Projeto utiliza game RPG para aproximar comunidade e Educação

EXTENSÃO Data de Publicação: 17 out 2022 10:50 Data de Atualização: 17 out 2022 10:56

Um projeto que oferece à comunidade externa uma atividade que desenvolve a sociabilidade, a interatividade, através da construção coletiva da narrativa; e também a criatividade e o gosto pela leitura, atributos que podem colaborar na aprendizagem das disciplinas de História, Literatura e Língua Portuguesa. Assim, a iniciativa ainda incentiva a integração entre comunidade e educação, além de promover valores democráticos e cidadãos, tanto por meio de metáforas narrativas quanto pela execução do projeto. Essa é a base do projeto de extensão RPG (Role Playing Game) no IFSC: uma mídia de aprendizagem em História, Literatura e Língua Portuguesa, em execução pelo Câmpus Florianópolis, através da professora Vivian Bueno Cardoso, do aluno extensionista Ramon Santos de Gusmão, da coordenação de Matheus Fernando Silveira, e dos colaboradores Jonas João do Nascimento e Danilo Hermano.

“RPG é uma sigla para role playing game, ou jogo de interpretação de papéis. É um tipo de jogo narrativo, onde os jogadores se reúnem em grupos para construir histórias coletivas. Não se trata de uma interpretação no sentido teatral: cada jogador assume certa persona, que será uma dos protagonistas de uma estória, e que irá interagir com os outros jogadores personagens protagonistas. A narrativa de jogo acontece num mundo imaginário compartilhado, que pode ser inspirado em eventos reais, ou em universos ficcionais de livros, filmes, animes, jogos”, revela Matheus.

Para Jonas, a iniciativa é como uma mídia para pensar relações educacionais, entre aprendizagem, sociabilidade e protagonismo estudantil. “O RPG é uma mídia plástica, flexível, com a qual se podem pensar diferentes propostas, pois é construído por meio de criações narrativas colaborativas! A estrutura de jogo funciona como meio e como reforço para a integração entre os participantes, incentivando valores importantes para nossa sociedade, tais como empatia, oralidade, criatividade, criticidade, autonomia, trabalho em equipe”, ressalta o estudante, e Matheus completa: “além disso, o projeto reserva uma quantidade de vagas para pessoas negras e LGBT+, pensando em uma inclusão social para um tipo de atividade lúdico educacional”.

Segundo ele, o RPG é uma forma de aproximar as relações entre escola, universidade e comunidade. “Em meu mestrado, criei um clube de RPG na escola em conjunto com meu colega, professor Jonas, e avaliei as potências disso para as relações escolares, a aprendizagem, a sociabilidade, o protagonismo estudantil. Era uma pesquisa acadêmica para pensar o RPG e a educação, ainda que voltada para o ensino de história. Esse clube no Instituto Estadual da Educação (IEE), era chamado de Toca do Aprendiz, que durante um ano e meio se enraizou e ganhou fama e solidez. Contudo, um de nossos estudantes participantes, Ramon, migrou para o IFSC, e foi ele o grande catalisador para ver uma nova face do projeto”, conta ele. Matheus ainda salienta o apoio institucional através da atuação de professores e estagiários acadêmicos interessados em RPG e Educação, atendendo pessoas da comunidade e também de outros colégios para além do IFSC. “É uma iniciativa antenada com a importância do RPG em tempos atuais, que vem crescendo nas pesquisas acadêmicas, consumo cultural, no mercado editorial e empresarial, destaca ele.

Para Jonas, o projeto se dirige à comunidade educacional e externa, inclusive incentivando maiores diálogos entre esses grupos que por vezes podem parecer muito distantes. “Com o crescimento do RPG enquanto mídia dentro das práticas sociais e dentro das pesquisas científicas, o projeto é um exemplo de inovação pedagógica, construção de sociabilidades e educação cidadã. É um projeto semeador. O próprio nascimento do projeto do RPG no IFSC contou com grande protagonismo do estudante Ramon, que havia participado de um projeto similar no Instituto Estadual da Educação - chamado Toca do Aprendiz. Agora reunidos no IFSC, o grupo cresceu e se diversificou, com novos membros, mais objetivos, mas a mesma crença: a da grande potência que o RPG tem para a educação”, salienta.

Na equipe coordenadora, o projeto conta com os acadêmicos Jonas e Matheus, mestres em História pela UFSC e professores da educação básica; o professor de Física, Sérgio ; a professora Vivian, de Literatura, ambos do IFSC; o designer Danilo; a estudante de Design do IFSC, Rita; e o secundarista do IFSC, Ramon.

 

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