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Câmpus Florianópolis lidera projeto nacional em gerenciamento de energia elétrica

CÂMPUS FLORIANÓPOLIS Data de Publicação: 14 mar 2022 18:24 Data de Atualização: 14 mar 2022 18:49

O Câmpus Florianópolis será o responsável por liderar uma iniciativa de abrangência nacional em parceria com o Programa para Desenvolvimento em Energias Renováveis e Eficiência Energética na Rede Federal (EnergIF) do Ministério da Educação (MEC). “É um projeto bastante complexo e abrangente, envolvendo os 661 câmpus da rede em todo o Brasil”, explica o professor e integrante da equipe, Rafael Nilson Rodrigues. Fazem parte da parceria, alocada dentro do Plano Anual de Aplicação de Recursos do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PAR-Procel), o IFSC, EnergiF, MEC, Eletrobras, Fundação Stemmer para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (FEESC) e Polo Embrapii do IFSC.

A iniciativa vai envolver mais de 300 servidores em todo o país, com investimento total de R$ 26 milhões. Entre os objetivos estão o Portal de Gerenciamento de Energia, criação de 15 laboratórios de eficiência energética, realização e implantação de cursos, incluindo a produção de material didático para cursos voltados a docentes da área, e a realização de um novo Workshop EnergIF, cuja primeira edição foi feita de forma on-line em novembro de 2020.

A parceria tem muitos números, mas, para Rodrigues, o grande avanço será difundir a cultura da eficiência energética: “Com o sucesso que, acreditamos, teremos com a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, poderemos expandir as ações para outras esferas do poder público”.

E a crença do professor não é à toa: desde 2012 ele coordena o smartIFSC, vinculado ao Laboratório de Redes Elétricas Inteligentes (labsmart), um projeto que visa inovação tecnológica em dispositivos para o gerenciamento energético inteligente, baseando-se na interação entre medidores eletrônicos de energia (concessionária) e no uso da Internet das Coisas (IoT). O sistema é construído em plataforma WEB e computação em nuvem, sem a necessidade da instalação de programas específicos, podendo ser acessado de qualquer dispositivo com conexão internet.

O sistema já foi implantado em nove câmpus do IFSC, na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e em duas unidades em edifícios do então Ministério do Planejamento (hoje incorporado ao Ministério da Economia) em Brasília e traz, de forma detalhada, o consumo de energia elétrica na unidade escolhida. Com o monitoramento, é mais fácil identificar perfis de carga, pontos que podem ser problemáticos e consumo muito alto em certos momentos. O sistema permite acompanhar em tempo real o tamanho do impacto de uma ação para poupar energia. “De posse das informações, a tomada de decisão é do componente humano. Vale a pena ligar o ar-condicionado? Precisa usar a iluminação durante a noite? Com a informação, o gestor pode analisar as possibilidades ”, explica Rodrigues.

No Câmpus Florianópolis, utiliza-se o sistema para identificar problemas (como o alto consumo de energia durante a madrugada e os horários de pico de carga) e corrigi-los. Outra atitude que ajudou a diminuir os gastos foi a recontratação dos serviços da Celesc. Como instituição, o IFSC pode contratar um número específico de quilowatts por mês. Se contratar a mais, paga mesmo sem ter usado e, se contratar a menos, paga uma tarifa mais cara por usar além do contratado. Com o projeto, foi possível fazer o acompanhamento mês a mês e saber a quantidade certa a ser comprada.

No Câmpus Canoinhas, em função de medidas adotadas com o uso do sistema, foram economizados cerca de 4 mil reais em três meses.

“Durante os anos da pandemia, apesar de boa parte das instituições federais de todas as esferas – Legislativo, Executivo e Judiciário – terem ficado no esquema de home office, a queda no gasto com energia do Governo Federal não foi tão significativa (de cerca de 2,5 bilhões em 2019 para 2,1 bilhões em 2021). É um sinal de que se tem muito para trabalhar, especialmente porque boa parte destes gastos são nas universidades e institutos federais”, afirma o professor.

Ele volta a defender a mudança na cultura do consumo. “O setor elétrico tem um ciclo. Começa na geração, vai para transmissão, distribuição e termina no consumo. Quando se fala em crise energética, muitos vão pensar no aumento na geração, mas é preciso diminuir o consumo, sem afetar a produção industrial. E em um país como as dimensões do Brasil, a ciência da energia elétrica, que por si só já complexa, tem ainda mais desafios”.

“De todos os objetivos da nossa parceria, considero que o gerenciamento de energia é o mais desafiador, pois além de ter que instalar o equipamento e treinar os servidores envolvidos em cada uma das unidades da rede, é o que vai mexer mais com a mudança de cultura”, destaca Rodrigues.

O professor lembra que todo o projeto impactará diretamente o Ensino, como preconiza o IFSC, que trabalha com a indissociação entre Ensino, Pesquisa e Extensão, pois além dos bolsistas envolvidos, poderá ser feita muita pesquisa sobre o tema usando dados nacionais. O benefício para estudantes também foi destacado pelo reitor Maurício Gariba Júnior: "O uso de energias renováveis e a busca pela eficiência energética é um importante fator econômico e social. É algo muito incipiente ainda no país e o IFSC sair como ponta de lança, inclusive com diversos editais de pesquisa e inovação, é fundamental para o desenvolvimento dos nossos pesquisadores e, especialmente, para os nossos estudantes. E dentro de uma área cuja inovação e avanços são é fundamental para a economia do Estado e do Brasil.

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