Câmpus Urupema promove palestra sobre ciência e astronomia

EXTENSÃO Data de Publicação: 29 mai 2024 14:13 Data de Atualização: 07 jun 2024 17:58

O Câmpus Urupema do IFSC promoveu nesta segunda-feira (27) a palestra "A Ciência por trás do Calendário". Havia a programação de uma observação astronômica como parte do evento, que não ocorreu devido às condições meteorológicas. A atividade aconteceu na Sala Multiuso do câmpus e foi ministrada pelo professor Marcelo Girardi Schappo, que é docente do Câmpus São José do IFSC e coordena o projeto de extensão “Astro&Física”, por meio do qual realiza ações de divulgação científica e atendimento da mídia para tratar de temas de física, astronomia e ciência.

Essa é uma iniciativa da Coordenadoria Pedagógica, da Comissão de Acompanhamento das Ações de Permanência e Êxito (CAPE local) e do Núcleo de Acessibilidade Educacional, do Câmpus Urupema e é uma ação de extensão oriunda do projeto do professor Marcelo. A atividade pretendia explorar as relações entre astronomia, sociedade e calendário. Ao final, o público sairá da palestra com todas as ferramentas apropriadas para que possam também propor seus próprios calendários.

"Apesar da chuva e da impossibilidade de realizarmos a observação astronômica, o evento lotou a nossa sala multiuso. Além de nossos estudantes, servidores e membros da comunidade urupemense, recebemos também estudantes da Escola Estadual Padre Antonio Trivellin. Já é a terceira vez que o professor Marcelo traz o projeto para nosso município. Ele tem uma linguagem acessível e uma habilidade incrível de vincular as questões do dia a dia com os conteúdos da física e da astronomia. Isso permite uma aproximação com  o público e, consequentemente, uma excelente oportunidade de mostrar a importância da ciência para a nossa sociedade", comenta Camila Koerich Espíndola, uma das organizadoras do evento.

O projeto e a atividade

Segundo o professor Marcelo, a ideia da palestra foi trazer um pouco das curiosidades científicas que estão por trás de uma coisa que a gente usa todo dia e muita gente não sabe como que funciona do ponto de vista científico, que é o nosso calendário. "Usamos o calendário diariamente para acompanhar a mudança dos dias e a gente não sabe a ciência por trás dele, então falamos um pouco sobre isso. Um calendário é sempre um conjunto de regras que é estabelecido para acompanhar um tipo de ciclo natural do ambiente. Então, por exemplo, você tem os calendários lunares que são regras para contar a passagem do tempo para acompanhar o ciclo da lua, que é o ciclo de uma lunação. A gente tem os calendários que são solares, como o nosso atual, hoje, do mundo moderno é um calendário solar, que ele tem um conjunto de regras para contar a passagem do tempo visando a acompanhar o ciclo natural do sol, o das quatro estações do ano", comenta o professor.

A atividade abordou, também, as curiosidades científicas do nosso calendário, como o ano bissexto e suas funcionalidades. Como dito, essa atividade compõe um dos objetivos do projeto de extensão “Astro&Física”, que tem também o intuito de mostrar a importância da divulgação científica. O professor defende esse caráter transversal da divulgação da ciência. "Ela tem que ser entendida não como uma ação específica, mas como uma multiplicidade de ações. Não existe uma divulgação científica pelas redes sociais ou na TV, ela é uma atividade que tem que ser multimeios para atingir múltiplos e variados públicos, pessoas que não frequentam as mesmas mídias e os mesmos meios. Então, o projeto Astro & Física tem esse papel", reforça o professor. Segundo ele, fazem parte do escopo atender a mídia para falar sobre os conteúdos de ciência, de física, astronomia, física moderna e assim por diante, sendo fonte de matérias e reportagens. Também, a promoção de palestras em escolas, para que os alunos se tornem multiplicadores de informações, e na formação de professores.

Marcelo salienta, ainda, a importância de atividades dessa natureza em locais como Urupema, uma pequena cidade e que, por vezes, acaba ficando sem acesso a conteúdos desse tipo. Ele só lamenta que as condições meteorológicas não permitiram a observação astronômica, que acabou substituída por uma roda de debates, mas destaca o grande interesse do público pela atividade. "Praticamente encheu o auditório com público externo e interno, então isso mostra bastante interesse. Além disso, o pessoal ficou quase até dez e meia da noite fazendo perguntas, debatendo, discutindo aspectos de ciência e sociedade, então isso mostra que o público está interessado na ciência e a Divulgação Científica está aí para conversar e para oferecer atividades para esse público", finaliza Marcelo. 

Um dos interessados e que ficou até o final foi o estudante Cristian Barbosa de Lima, da terceira fase do curso de qualificação profissional (Proeja) integrado em Condutor Ambiental Local. Ele destaca a atividade como espetacular e lembra o caráter essencial do projeto, de levar divulgação a locais que não tem costumeiro acesso. "Para mim a atividade foi espetacular, porque fazia muito tempo que não tinha um contato com uma pessoa assim, sobre algo que eu me interesso, que eu gosto, que é astrofísica, a física, e ele é muito bom. Na hora da conversa também foi bom, porque ele deu espaço para todos e respondeu de uma maneira que todos conseguissem entender", disse o aluno.

Cristian conta que tem o hábito da leitura e sempre se interessou pelo assunto. Porém, ele reforça que momentos como esse complementam o conteúdo geram novos conhecimentos. "Era uma coisa que eu queria e esperava, mas não sabia que iria acontecer e mudou muito a minha visão sobre o que ele estava falando. O que mais me chamou a atenção é que ele não deu muito lugar para pseudociência, para coisas que não são científicas. Ele até respeita, mas deixa claro o que é ciência e o que é achismo. Eu gostei bastante porque eu penso igual, então eu gostei e o que me chamou mais atenção", complementa o aluno. 

Um dos benefícios também de uma atividade como essa é a oportunidade de colocar em contato alunos e especialistas e criar nos primeiros uma identificação e um laço que dura e impacta para sempre. Uma figura positiva que pode ser primordial na vida acadêmica do estudante. "Algumas perguntas que eu tinha consegui fazer e ele foi bem assertivo no que falou. Eu sempre fui apaixonado pelo conhecimento, então sempre que uma pessoa que consegue chegar lá, um doutor em física e astronomia, essas matérias que me inspiram, também me impacta bastante. Meus olhos brilham quando eu vejo uma pessoa que tem isso", conclui.

 

EXTENSÃO EVENTOS CÂMPUS SÃO JOSÉ CÂMPUS URUPEMA