EXTENSÃO Data de Publicação: 21 out 2024 17:20 Data de Atualização: 22 out 2024 14:21
Mais de trezentas mulheres estiveram reunidas, nos dias 17 e 18 de outubro, para debater os desafios e as oportunidades que transpassam a maternidade e a vida acadêmica, durante o IV Simpósio Brasileiro sobre Maternidade e Ciência, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Entre elas, duas mães, professoras e pesquisadoras do Câmpus Joinville: Joice Luiz Jeronimo, da área de Elétrica, e Luana Claudia dos Passos Aires, da Enfermagem.
No evento promovido pelo Movimento Parent in Science com o apoio do Instituto Serrapilheira, elas participaram de palestras e mesas-redondas sobre políticas de apoio às mães nas universidades, editais de pesquisa, sobrecarga de trabalho, saúde mental, diversidade, inclusão e regulamentação das licenças, entre outros temas. E, principalmente, trocaram experiências, garimparam ideias e renovaram as energias para reforçar a luta no IFSC.
“Essa foi a primeira vez que viajei para um evento científico distante após a maternidade. Primeira vez que fiquei tanto tempo longe do meu filho, Miguel Eduardo, de quatro 4 anos. O coração foi apertado, mas voltou quentinho e feliz com tanta troca. Foi um evento lindo, que discutiu a vida acadêmica pós-maternidade. São pequenos movimentos, em busca de políticas que ajudem a quebrar as desigualdades de gênero na pesquisa. Volto com a cabeça borbulhando de ideias de novos projetos”, conta professora Luana.
“A intensidade das reflexões e a potência desse movimento de união e apoio mútuo são fundamentais para gerar as mudanças que queremos ver na academia. Volto com a cabeça cheia de novas ideias e projetos, pronta para propor ações que tornem o ambiente acadêmico mais inclusivo e acolhedor para todas”, afirma professora Joice, mãe do Artur e do Apolo.
Propostas
De volta ao Câmpus Joinville, a proposta das professoras é encabeçar um coletivo de mães na IFSC, para pensar em políticas institucionais de permanência e êxito. Inicialmente, a ideia é fazer um mapeamento das servidoras e alunas mães do IFSC, suas dificuldades, quantas são mães atípicas, quantas alunas de fato conseguem concluir seus cursos, quantas pesquisadoras conseguiram manter suas produções após a maternidade e como o IFSC pode auxiliar.
“Também precisamos, urgentemente, que os câmpus sejam adaptados, que tenham trocadores nos banheiros, por exemplo, e sala de apoio à amamentação para servidoras e alunas que amamentam. É um longo caminho a percorrer. Portanto, precisamos iniciar o quanto antes”, defende Luana.
Para além do IFSC, Joice e Luana assumiram vagas no Fórum Direitos Maternos para Estudantes - Região Sul do Movimento Parent in Science, e Joice ingressou também no Grupo de Mães Atípicas. “Tive a oportunidade de conhecer profissionais e pesquisadoras incríveis, cujas histórias me inspiraram e reforçaram a importância de seguirmos juntas, apoiando umas às outras”, destaca Joice.
Trabalhos
Durante o Simpósio Brasileiro sobre Maternidade e Ciência, as professoras do Câmpus Joinville também apresentaram dois trabalhos que desenvolveram em conjunto com outras profissionais e alunas. Professora Luana apresentou a experiência de um projeto de extensão oferecido pelo Grupo de Pesquisa Florescer - Laboratório de Pesquisa em Saúde da Mulher, Neonato, Criança, Adolescente e Aleitamento Materno. O trabalho “Maternando Juntos: ações integradas para a promoção da parentalidade no Instituto Federal de Santa Catarina” mostrou como funcionam as rodas de conversa e oficinas de sling dance e massagem Shantala abertas às mães da comunidade.
Professora Joice apresentou o trabalho “A gente se vira nos 30: a influência da maternidade na carreira acadêmica das docentes”. O estudo examinou o impacto da maternidade na vida acadêmica de mulheres docentes em instituições públicas do Sul do Brasil e reforçou a necessidade urgente de implementar políticas que apoiem a conciliação entre maternidade e carreira acadêmica. A conclusão é que, ao criar um ambiente mais acolhedor e justo, é possível garantir que as mulheres continuem a contribuir significativamente para a pesquisa e a educação, superando os desafios impostos pela maternidade.