ENSINO Data de Publicação: 26 nov 2024 13:27 Data de Atualização: 10 dez 2024 15:42
Duas estudantes de graduação e um egresso do Câmpus Criciúma do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) se destacaram no Hackathon: Desafio Carvão+, evento que desafiou profissionais e estudantes das áreas de tecnologia, inovação, administração, indústria e mineração a buscarem soluções inovadoras para desafios da indústria do carvão. A competição foi realizada nos dias 22 e 23 de novembro, Cobusiness do Centro Tecnológico da Satc, em Criciúma.
Maria Luisa Dias, estudante de Engenharia Mecatrônica, e Roberta Almeida, aluna de Engenharia Civil, integraram a equipe Drenoxx ao lado de Wesley Bitencourt, egresso do curso técnico em Mecatrônica do IFSC e hoje cursando Engenharia de Software na Faculdade Estácio, além Jefferson Zeferino, que cursa engenharia de software na SATC, e de Filipi Costa, aluno de Ciência da Computação na UNESC. Eles ficaram em segundo lugar na competição que reuniu nove equipes.
“Nossa ideia foi a de um sistema de monitoramento e controle dos parâmetros de operação das bombas de drenagem. Mais especificamente, ele teria a capacidade de monitorar esses parâmetros, fornecer informações ao usuário através de um aplicativo sobre o estado atual das bombas, e através do uso dos dados coletados e de uma inteligência artificial predizer eventos com base na taxa de acontecimentos anteriores, permitindo assim uma manutenção preditiva”, explica Maria Luisa.
O desafio
O Desafio Carvão+ foi organizado pelo Grupo de Trabalho de Química e Materiais do Ecossistema Local de Inovação de Criciúma, do qual fazem parte SATC, IFSC, Criciúma Conecta Inovação, Unesc, ACIC, Centro de Inovação Criciúma, IEL/FIESC e SESI/SENAI. Apoiaram o evento Sindicato da Industria de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina (Siecesc-Carvão+), a Ferrovia Tereza Cristina, a Diamante Geração de Energia e o Sebrae.
Em cerca de 12 horas de Desafio, mais de 40 participantes divididos em nove equipes se reuniram para transformar ideias em soluções reais para a indústria do carvão. Os eixos temáticos da competição eram automatização no uso de equipamentos e máquinas de subsolo, umidade do carvão no processo produtivo e transporte e uso de biomassa ou turfa (material orgânico encontrado no solo usado como combustível) para ajuste de especificação.
De acordo com Roberta Almeida, na noite de sexta a equipe fez um apanhado geral com especialistas de diferentes áreas que estavam presentes no evento, buscando entender as necessidades do setor. A ideia do sistema automatizado para as bombas de drenagem surgiu nos minutos finais, fazendo com que a equipe tivesse que correr contra o tempo para entender o problema e apresentar uma solução.
“Levantamos as informações consultando os mentores, pesquisando na internet, entrando em contato pelo WhatsApp com profissionais. Todo esse pessoal foi essencial para auxiliar a gente a ter essas informações e conseguir chegar a uma proposta de solução de fato. A gente queria realmente resolver o problema, não queria apenas participar do evento por participar”, conta Roberta.
Experiência gratificante
Para elaborar o projeto, que no sábado foi apresentado em formato de pitch (apresentação oral rápida), os alunos levaram em consideração questões como a insalubridade dos ambientes, a impossibilidade de conexão com a internet e outras dificuldades que foram aparecendo nas consultas aos especialistas.
“Ficamos orgulhosos, porque a proposta ficou bem bacana. Inclusive esperamos que renda alguns frutos. Estamos conversando pra ver como é que ficam os próximos passos. A organização do evento está de parabéns. Foi uma experiência muito completa. Mesmo correndo contra o tempo, tínhamos todo um suporte, incentivo, eles faziam alguns questionamentos que às vezes nos levavam a outro caminho. Então, todo mundo ali, não só a minha equipe, mas todo o pessoal da organização, foi muito essencial para chegarmos nesse resultado”, conclui Roberta.
“Foi uma experiência gratificante, e ficamos muito satisfeitos com o resultado alcançado, especialmente considerando que nenhum de nós possuía experiência prévia no setor carbonífero. Nossa maior dificuldade durante o desafio foi compreender o problema que deveríamos abordar, justamente pela falta de bagagem na área, ao contrário de muitos outros participantes que já tinham conhecimento no assunto. Ainda assim, foi uma vivência extremamente enriquecedora, e esperamos que nossa ideia possa gerar frutos no futuro”, reforça Maria Luisa.
Ecossistema de Inovação
O Câmpus Criciúma é representado no GT pelos professores Marcelo Dal Bó, Diego Haltiery e Eduardo Alberton Ribeiro. O professor Périson Pavei Uggioni, que também participa do Ecossistema, foi um dos avaliadores do evento. “Vários professores do IFSC participam de grupos de trabalho do Ecossistema Local de Inovação. Nossa instituição está engajada neste Ecossistema, para apoiar ações que busquem fomentar a Inovação em diversos setores da economia local”, explica Perison.