola do câmpus.
Já Luana Sassi Winckler está no início do curso superior de Gestão do Agronegócio, no primeiro módulo. Chamou atenção da aluna o fato dos estudantes já possuirem algum conhecimento do assunto, mas mesmo assim a atividade foi de grande valia. "É importante saber que podemos fazer a diferença na vida das pessoas não apenas no âmbito profissional, mas ajudar uma comunidade que não possui acesso a tantas comodidades, traz um novo olhar pra gente.", comemora a estudante.
Luana, assim como Wallace, ressalta o papel do IFSC na Serra e sua importância para as comunidades do seu entorno. "Com certeza é um agente transformador. A qualidade do ensino, a integração professor/aluno/comunidade, todas as oportunidades das quais participamos, seja de palestras, encontros ou atividades como essa amplificam nossos horizontes. Durante o curso vamos percebendo problemas da nossa região que antes passavam despercebidos, e os quais muitas vezes podemos operar como solucionadores", complementa a estudante, que já fez o curso técnico em Biotecnologia tendo concluído em 2023.
A estudante conta que vem de família deores, pois seu pai tem um cactário na cidade de São Francisco do Sul. A escolha pelos dois cursos, o já concluído e o atual, tem como base a possibilidade de seguir os negócios da família. "Pesquisei bastante sobre os cursos antes de iniciar, trabalho com cactos e suculentas, e tenho grande foco nessa área, os dois cursos me possobilitam um leque de opções. No curso, produzo um pouco de plantas e faço alguns experimentos nos cactos, como o uso de fungos micorrízicos na germinação das cactáceas", finaliza a aluna.