Projeto do Câmpus Criciúma desenvolve plásticos biodegradáveis a partir do resíduo da bananeira

PESQUISA Data de Publicação: 18 dez 2024 13:53 Data de Atualização: 18 dez 2024 14:57

Um projeto do Câmpus Criciúma do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) está pesquisando o desenvolvimento de plásticos biodegradáveis a partir dos resíduos da bananeira. Uma parte da pesquisa foi apresentada na  4ª Mostra de Iniciação Científica e Tecnológica do IFSC, realizada de 25 de novembro a 4 de dezembro. O trabalho foi premiado com nota máxima, na categoria Ciências Exatas e da Terra.

O projeto “Biopolímeros celulósicos provenientes da pós-colheita da banana: transformando resíduos agroindustriais em polímeros renováveis de valor agregado” tem como autores o professor Rodrigo Battisti, a técnica Graziele Vefago Possenti e as estudantes Sthefani Silva Luciano, Ana Julia Bortolin, Hellen Silveira Veneranto, Lavinia Gomes Paz e Isabele da Silveira Pereira, do curso técnico integrado em Química e da Licenciatura em Química.

Biopolímeros, também conhecidos como polímeros biodegradáveis, são compostos químicos obtidos a partir da atividade de organismos vivos ou de matérias-primas provenientes de fontes renováveis de energia. Na pesquisa desenvolvida no IFSC, os biopolímeros acetato de celulose (AC) e carboximetilcelulose (CMC) foram produzidos a partir da celulose extraída e purificada da do pseudocaule, do engaço (parte que sustenta as pencas) e da folha, resíduos que ficam após a colheita da banana. 

“Biopolímeros celulósicos são materiais poliméricos [plásticos] de origem renovável, pois a celulose oriunda do resíduo da banana é a matéria-prima para obtenção dos mesmos. Com isso, a ideia é reduzir o consumo de materiais plásticos de origem fóssil [petróleo], substituindo por esses de origem sustentável”, afirma o professor Rodrigo Battisti. Ele explica que o objetivo é produzir, a partir dos plásticos biodegradáveis, hidrogeis superadsorventes, isto é, polímeros capazes de fixar em suas superfícies moléculas dispersas em um meio, para testar a sua capacidade de remoção de contaminantes em efluentes industriais.

“As aplicações são muito diversas, mas esses materiais que estamos produzindo serão aplicados na produção de hidrogeis para remediação de efluentes, atuando como materiais superadsorventes de poluentes presentes em resíduos líquidos. Porém, há inúmeros estudos com aplicações na área biomédica, têxtil, de embalagens, entre outras”, explica Rodrigo Battisti.

O professor do IFSC explica que o ineditismo do projeto está no uso dos resíduos da bananeira para a produção de biopolímeros, o que não foi encontrado na literatura. A conversão da biomassa em derivados celulósicos de alto valor agregado, com possíveis aplicações nobres, vem ganhando atenção significativa por questões de sustentabilidade. O aproveitamento dos resíduos agroindustriais gerados no cultivo da banana se torna ainda mais importante na região de Criciúma, grande produtora da fruta.

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