ENSINO Data de Publicação: 05 ago 2024 17:16 Data de Atualização: 07 ago 2024 10:57
Amanda (ao centro) espera que o curso ajude-a a empreender ou buscar colocação no mercado de trabalho
Isaura, 62 anos, está empolgada com a possibilidade de poder abrir seu próprio negócio
Instituto fundado pelo padre Vilson Groh (em pé), que atua com projetos sociais no Maciço do Morro da Cruz, foi parceiro do IFSC na oferta de uma das turmas
As formaturas foram realizadas no auditório da Reitoria, em Florianópolis, ao lado do Câmpus Florianópolis-Continente
Duas formaturas marcaram na última quarta (31/7) e quinta (1/8) o encerramento do curso de Salgadeira do Câmpus Florianópolis-Continente, oferecido por meio do programa Mulheres Mil. No total, 49 mulheres formaram-se no curso, realizado de 19 de março a 2 de julho, com duas turmas: uma com aulas no Câmpus Florianópolis-Continente e outra no Instituto Vilson Groh (IVG), na comunidade Monte Serrat, localizada no Maciço do Morro da Cruz, região central da capital. O IVG foi parceiro do IFSC na oferta dessa turma.
Para mulheres como Amanda Pereira, de 34 anos, moradora do Monte Serrat, o curso de Salgadeira foi uma oportunidade de buscar uma nova fonte de renda. “Vai me ajudar bastante. Muita coisa que aprendemos eu não sabia antes”, destaca.
Amanda, que está desempregada depois de já ter atuado em diversas funções - como limpeza, recepção, digitação e cozinha, acredita que agora está preparada para empreender ou encontrar emprego na área de produção alimentícia. Além disso, adquiriu novos conhecimentos em áreas como empreendedorismo, cálculo, sustentabilidade e saúde da mulher, também abordadas no curso.
Expectativa semelhante tem Isaura Correa da Rosa, de 62 anos, que ainda não conseguiu sua aposentadoria, apesar de trabalhar desde os 12 anos em ocupações como faxineira, empregada doméstica e cuidadora de idosos.
“Me interessei pelo curso para poder aprimorar meus conhecimentos e fazer renda”, conta. Moradora da comunidade do Alto do Caieira, também no Maciço do Morro da Cruz, ela precisa de dinheiro para sustentar três netos que passaram a morar com ela depois que sua filha faleceu. Atualmente, doações e bolsa-família são suas principais fontes de renda.
Isaura está otimista com a possibilidade de abrir seu próprio negócio e já está começando a produzir pães, rosquinhas, salgadinhos e bolos. “São coisas que não tem ninguém fazendo no meu bairro”, diz.
Curso cumpriu objetivos
A supervisora do curso no Câmpus Florianópolis-Continente, Gleicy Correa Nunes Marques, avalia que os objetivos do programa Mulheres Mil foram cumpridos com a iniciativa. “Para muitas, foi a primeira formatura da vida. Mulheres de 50, 60 anos, que levaram seus filhos e netos. E elas viram que o IFSC é possível para elas. Construímos essa ponte”, comenta.
Algumas das formadas no curso de Salgadeira indicaram que vão se inscrever para processos seletivos de cursos técnicos e Proeja no câmpus, de acordo com Gleicy. Além da formação técnica, o IFSC e o programa Mulheres Mil concederam apoio financeiro às estudantes.
Parceiro do IFSC na oferta de uma das turmas, o IVG é uma organização não-governamental que atua desde 2011 com projetos sociais no Maciço do Morro da Cruz. Fundador do instituto que leva seu nome, o padre Vilson Groh sugeriu às formandas continuar seus estudos, principalmente na área de cooperativismo, para que possam atuar em conjunto. Sobre o curso, ele considera que o principal benefício foi “produzir condições para o empoderamento das mulheres”.
O programa Mulheres Mil, do Governo Federal, é destinado a mulheres que se encontrem em vulnerabilidade e risco social, vítimas de violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral e/ou moradoras de locais com infraestrutura deficitária.