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A vivência de participar do Propicie em Bilbao

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 25 jul 2024 17:30 Data de Atualização: 25 jul 2024 17:30

O Propicie, o programa de intercâmbio do IFSC, é uma ótima oportunidade para estudantes que sonham em ir para o exterior e ter uma experiência de pesquisa na área do seu curso. Nele, os estudantes selecionados passam um semestre desenvolvendo um projeto de pesquisa em uma outra instituição, unindo os conhecimentos do curso com todos os aprendizados de um intercâmbio.

Uma das participantes neste semestre é a Beatriz Betto Vieira, estudante de Engenharia Mecânica no Câmpus Xanxerê, que enviou o relato de hoje. Ela foi para a Espanha e está na Universidade de Deusto, em Bilbao. No seu relato, ela nos contou um pouco da sua rotina em outro país, dos aprendizados e das viagens que tem feito por lá enquanto participa do projeto "Análisis de las características de impresión de metal mediante SLM".

Veja a seguir tudo o que ela nos contou sobre a sua experiência:

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Estava morando na Espanha, mas apliquei para o projeto em inglês. Consegui praticar as duas línguas: falava em inglês com a coordenadora do projeto e, morando na Espanha, pratiquei bastante o espanhol, aprendendo muita coisa. Também ouvi outras línguas durante minhas viagens, como alemão, que era realmente muito difícil de entender, e, por incrível que pareça, português de Portugal, que também era um pouco mais difícil de compreender do que eu imaginava.

Embora não tivéssemos muito contato com estudantes locais, fiz amizade com os outros estudantes brasileiros do IFSC que foram para o Propicie junto comigo. Morávamos no mesmo lugar e passávamos bastante tempo juntos. Além disso, considero que fiz amizade com os coordenadores do projeto. Fui muito bem acolhida por todos da faculdade, e o ambiente de trabalho era muito colaborativo, facilitando o contato e a resolução de dúvidas.

A faculdade era muito bem estruturada e grande, o que me surpreendeu bastante. Os professores eram extremamente atenciosos. Durante o intercâmbio, tive a oportunidade de conhecer oito países: Espanha, Portugal, Itália, Suíça, França, Reino Unido, Alemanha e Áustria. Essa experiência proporcionou um enorme choque cultural e foi maravilhosa para meu crescimento profissional e pessoal.

Embora não tenha assistido a aulas formais, participei de atividades do projeto. A didática dos professores para explicar nossas funções era clara e eficaz. Enfrentamos dificuldades devido à escassez de material de pesquisa sobre reologia de pós e à complexidade de lidar com o Reometro Anton Paar. No entanto, uma visita do pessoal da marca nos ajudou a esclarecer dúvidas e aprender a realizar diferentes testes, o que foi muito útil.

Nosso projeto tinha como objetivo aprender a usar o reômetro e desenvolver um manual para futuros estudantes. Testamos diferentes materiais, incluindo dois pós de metal usados para impressão 3D, carbonato de cálcio e alguns alimentos como sal, açúcar e amido de milho. Realizamos testes em diferentes condições, como temperatura ambiente, temperaturas variáveis e umidade. Além disso, aprendemos a usar a máquina de impressão SLM e realizamos impressões de projetos.

A melhor parte do projeto foi a prática envolvida. Além de aprender sobre reologia, pude aplicar o conhecimento adquirido, entendendo como funciona um reômetro e lidando com ele diariamente em laboratório. Aprendi a interpretar e diferenciar os gráficos gerados pelos nossos próprios testes, comparando-os. Vejo muito futuro nessa área, especialmente agora que tenho experiência prática.

Morei na residência estudantil MiCampus com outra estudante do IFSC Xanxerê que fazia o mesmo projeto. Reservamos o lugar antes de chegar na Espanha. Minha rotina incluía ir para a faculdade de metrô pela manhã, e às vezes ficávamos até o final do dia. Era uma rotina tranquila, permitindo-me viajar e conhecer a cidade onde morava. Bilbao é uma cidade perfeita para intercâmbio, com pessoas gentis, ambiente limpo e seguro, e um transporte público de qualidade e barato.

Cozinhava às vezes, mas comi bastante fora, experimentando muitas coisas diferentes. Senti falta da comida do Brasil, mas gostei muito dos petiscos tradicionais do País Basco, os pintxos, e da paella.

Minha família e amigos sempre me apoiaram para fazer esse intercâmbio, mas senti muita saudade de casa. Falava com minha família e amigos diariamente, fazendo várias chamadas de vídeo. Foi minha primeira viagem para fora do Brasil, mas já havia viajado sozinha pelo Brasil antes. Viajar sozinha pela Europa foi desafiador, mas uma experiência incrível e libertadora, mesmo que tenha sentido medo em alguns momentos.

Aos estudantes que pretendem realizar intercâmbio, eu diria que é uma experiência extremamente enriquecedora e transformadora, que todos que têm essa oportunidade devem aproveitar.

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