PESQUISA Data de Publicação: 17 dez 2020 15:52 Data de Atualização: 08 mai 2021 15:53
Um sistema desenvolvido a partir de um projeto do Câmpus São José do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) pode evitar que profissionais da área da saúde contaminem-se por meio de partículas de vírus, bactérias ou fungos existentes no ar. O sistema faz o monitoramento e controle em tempo real da quantidade de partículas presentes no ar em ambientes hospitalares. Este projeto piloto foi implantado no Setor de Endoscopia do Hospital Regional de São José (HRSJ). Os resultados deste experimento serão apresentados nesta sexta, dia 18, às 11h, no auditório do HRSJ.
A escolha pelo Setor de Endoscopia para receber o piloto ocorreu porque alguns procedimentos realizados em pacientes naquele espaço podem gerar aerossóis infecciosos, como aqueles que estimulam o reflexo de tossir. A endoscopia respiratória, conhecida pelo nome “broncoscopia”, é um exemplo de procedimento onde pode ocorrer uma elevada geração desses aerossóis, colocando em risco os profissionais de saúde, principalmente durante a pandemia de covid-19 - o adoecimento desses trabalhadores tem sido uma das causas do colapso dos sistemas de saúde causados pela pandemia em vários países.
O projeto desenvolvido, apoiado por um edital interno do IFSC, integra os sistemas de exaustão e de insuflamento de ar (transferência de ar de um ambiente para outro) com outro sistema, de medição e controle automáticos da concentração de partículas próximas à região onde são realizados os procedimentos. Em situação de alto risco, o equipamento de medição e controle, através de sensores, emite um sinal de alerta e aciona a exaustão e o insuflamento para eliminar os agentes infecciosos.
As partículas são captadas perto da fonte de geração de contaminantes por meio da baixa pressão gerada pelo exaustor e eliminadas para o ambiente externo por meio do duto de exaustão. O sistema também faz o insuflamento de ar externo filtrado, sem contaminantes. Comparando com o sistema de exaustão anterior existente no Setor de Endoscopia, houve redução da concentração de partículas no interior do ambiente e foi eliminada a dispersão das partículas ao longo de todo o espaço, reduzindo os riscos de contaminação aos ocupantes do ambiente.
O sistema é resultado de um trabalho que começou em abril e incluiu análises sobre o espaço físico do Setor de Endoscopia, além de medições da concentração de partículas e estudos sobre as rotinas e procedimentos da equipe técnica e sobre a circulação de ar no local. A equipe que desenvolveu o projeto foi composta pelos professores Marcelo Luiz Pereira, Rogério Vilain (ambos da área de Refrigeração e Climatização) e Rubem Toledo Bergamo (da área de Telecomunicações), todos do Câmpus São José do IFSC, além do engenheiro de telecomunicações Fernando Müller da Silva, ex-aluno do IFSC (formado em Engenharia de Telecomunicações, também pelo Câmpus São José do IFSC).