No Agosto Dourado, Enfermagem do Câmpus Florianópolis oferece consultoria gratuita de amamentação

NEWS Data de Publicação: 17 ago 2021 14:30 Data de Atualização: 18 ago 2021 13:51

O curso técnico em Enfermagem do Câmpus Florianópolis do Instituto Federal de Santa Catarina oferece neste mês uma consultoria gratuita em amamentação, realizada de modo on-line. O projeto “Ambulatório de amamentação: promovendo a saúde de puérperas, crianças e famílias” vai até dezembro e as inscrições são pelo Whatsapp da equipe (48-32116176 ou pelo link https://bit.ly/AmamentaIFSC).

As atividades do projeto coincidem com o Agosto Dourado, mês dedicado à intensificação das ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.  “A amamentação sempre foi tema dentro de outros projetos desenvolvidos pelo grupo de professores e, durante estes momentos, identificou-se a necessidade da realização de um projeto com maior enfoque neste tema”, conta a coordenadora, professora Suelen dos Santos Saraiva.

De acordo com Suelen, atualmente, a consultoria de amamentação é muito importante, pois apesar do que é amplamente divulgado, amamentar não é um ato instintivo, precisa ser aprendida. Para uma amamentação efetiva se fazem necessárias orientações baseadas em evidências científicas. “É com isto que toda a equipe do projeto está comprometida. A consultora avalia todos os pontos envolvidos na amamentação, identifica as fragilidades e potencialidades e intervem, caso necessário, para tornar prazeroso e efetivo este momento de vínculo afetivo entre mãe e bebê ”.

A professora conta que, de certa forma, houve um equívoco nas primeiras campanhas a favor da amamentação. “As políticas e programas de incentivo e apoio ao aleitamento materno pautaram algumas ações com uma romantização do processo não observando que condições socioculturais (como o resgate do aprendizado materno passado entre mulheres) tinham extrema importância para efetividade desta prática”.

Suelen também destaca a influência da indústria relativa aos leites artificiais, dentro de um contexto do crescimento exponencial da indústria materno-infantil juntamente ao processo de mulheres no mercado de trabalho e acúmulo de funções domésticas. Dito isto, podemos afirmar que na verdade a amamentação é bastante complexa, demanda de muita dedicação da puérpera e apoio de toda família e sociedade. “Toda essa romantização faz com que puérperas que venham apresentar alguma dificuldade (o que é bastante normal e esperado) acabem se frustrando e se punindo por não apresentarem o desempenho idealizado”.

Por isso, a equipe de professoras e professores do IFSC defende a necessidade de o ato de amamentar não começar somente no pós-parto: as orientações para a mãe e o preparo para este momento devem fazer parte de todas as consultas do pré-natal.

Suelen também destaca a importância da rede de apoio à mulher, uma vez que o puerpério é uma fase bastante complexa, com diversas alterações físicas e psíquicas. “Possuir uma rede de apoio que auxilie a puérpera nas tarefas diárias, como como alimentação, descanso, carinho etc., é de extrema importância. Consequentemente, esta rede também precisa estar preparada, orientada para apoiar a puérpera”.

Essa preparação dos familiares e companheiros (as) é tão importante que , este ano, a Semana Mundial do Aleitamento Materno da  Organização Pan-Americana da Saúde  (Opas) tem como tema “Proteger o aleitamento materno: uma responsabilidade compartilhada”, trazendo à discussão justamente a importância da rede apoio. “Promover ações de promoção e proteção do aleitamento são responsabilidade da saúde pública, dos profissionais envolvidos e da sociedade como um todo. A não existência de uma rede de apoio, ou ainda, a existência de uma rede despreparada prejudica todo o processo puerperal refletindo-se diretamente no binômio mãe-bebê”, completa a professora.

Enfermagem tem tradição na informação à gestantes e famílias

A preocupação do corpo docente do curso técnico em Enfermagem do IFSC em relação ao planejamento familiar, pré-natal, gestação e puerpério não é de hoje. Entre os diversos projetos de extensão desenvolvidos pela equipe e estudantes, o Gestar em Família foi um dos pioneiros – criado há quatro anos como um curso preparatório de gestantes, aos poucos o programa foi se ampliando e também foi adaptado à pandemia, com a realização das palestras, orientações e debates por meio de vídeos e lives.

Outra iniciativa recente foi um Gestar em Família com o nome de “A cor do amor”, voltado exclusivamente à gestantes negras, onde foi ofertado um ensaio fotográfico. “Desde 2017 oferecemos encontros gratuitos para gestantes e casais grávidos e chama atenção a pouca participação de gestantes negras, apesar dos esforços para divulgação das atividades. Da mesma forma, é perceptível a diferença no número de fotos e vídeos que encontramos de mulheres não brancas durante a gestação e o trabalho de parto, parto e pós-parto, quando comparado às mulheres brancas”, destaca a coordenadora, professora Juliana Monguilhott.

O “A cor do amor” acabou virando também uma exposição fotográfica em Florianópolis, que pode ser visitada gratuitamente até o dia 13 de setembro, no Multi Open Shopping (Rodovia Dr. Antônio Luiz Moura Gonzaga, 3339), no Rio Tavares, sul da llha de Santa Catarina.

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