Projeto de divulgação científica do IFSC participa de exposição sobre visita de Marie Curie ao Brasil

CÂMPUS SÃO JOSÉ Data de Publicação: 11 jul 2024 19:20 Data de Atualização: 12 jul 2024 14:43

A cientista franco-polonesa Marie Curie, primeira mulher a vencer o Prêmio Nobel e com importantes pesquisas na área de radioatividade, visitou o Brasil em 1926, e a história dessa visita está sendo contada por meio de um circuito expositivo que vai percorrer quatro cidades. O projeto de divulgação científica [Ciências]2, do Câmpus São José do IFSC, é um dos apoiadores da iniciativa.

A exposição “Marie Curie esteve aqui” é organizada pelo projeto “Meninas e mulheres na ciência”, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e começou em maio em Águas de Lindóia (SP). A mostra vai percorrer também as outras cidades que a cientista visitou no Brasil há 98 anos: Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

A cientista franco-polonesa visitou o Brasil a convite do Instituto Franco-Brasileiro de Alta Cultura, participando de eventos em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Conheceu também Águas de Lindóia e sua fonte de águas termais junto a uma comitiva de médicos, políticos, cientistas e outras lideranças. O interesse de Marie Curie pela pequena cidade do interior paulista - que, na época, era um distrito de Serra Negra (SP) -, tem origem em convite feito pelo médico brasileiro Francisco Tozzi para que ela conhecesse as propriedades terapêuticas das fontes radioativas de águas termais da região.

“Produzimos especialmente para esta exposição uma história em quadrinhos (HQ). Uma HQ feita especialmente para ser exibida na forma de grandes paineis (uma espécie de HQ gigante). Ela também foi impressa para ampla distribuição aos visitantes e escolas das cidades do entorno de Águas de Lindóia”, conta o professor Vinícius Jacques, que coordena o projeto [Ciências]2 e colabora com a organização da exposição.

A história tem o título Marie Curie e as águas radioativas e é resultado de articulação entre os projetos  [Ciências]2 e “Meninas e mulheres na ciência”.

A escolha da “HQ gigante” como suporte tem como objetivo sensibilizar leitores que visitam a exposição, segundo o professor do IFSC. “Uma ferramenta lúdica de popularização das ciências, de um importante episódio histórico desconhecido pela maior parte das pessoas”, complementa. A intenção dele e da equipe agora é produzir outras HQs, para comporem o circuito expositivo nas outras cidades que Marie Curie visitou.

O [Ciências]2 usa a linguagem das histórias em quadrinhos para falar de temas ligados à ciência. Um deles - lançado no Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação do IFSC (Sepei) em 2019 - trata justamente da cientista franco-polonesa (chamado As cientistas: Madame Curie). Essa HQ foi usada no ano passado pelo projeto de extensão “Meninas em mulheres nas ciências” em oficinas realizadas em escolas públicas de Curitiba.

Foi por causa das histórias em quadrinhos que Vinícius recebeu o convite para integrar a equipe organizadora do circuito expositivo. “Devido às produções do [Ciências]2 e minhas pesquisas em histórias das ciências e histórias em quadrinhos, a professora Camila Silveira [da UFPR] me convidou para roteirizar uma HQ, contando a vinda de Marie Curie, com foco em sua passagem por Águas de Lindóia. Com isso, participei da equipe que realizou pesquisa histórica em jornais da época”, detalha o professor.

O projeto do Circuito Expositivo tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Quem foi Marie Curie

Nascida em Varsóvia, capital polonesa, em 7 de novembro de 1867, Maria Salomea Sklodowska precisou estudar em uma universidade clandestina, pois não era permitido a mulheres na época frequentar cursos superiores na Polônia (então sob domínio do Império Russo). Aos 24 anos, ela se mudou para Paris para continuar seus estudos em física, química e matemática. Quatro anos depois, casou-se com o físico francês Pierre Curie, mudando seu sobrenome para Sklodowska-Curie e passando a ser mais conhecida como Marie Curie.

Além de companheiros de vida, Marie e Pierre eram parceiros de pesquisa. Em 1903, os dois, juntamente com o também físico francês Henri Becquerel, ganharam o Prêmio Nobel de Física, o que fez de Marie a primeira mulher a receber a premiação. Eles foram reconhecidos pelas pesquisas que levaram ao desenvolvimento da teoria da radioatividade, um termo criado por Marie.

Pierre faleceu em 1906 e Marie assumiu as aulas que ele ministrava na Universidade de Paris, tornando-se a primeira mulher a lecionar na instituição. Ela continuou suas pesquisas, voltando a ganhar o Prêmio Nobel em 1911, desta vez na área de Química, por ter descoberto os elementos polônio (que ela batizou em homenagem ao seu país-natal) e rádio, usando técnicas que ela inventou para isolar isótopos radioativos.

Marie Curie foi a primeira pessoa a receber dois prêmios Nobel, é até hoje uma das únicas - junto com o químico americano Linus Pauling - a receber a premiação em duas áreas diferentes.

A cientista morreu em 4 de julho de 1934, aos 66 anos, em um hospital de Passy, no sudoeste da França. A causa foi uma doença chamada anemia aplástica, que pode ter se originado pelo contato prolongado de Marie Curie com a radiação durante sua vida.

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