Música e emoção marcam homenagem à professora Leila no Câmpus Criciúma

ENSINO Data de Publicação: 03 dez 2024 12:53 Data de Atualização: 03 dez 2024 12:58

O auditório do Câmpus Criciúma do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) agora se chama Auditório Professora Leila Minatti Andrade. A professora, falecida precocemente em março, foi homenageada no dia 29 de novembro, aniversário de 14 anos do Câmpus Criciúma, numa cerimônia emotiva que contou com a participação de colegas, alunos e familiares.

Leila Minatti Andrade era professora de Espanhol do Câmpus Criciúma do IFSC desde 2017. Antes, havia passado pelo Câmpus Araranguá, entre 2014 e 2016. Também foi professora dos Câmpus Concórdia, Sombrio e Santa Rosa do Sul do Instituto Federal Catarinense (IFC), e também da Unesc, onde foi coordenadora do curso de Letras. Graduada em Letras pela UFSC em 1997, Leila era doutora em Ciências da Linguagem pela Unisul. Ela faleceu no dia 24 de março deste ano, aos 49 anos, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral grave sofrido após uma cirurgia eletiva. 

A ideia de nomear o auditório do Câmpus Criciúma foi uma escolha dos servidores e da direção, com autorização dos familiares, uma vez que o espaço simboliza uma parte da atuação de Leila, uma entusiasta da música e da poesia que sempre estimulava seus alunos a participarem da Mostra de Arte e Cultura, que ela mesmo costumava participar.

A cerimônia foi realizada no dia do aniversário do Câmpus e também de realização da nona edição da Mostra. E foi com música, poesia e emoção que Leila foi homenageada.

Suas colegas e amigas, professoras Carla Scapini, Sheila Nardon, Érica Benincá e Michele Guizzo recitaram a poesia “Te quiero”, do poeta uruguaio Mario Benedetti, que a própria Leila havia recitado em uma edição da Mostra. 

“Si te quiero es por que sos
Mi amor, mi cómplice y todo
Y en la calle codo a codo
Somos mucho más que dos”

A turma do segundo ano do curso técnico integrado em Edificações, da qual Leila era regente, também preparou uma homenagem à professora, com a leitura de um texto e com a “Ainda gosto dela”, da banda Skank, cantada por toda turma. Ex-alunas de Leila no curso técnico em Química, Luciana Fogaça de Oliveira, Amanda Bieger Rodrigues e Helen Silveira Veneranto fizeram uma homenagem baseada na tradição mexicana do Dia de Los Muertos, temática que a professora trazia em suas aulas e nas edições da Mostra.

Milena, filha de Leila e também entusiasta da música, cantou a música “Vilarejo”, de Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes. Saulo, filho de Leila, trouxe a bola de vôlei que a mãe, apaixonada também pelo vôlei, usava para jogar. Em sua fala, Cristian Dimitri Andrade, viúvo da professora, lembrou das viagens que Leila organizava para a família e de suas andanças como docente em diversas cidades de Santa Cantarina, encerrando com a frase do escritor Rubem Alves, encontrada em um material do Sinasefe, sindicato ao qual Leila era filiada.

“Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naquele cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais.”

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