Palestras da SNCT do Câmpus Joinville reforçam importância do saneamento básico como direito fundamental para todas as pessoas

SNCT Data de Publicação: 22 out 2024 15:39 Data de Atualização: 25 out 2024 09:36

Promover educação ambiental, reduzir o consumismo, reutilizar ao máximo os resíduos sólidos, investir mais e melhor na reciclagem, cobrar políticas públicas e pesquisar tecnologias mais acessíveis, eficientes e alternativas para tratamento de água, esgoto e resíduos. As palestras da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) e 5ª Semana da Cultura Geral do Câmpus Joinville reafirmaram a importância das ações individuais e do trabalho coletivo para garantir o saneamento básico como direito fundamental para todas as pessoas. A programação local da SNCT 2024 aconteceu entre 16 e 19 de outubro e seguiu o tema nacional “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”.

No dia 16, o engenheiro sanitarista e ambiental Fabiano Zago abriu a programação com a palestra “Resíduos sólidos. O que fazer?”, onde explicou como funciona um aterro sanitário e falou sobre os maiores desafios para o tratamento de resíduos sólidos. “Eu insisto que a gente tem que tomar cuidado com o que compra, com o que consome, para reduzir nosso descarte. Isso vai ser bom para o meio ambiente; isso é bom individualmente”, ressaltou Zago, lembrando que o consumismo afeta a geração de resíduos e a sustentabilidade do planeta. 

Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, cada brasileiro gera, em média, um quilo de resíduos sólidos urbanos por dia. A estimativa é de que aproximadamente 77,1 milhões de toneladas de resíduos foram gerados em 2022. A pesquisa da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) aponta para uma média de 380 quilos por habitante ao ano.

A preocupação com a geração de resíduos aumenta quando se observa que a coleta seletiva porta a porta na região Sul do Brasil atende apenas 31,9% da população urbana. Conforme a diretora de Comunicação e Projetos do Coletivo Joinville Lixo Zero, Taísa Rodrigues, além disso, 30% dos resíduos recebidos nas cooperativas não são recicláveis e ainda contaminam o que poderia ter destino adequado.

“Educação ambiental é um tema que tem que estar nos diversos setores da nossa vida, ainda mais agora que estamos falando tanto de mudança climática. Toda e qualquer atitude conectada com o meio ambiente e sustentabilidade - seja na nossa casa, onde a gente estuda, onde a gente trabalha -  precisa ser discutida e fazer parte da nossa vida, pra gente mudar o hábito e, de fato, fazer a diferença no mundo onde a gente vive. E não é para o futuro; é pra agora”, enfatizou Taísa na palestra “Semana Lixo Zero: uma plataforma de mobilização socioambiental e cuidado com o Futuro”, no dia 18.

O saneamento básico é composto de quatro modalidades: abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. “O saneamento é a força motriz do desenvolvimento do país”, garantiu a presidente do Instituto Trata Brasil, Luana Siewert Pretto, na palestra “Saneamento básico: a importância do uso de novas tecnologias”, também no dia 18.

Os benefícios da universalização do saneamento não seriam apenas ambientais, mas também sociais e econômicos, como erradicação da pobreza, melhoria da saúde e qualidade de vida, economia em gastos com tratamento de doenças, aumento de renda e produtividade dos trabalhadores e valorização imobiliária, por exemplo.

Mas, segundo Luana, o Brasil ainda está longe de atingir a meta de 90% da população com acesso à coleta e ao tratamento de esgoto até 2033, como estabelecido no Novo Marco Legal do Saneamento Básico (Lei 14.026/2020). Conforme o Painel Saneamento Brasil, o país tem 15,8% da população sem acesso à água e 44,5% sem coleta de esgoto.

Todas as palestras foram transmitidas pelo canal do Câmpus Joinville no YouTube. Clique aqui para acessar a playlist.

Programação diversa

Além das três palestras relacionadas a saneamento básico, a SNCT 2024 teve ainda uma mesa-redonda sobre “Aquecimento Global: farsa ou realidade? O que diz a Ciência?”, com os professores Sérgio Cerutti, Fábio Wegbecher e Maurício Ruiz Câmara, mostra de projetos, exposições da área de saúde e apresentação de trabalhos de ensino, pesquisa e extensão.

A Feira de Ciências, no dia 17, teve 83 projetos vistos pela comunidade interna e por mais 70 avaliadores, além de alunos do ensino fundamental que visitaram o IFSC no dia. O experimento “Theremim Caseiro”, dos estudantes Marcio Kalil e Thalia Cecilia Pinheiro, do 4º módulo do curso técnico integrado em Eletroeletrônica, ficou em primeiro lugar.

A agenda teve ainda doze oficinas de assuntos diversos e atividades físicas e encerrou com a apresentação de estagiários de Psicologia da Univille sobre “Boas práticas em saúde mental”, que também está disponível no YouTube.

SNCT CÂMPUS JOINVILLE