PESQUISA Data de Publicação: 16 mai 2023 15:20 Data de Atualização: 16 mai 2023 17:11
A partir deste mês, a pesquisa de preço sobre itens da cesta básica em supermercados, que era realizada somente em Blumenau, passa a ser feita também em três supermercados de Gaspar. A proposta é levantar dados sobre a inflação dos alimentos tanto em Blumenau quanto Gaspar em comparação à inflação oficial do período. “Na pesquisa, apontamos os valores mais baratos, independentemente de marcas, mas baseados na mesma pesagem e descrição do produto. O levantamento ocorre no dia 12 de cada mês, cuja intenção é verificar os produtos mais baratos e consumidos pelas famílias com renda de um a cinco salários-mínimos”, explica o professor Edmundo Pozes, que é o coordenador da pesquisa.
Na pesquisa de maio em que foram levantados os preços de 37 itens da cesta básica, o valor médio da cesta básica em Gaspar foi de R$ 450,90 enquanto em Blumenau o valor foi de R$ 494,76. Dentre os produtos que apresentaram maior variação de preço estavam o absorvente, que custa em média R$ 13,83 em Blumenau e em Gaspar R$ 8,87, o coxão mole, que custa cerca de R$ 48,29 em Blumenau e em Gaspar R$ 40,29 e a manteiga em que o quilo em Blumenau custa cerca de R$ 64,07 e em Gaspar R$ 44,96. Confira a tabela dos preços dos 37 itens pesquisados nas duas cidades.
No caso da pesquisa que vem sendo feita em Blumenau nos últimos 17 meses, percebeu-se queda de 11,98% na inflação dos alimentos em abril (em relação a março), mas em maio, o índice voltou a subir, desta vez, apontando 14,9% em relação a abril, enquanto a inflação oficial (IPCA) foi 0,61%. “Em abril, houve redução nos valores dos produtos devido ao fato de que grandes supermercados e atacadistas tiveram queda nos resultados financeiros porque apostaram em expansões, gerando assim dívidas altas em financiamentos. Por exemplo: Carrefour apresentou resultado negativo na Bolsa de Valores e o grupo Assaí teve queda de 66% no faturamento. Supermercados sofrem efeitos dos juros no custo da dívida, e por outro lado, a renda dos consumidores está comprometida com dívidas anteriores. A queda nos preços ocorrem em geral duas vezes ao ano, quando supermercados “precisam atrair clientes”. Em maio, o índice voltou a subir, o que fez com que o acumulado da inflação alimentícia desde janeiro de 2022 ficasse em 27,4%, enquanto a inflação oficial, no mesmo período, é 7,5%, indicando diferença de quase 20% entre o IPCA (inflação oficial) e os preços dos alimentos em três supermercados em Blumenau.”
O professor explica que a variação entre o IPCA e a inflação dos alimentos se dá porque no IPCA são levados em consideração também itens como energia elétrica, água, internet, aparelhos eletrônicos, mensalidade escolar e atividades de lazer. “Muitos itens que são levados em consideração no IPCA puxam a inflação para baixo e não é o que observamos quando olhamos somente os preços dos alimentos.”
Confira os dados coletados em Gaspar e Blumenau e o gráfico comparativo entre inflação de alimentos e IPCA em Blumenau.