INOVAÇÃO Data de Publicação: 24 nov 2023 11:29 Data de Atualização: 12 dez 2023 10:29
No próximo dia 27 de novembro será lançado o aplicativo educacional Aquilombar, desenvolvido pelo projeto “Juventudes Negras Periféricas" a partir de um termo de cooperação técnica entre o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Câmpus Canoinhas do IFSC e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O lançamento é aberto ao público e ocorrerá entre 15 e 17 horas no miniauditório do Câmpus Florianópolis-Continente.
O objetivo do aplicativo é reunir de forma objetiva e simples informações sobre as políticas de cotas e de assistência estudantil de instituições de ensino superior públicas. Nesta primeira etapa estão detalhadas as informações do IFSC, UFSM e Instituto Federal Catarinense (IFC). O coordenador do projeto, professor Cícero Santiago de Oliveira, explica que a proposta nasceu a partir da percepção de pesquisadores em estudos afro-brasileiros sobre o desconhecimento dos adolescentes e jovens sobre as políticas de ações afirmativas.
"A gente percebeu que uma parte significativa dos estudantes da educação básica ainda não compreende como se estruturam as políticas de cotas e, sobretudo, também, porque as instituições hoje têm políticas de cotas diferentes. Embora exista uma estrutura nacional, existem casos singulares. No caso do IFSC, a gente segue em geral a estrutura da lei, mas no caso do IFC, por exemplo, existem cursos que têm uma política de cotas específicas para professores da educação básica. Quando a gente vai olhar para o caso da Universidade Federal de Santa Maria, eles têm políticas de cotas específicas para a comunidade LGBTQIA+", explica.
Santiago também aponta o desconhecimento sobre as políticas de assistência estudantil antes do ingresso na instituição, o que impacta no planejamento da família com relação ao estudo dos filhos em outra cidade, por exemplo. "Essas informações, em geral, estão muito fragmentadas na internet." E quando estão disponíveis, nem sempre são de fácil entendimento. Por isso, além de reunir as informações, a proposta do aplicativo é "traduzi-las" para uma linguagem simples que possa ser compreendida por todos.
Como funciona
O estudante indica o curso que pretende fazer e o aplicativo mapeia as instituições públicas que o ofertam, indica como se dá o ingresso, qual é a política de cotas, como ela está estruturada e qual é a política de assistência estudantil da instituição.
O projeto começou a ser desenvolvido no ano passado. A partir do recebimento de recursos de uma emenda parlamentar, foi possível a realização de editais para bolsistas. Em 2022 foram três bolsistas e, neste ano, receberam bolsas sete estudantes dos sete câmpus que têm Neabis: Gaspar, Canoinhas, São Miguel do Oeste, Caçador, Palhoça-Bilíngue, Jaraguá do Sul - Rau e São Carlos.
"Na primeira etapa o foco foi pactuar a arquitetura funcional do aplicativo com os colegas do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Câmpus Canoinhas. Outra dimensão importante foi a contribuição do Câmpus Palhoça, que ficou responsável pela discussão estética, pelo template do aplicativo", explica Santiago. O trabalho de alimentar o app é constante, tanto na atualização das instituições já cadastradas como na inserção de novas.
Documentários
Outro produto do projeto “Juventudes Negras Periféricas" são documentários paradidáticos. Em 2022, dentro do termo de cooperação técnica, foi lançado o documentário "Quando a universidade é a nossa casa", que registra a vida de dois estudantes, um menino e uma menina, ambos negros, que moram na Casa do Estudante da Universidade Federal de Santa Maria.
Neste mês de novembro, inicia a gravação de um segundo documentário que vai trabalhar sobre a questão da vida dos egressos das cotas.