Clube de Escrita e Cineclube Ó Lhó Lhó comemoram 10 anos com homenagens

EXTENSÃO Data de Publicação: 16 out 2024 01:27 Data de Atualização: 16 out 2024 02:23

Os aniversários de 10 anos de dois projetos de arte e cultura do Câmpus Florianópolis do IFSC foram celebrados na última quinta-feira, 10 de outubro (10/10, portanto), com eventos nos três períodos. O encerramento do dia de festa foi marcado por uma homenagem aos antigos e atuais membros do Cineclube Ó Lhó Lhó e do Clube de Escrita em cerimônia no auditório do câmpus.

O Clube de Escrita é alguns meses mais velho, criado em abril de 2014. Ele surgiu por iniciativa de uma estudante do curso técnico integrado em Química na época, Giovana Zanon Batista, que procurou a professora de língua portuguesa Elisa Helena Tonon para falar sobre a ideia. O projeto começou com encontros nos intervalos entre os período matutino e vespertino de aulas, nos quais os participantes exercitam a arte de escrever.

O projeto, que inicialmente envolvia apenas estudantes do IFSC, abriu as portas para a comunidade externa em 2016 e, desde então, foi sendo incrementado, com a inclusão, por exemplo, de oficinas com escritores. Durante a pandemia, os encontros foram para o mundo online e o clube expandiu seus horizontes, recebendo participantes de todo o Brasil. “Nossos encontros tinham vários sotaques”, lembra a professora Elisa, coordenadora do projeto.

Ex-integrante do Clube de Escrita, Érica Dallai, de 24 anos, era uma estudante do curso técnico integrado em Eletrotécnica sem experiência em escrever quando entrou para o grupo. O clube foi tão influente na vida dela que hoje ela estuda Letras-Português na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

“Acho que foi muito por causa do clube”, diz Érica, falando sobre o curso que escolheu na graduação. Ela, que já teve um conto publicado em um livro da UFSC, conta que o Clube de Escrita ajudou-a a “não ter tanta rigidez na escrita” e também a se expressar por meio da linguagem literária.
 

Mudar o mundo


“É um lugar vivo. E como algo vivo, ele se transformou”, define a professora de artes visuais Gizely Cesconetto de Campos, coordenadora do projeto do Cineclube Ó Lhó Lhó. Gizely é também a idealizadora do cineclube, por meio do qual tinha um objetivo simples: o de mudar o mundo.

Foi com esse espírito que a professora procurou o Grêmio Estudantil para criar o cineclube. No entanto, o projeto só sairia do papel em 2014, exatamente num 10 de outubro. Por meio do Ó Lhó Olhó - nome que faz referência a uma expressão de espanto típica dos manezinhos, como são conhecidos os habitantes de Florianópolis.

O Ó Lhó Lhó lida com cinema, mas não é um grupo de cinéfilos: é uma reunião de pessoas que quer discutir temas relevantes para a sociedade. A cada semana, um filme é escolhido para ser assistido e debatido em sessões abertas à comunidade externa - a obra sempre tem relação com o assunto que a equipe quer discutir. O grupo também organiza uma vez por mês sessões de filmes infantis na comunidade do Morro da Caixa, vizinha ao câmpus.

Um dos primeiros integrantes do Ó Lhó Lhó, Julio Machado Correia, de 27 anos, era estudante do curso técnico integrado em Edificações e membro do Grêmio Estudantil na época da criação do cineclube. Para ele, fazer parte do grupo ajudou-o a ter uma formação humana e  política, além de aumentar seu sentimento de pertencimento ao IFSC. “Além disso, aprendi um pouco mais sobre a produção de cinema”, destaca Julio, hoje professor de Filosofia na rede estadual de ensino de Santa Catarina.

Para a professora Gizely, o cineclube cumpriu nesses 10 anos o objetivo que ela tinha em mente quando idealizou o projeto. “A gente pode mudar o mundo a partir do particular”, avalia. Alguns exemplos disso, de acordo com ela, são pessoas que faziam comentários preconceituosos durante os debates sobre os filmes e que foram mudando seu comportamento com os debates promovidos pelo Ó Lhó Lhó.

Além das homenagens aos antigos e atuais membros das equipes dos dois clubes, as comemorações pelos 10 anos dos grupos teve exposições, roda de conversa e oficina.

 

 

EXTENSÃO CÂMPUS FLORIANÓPOLIS